terça-feira, maio 29, 2007

Deserto da ignomínia


Tanta coisa com o que disse o Lino, do Alentejo ser um deserto...

E pouca gente comentou a declaração do Almeida Santos. Esse sim, é um tipo previdente, que se preocupa com o estado da nação! Ah grande português, nem sei como não batalhou com o Salazar no concurso da RTP.

Já não bastava, há uns anos atrás, ter insultado toda a população portuguesa, depois de umas eleições com uma alta taxa de abstenção. Que eu saiba, a abstenção é uma forma de demonstrar o desagrado pelo sistema político actual, mais ainda do que o voto em branco. Se o homem é suficientemente retrógrado para achar que cada cidadão deve ser obrigado a votar, então que dirá ele dessa bebida maldita, a Coca-Cola? Ou do direito das mulheres usarem mini-saia???

Agora diz o homem que o Mário Lino teve muita razão, não pelo Sul ser um deserto, mas por haver o risco de dinamitarem as pontes de Lisboa????

Para já, se repararem na entrevista em que ele diz isso, o homem fala como se só houvesse uma ponte entre Lisboa e a margem sul. Lá está, ainda está no tempo do Toni Oliveirinha Salazar, que deu nome à ponte agora chamada de 25 de Abril. Não é do tempo da Feijoada e do Fairy na Vasco da Gama...

E depois, é bom saber que o homem nos quer colocar na rota do terrorismo internacional. Já não bastava o Durão ter-nos colocado a todos em risco com a cimeira dos Açores, pré-invasão do Iraque. Felizmente somos tão pequenitos, que o Durão nem apareceu nas fotos, apesar de estar lá ao lado de Aznar, Bush e Blair. Terá sido por isso que dos 4 países presentes, fomos os únicos a (ainda) não ter nenhum atentado da Al-Qaeda. Mas a ponte que se cuide...

Bom, o (ainda) é relativo... Acho que a Carolina Salgado diz no livro que, de cada vez que o Pinto da Costa se larga, é como um ataque com armas químicas... Terão os intestinos do homem sido treinados pelo Bin-Laden???

sexta-feira, maio 25, 2007

Auditoria à Memória

Esta semana não me correu muito bem.

Entre 3ª e 5ª tive uma auditoria de um cliente. Basicamente, duas pessoas vieram do norte da Europa para ver como estava o nosso processo. E nestas alturas, temos que andar sempre em cima das visitas, a fazer de "baby-sitter", e a responder a todas as suas questões e necessidades (excepto as fisiológicas, aí só resta indicar: "o WC é por ali...").

Nestas alturas, o stress é grande. Ficamos sempre à espera daquela pergunta que nos deixa encalhados.

A juntar ao stress, vem a idade, que já não é a tal do gostinho especial... Logo no 1º dia de auditoria, chego ao gabinete, vou ao sítio onde guardo o computador (portátil) e zás, irrompe com estrondo no cérebro a noção de que me esqueci do mesmo em casa... A questão é que a casa fica a 60Km...

No 2º dia não me esqueci de nada (vá lá).

No 3º dia esqueci-me dos documentos e dinheiro, e da valiosa Pen, com informação importante. Andei o dia todo sem BI e carta de condução, sem dinheiro para uma chiclet, e sem poder responder aos auditores "sim, claro, tenho esses dados de que necessita aqui mesmo, na pen...".

Ainda assim, correu tudo bem. Gostaram do que viram, gostaram do que ouviram, e gostaram do que comeram no jantarzinho da praxe, oferecido por nós... Valha-nos a posta à mirandesa, que tantas vezes me salvou na altura certa... E o tinto, então desse, nem se fala...

segunda-feira, maio 21, 2007

Champignones

Weeeeee are de Champignones, my friééééénde....

E pronto, mais um campeonato conquistado, um campeonato sem brilho, arrastado até à última desnecessariamente (os puristas lá dirão "foi para dar alguma esperança aos idiotas, carago!"), mas como sou adepto de futebol em 1º, e só depois do fcp, prefiro dizer: "porras, que nojo de jogos, estes últimos!!!".

Não fosse este último jogo contra o Aves, e queria ver como seria...

Claro que depois, na melhor tradição tripeira, toca a ir trocar uns amassos e sopapos para a praça. Alguns ignóbeis jornalistas, sem dúvida lisboetas ou afins, decidiram informar a nação que "estaria a haver cenas de pancadaria entre adeptos do Porto". Carago, então não sabem que cá na Inbicta, é assim que a gente se cumprimenta??? Tipo "olá Macaco, que tal andas, meu filhadapu**? Toma lá morangos!" E ZÁS! Sopapo na bochecha esquerda!

É assim! Mai nada! O pessoal do norte é macho! Não há cá falinhas mansas como os alfacinhas! Só o nome "alfacinha" já é rabeta! Todos sabemos que tratar alguém por diminutivo acabado em "inha" é coisa de rabeta!

O Macaco teria a resposta lógica, do género "olha, cabrão de mer**, tou tão bem como tava a tua mãezinha quando a comi por trás ontem!!! E espera que tens aí qualquer coisa no olho..." E TUNGA!!! Bufardo no meio dos olhos!

E vem um qualquer otário que não compreende esta mística do contacto físico, dizer que houve escaramuças entre adeptos, e foi um para o hospital e não sei quê...

Enquanto isso o povo segue cantando...

"Wiiiiiiiiii are the Champignoes, my frééééénde... Wiiiiil kiponfaiting til de ééénd..."

quinta-feira, maio 17, 2007

Aromaterapia

No fim de semana passado, ao passar por um hipermercado para comprar algumas coisas básicas lá para casa (essencialmente para o frigorífico...), reparei naqueles ambientadores sanitários. Aquelas peças com líquido ou gel que se colocam na borda da sanita, para ir libertando de cada vez que se faz uma descarga. Comprei uma recarga, já que já tinha comprado há bastante tempo o aparelho completo, e sabia que tinha guardado o vazio algures lá em casa.

Coloquei aquilo logo que cheguei a casa, e pouco tempo depois, lá actuou a primeira vez. Há materiais com pouca sorte, ser criado para disfarçar o cheiro a.... enfim, eu se fosse plástico, ,não gostava de ser Ambipur WC ou WC Pato...

No dia seguinte, quando entrei na casa de banho, foi aquela sensação tipo os americanos a entrar no Iraque: Shock and Awe (Choque e admiração/estupefacção). Que cheirinho!!!

É que o WC do meu quarto não cheirava a nada. Seja por comer pétalas de rosa ou porque raio seja, mas o facto é que não cheirava mal. Mas também não cheirava bem. Enfim, era um WC. Mas com este Ambipur, a coisa muda de figura. Que aroma agradável! Que odor relaxante! Agora até dá gosto entrar na casa de banho!

O curioso é que isto alterou-me, de um minuto para o outro, o gosto pela casa. Num instante comecei a fazer planos, como quem diz “epá, se isto agora cheira bem, já posso melhorar mais um pouco, vou arranjar um armáriozito para aqui, arranjar uma peça de decoração para aquele espaço livre ao pé da banheira, etc...”. E isto alargou-se ao resto da casa. No dia seguinte, comprei copos. Mas copos com algum estilo, apesar de também comprados num hipermercado. E tenho já algumas ideias para melhorar a apresentação da casa, e levar lá o pessoal para uns cafezitos.

Curioso o poder de sugestão de algumas moléculas olfactivas. Já aqui há tempos falei, na altura aplicado aos croissants, do poder dos Compostos Orgânicos Voláteis (COV’s).

Claro que no dia seguinte a tudo isto, durante uma estadia mais prolongada no WC, lá me larguei, porque não o podia evitar, e durante uns infelizes minutos não houve Ambipur ou WC Pato que adiantasse...

terça-feira, maio 15, 2007

Circo algarvio

Já lá vão 11 dias que desapareceu a miuda inglesa no Algarve. Oops, agora é Allgarve.

“Allgarve, where All your loved ones disappear”...

E agora levaram para interrogatório o outro rapazote que já cá vive há vários anos. O que a opinião pública não sabe, e que eu soube de fonte segura (tem um fontanário lá perto, está sempre a meter água) é que o real motivo para terem interrogado o homem é o facto de ainda viver com a mãe, com 40 e tal anos.

Enfiaram-no numa sala de reuniões, sempre a perguntar se o tipo não tinha vergonha na cara, por ainda obrigar a mãezinha a fazer almoço e lavar a roupa, loiça e casa de banho. Isto até que alguém se apercebeu que isso não era crime. Mas mesmo assim, continuaram a questionar se o homem não tinha tomates para fazer isso sozinho, quase até às 2 da madrugada. Não sou grande entendido, mas acho que isto constitui uma violação grave da Convenção de Genebra, dos direitos dos prisioneiros.

Falando um pouco mais a sério, desaparecem pessoas em Portugal praticamente todos os dias. E agora porque um casal vai jantar e deixa em casa três miudos sozinhos, em que a criança mais velha nem 4 anos tem, monta-se um circo internacional.

Já ouvi dizer que o casal pode ser acusado de negligência. Enfim, já será dor suficiente perderem uma filha (que não creio que venha a aparecer), mas o facto é que estavam a pedi-las...

domingo, maio 13, 2007

Ingredientes para uma vida saudável




Ao almoço, na empresa onde trabalho, além das sobremesas habituais, podemos também pedir um geladito.




Digo geladito porque é mesmo um copito pequenito (90 ml). Mas não está nada mal.




Mas por acaso, outro dia, deu-me para reparar nos ingredientes...

Se repararmos no final, indica "possíveis vestígios de frutos secos, amendoim ou ovo". É curioso, que nenhum destes ingredientes é descrito atrás, na lista geral de ingredientes.
Entretanto, também reparei que a embalagem de alho moído que uso na cozinha, diz o mesmo. "Possíveis vestígios" de coisas que não entram na lista geral.
Que raio... algum químico me pode explicar a lógica da coisa? Será que a balbúrdia nestas empresas é tal, que nem têm certeza do que pode aparecer lá dentro?
Ou será que têm receio que o empregado que fecha a embalagem de gelado goste mesmo muito de amendoins, e não os páre de comer, mesmo quando trabalha?
Bom, eu sei que a lixívia Neoblanc é feita no mesmo sítio do Sunny Delight. Será que no sumo concentrado vem lá a indicação que pode conter vestígios de benzeno ou coisa parecida?
Ou será moda, e amanhã pego num lombo de porco para assar, e aparece-me uma indicação "pode conter vestígios de atum"???
Se calhar é por causa das coisas utilizadas para fazer crescer o alho, ou no 1º caso, para alimentar a vaca de onde veio o leite que originou o gelado.
Nesse caso, talvez repare, na próxima vez que comer um queijinho flamengo Limiano (meu favorito), na indicação "pode conter vestígios de truta do rio Lima"...


quinta-feira, maio 10, 2007

World, hold on...

Há alguns dias que não tenho feito nenhum post porque o trabalho tem sido bastante, e o tempo livre pouquíssimo, e o que tenho tido, sinceramente, prefiro não o passar ao computador.

Mas apesar disso, continuo a dizer que gosto do que faço. Ainda hoje tive aquela sensação de que realmente trabalho numa multinacional, e que a globalização ainda se mantém bem viva.

Vendo como correu o dia de hoje, falei ao telefone com um Coreano na Coreia do Sul, com um alemão em Bad Salzdetfurth, que estava acompanhado por um brasileiro que também trabalha nessa terreola, tive uma reunião ao telefone (a chamada conferência telefónica) com dois alemães em Nuremberga, que acabou cedo porque um sueco não apareceu nessa conferência como estava previsto, enviei um mail a um chinês que trabalha na suécia, com quem tinha estado no dia anterior, fui almoçar com o grupo onde se inclui uma rapariga da Rep. Checa e uma do Brasil (entre muitos e bons Tugas!), ainda troquei uns mails com um Espanhol que se divide entre Barcelona e Saragoça, mais uns mails com um alemão de Nuremberga por causa de produtos para uma marca Inglesa, e acabei o dia no messenger (interno) com um Mexicano (no México) que, depois de me responder a uma pergunta sobre trabalho, me questiona sobre a independência de Portugal em relação a Espanha (nem sabia que o nosso cantinho à beira-mar plantado já tinha pertencido a nuestros hermanos)...

Ah! E a meio da tarde ainda tive uma reunião (presencial) com um alemão, um holandês que por acaso é meu chefe, e um americano, que por acaso é chefe do meu chefe...

Uff! E eu que no Português já mal me safo, quanto mais em estrangeiro...

quinta-feira, maio 03, 2007

Ah granda Bonifácio!

Transcrição integral de um mail enviado ao Público pelo meu pai, esta semana:

"Exmo. Senhor,

Sou, de há muitos anos, leitor diário do Público mas hoje, pela primeira vez, sinto-me na necessidade de manifestar a minha admiração por uma parte da entrevista efectuada pelo Sr. João Bonifácio ao Camané publicada na ípsilon de 2007/04/27.
A dada altura (pág.6-coluna 2), e sobre a canção “Ne me quitte pas”, por acaso ou talvez não apresentada como “Ne me quites pas” (Deve ser françoguês - Oh pá, tu não me quites), o Sr. Bonifácio questiona o Camané com a seguinte questão:
· É das canções de amor mais desesperadas que já alguém escreveu: “Deixa-me ser (...) o ombro do teu cão”...
Será que li mal? Será erro tipográfico? Mas aí o Camané responde:
· Ele queria ser o ombro do cão dela...
Ah grande cão! Ou cães! Para que conste, a letra escrita por esse enorme poeta e cantor Jacques Brel, fala em “...ser a sombra da tua sombra, a sombra da tua mão, a sombra do teu cão” o que, segundo a tradução do Sr. Bonifácio, seria merecedora de um quadro do Picasso, “ ...o ombro do teu ombro, o ombro da tua mão, o ombro do teu cão”.
Coisa mais poética não pode haver! Que mulher poderia resistir a uma declaração destas! E os leitores do Público? Será que podem resistir a tanto pseudo intelectual?Tirem-nos debaixo do ombro e ponham-nos ... à sombra."

Mas alto! Heis que respondem!

"obrigado pela sua indignação. Envio-lhe aqui um mail do autor do texto que faz questão de lhe responder. Obrigado, Vasco Câmara


Os leitores não têm obrigação alguma de conhecer o processo de realização de uma entrevista, mas neste caso é possível que seja benéfico elucidá-los, mesmo que isso não desculpe tão crasso erro: ao desgravar a entrevista, a palavra "sombra" ficou como "ombro", e apesar de sucessivas revisões, o erro foi mantido. Instalou-se uma espécie de diálogo surrealista que não foi posto em causa - em nenhum momento tomei aquela expressão como estranha, antes como uma imagem curiosa. Isto apesar de conhecer a canção há anos.
Que isto não seja tomado como desculpa, apenas como elucidação, por mais ridícula que possa parecer

Aos leitores do PÚBLICO (e ao próprio Camané) as minhas desculpas."

Chiclet! Prova!.... Mastiga!... Deita fora!... Sem Demora!!!!!!

Há uns tempos, fiz um post versando a problemática psico-social do ritual tremendamente másculo de assentar o tabaco.

Alguns devem lembrar-se, eu falava do tempo que muitos rapazolas da nossa praça ficam a bater o maço de tabaco na mão, ou na mesa, como se isso fosse algo que os distinguisse dos demais, quais martini man da Tabaqueira.

Pois entretanto, tenho-me apercebido de um ritual semelhante, mas do lado feminino. A chiclet...

Já repararam em quantas miúdas aparentam mascar chiclets propositadamente de boca aberta?

Suponho que pensem que assim terão um ar mais "gangsta-rap", porque nos vídeos de hip-hop, as boazonas também mascam chiclets (embora aí já seja chewing-gum, é bem diferente...) em gestos lânguidos e sensuais, ao mesmo tempo que agitam as (inexistentes) banhocas ao redor do artista, esse sim o verdadeiro gangsta-rap que já levou 38 tiros e tem tatuagens até onde o sol não brilha.

Só que as miúdas dos gangsters, geralmente têm 50 kilos a mais, habitualmente todos concentrados na zona do nalguedo, e de bonitas e sexys, só se for mesmo com muita imaginação e na escuridão total... Ah, e geralmente são tratadas por "bitch" ou "ho", que fica um pouco aquém de "princesa"...

A sério, hão de reparar. Ainda outro dia fui ao Buddha, onde se via um pouco de tudo, mas muita miúda a mascar a sua chicl... oops, a sua "chewing-gum" ao mesmo tempo que mostrava a cremalheira lubrificada com cuspe, como se isso fosse algo que deixasse os homens em desvario.

Bom, alguns ficavam mesmo... nessa altura paravam de bater o maço de tabaco, e iam lá perguntar àquela rapariga de mini-saia de ganga e colants negros até ao tornozelo, sapatinho de salto vermelho ou leopardo, se não queria ir discutir a problemática dos teoremas de Kant na distribuição geo-política actual para uma zona mais resguardada...