terça-feira, julho 31, 2007

A mezinha do tempo - frase para a história

Hoje, no caminho para casa, vinha a ouvir a Rádio Clube Português, e a certa altura tinham como convidada em estúdio a Maria de Belém Roseira, aquele nanico de gente que foi ministra da saúde no governo do Guterres.

A senhora nem foi das piores enquanto lá esteve, mas hoje saiu-se com uma fantástica. A entrevista era em tom informal, e a certa altura, o locutor pergunta-lhe se ela tem situações não ultrapassadas, ou algo do género.

Resposta da meia-leca: "Bom, o tempo cura tudo... menos aquelas coisas que o tempo não cura."

Esta, para mim, do alto dos meus cabelos brancos, está ao nível dessa outra grande poetisa popular, a Lili que disse que "uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa". Diria mesmo que chega aos calcanhares do grande João Pinto, o tal que chutou a bola ao poste da própria baliza, para não ceder canto.

Depois desta, num restaurante ao jantar, na mesa atrás de mim, uma miudita, na traquinice dos seus 4 anitos, mais coisa, menos coisa, deixa cair um copo.

O pai fica furioso "Já viste o que fizeste???? Sua filhadap***!" (isto com a mãe e mulher ao lado)

A miúda estava sentada no lado oposto da mesa, junto à mãe.

Após algumas ameaças de porrada, o homem vira-se para a mulher, e solta um "então?? Dá-lhe no focinho, cara***o!!!"

Passados uns 20 minutos, quando saíram do restaurante, tudo tinha regressado ao normal, e foi o próprio energúmero que acompanhava (sorridente) a miúda na saída do local.

Digamos que há formas e formas de educar uma criança... Mas ainda bem que a miúda está a aprender desde pequena todo o léxico gramatical desta língua tão rica, principalmente em impropérios, onde é mesmo podre de rica!!!!

segunda-feira, julho 30, 2007

Dias de festa

A selecção do Iraque ganhou um jogo de futebol, em casa. Contra a Arábia Saudita.

Isto não teria nada de especial, se não tivesse sido no Iraque. Pelos problemas com a guerra do golfo, já não jogavam em casa há 17 anos, se não me engano.

E isto foi motivo de festa nas ruas do país. O problema é que naquela terra, quando há festa há quase tantos mortos como quando há guerra. Desatam aos tiros para o ar, e hoje de manhã a contagem já ia em 7 mortos.

Deve ser giro estar numa destas terras. De cada vez que há motivos para festejos, o pessoal baixa-se ou desata a correr para se esconder. E para ajudar, também é normal haver tiros de exultação nos funerais. Para aquela zona da Mesopotâmia, as agências funerárias devem estar para eles como as lojas chinesas estão para nós.

Haja alegria! Isto faz-me lembrar os festejos de Portugal, quando ganhamos um torneio em França, há uns 2 anos. Seria o torneio de Toulon? Não me lembro. Era uma das selecções jovens, tipo sub-19 ou sub-20. Nos festejos deram cabo dos balneários. Também, o que queriam??? Alguns dos jovens já têm o corpanzil bem definido. O Bruno Alves (FCPorto) estava nessa selecção. O problema dele é que tem 1,90m, e os balneários só têm 1,80m de altura...

Ele ainda tentou dizer que não tinha feito nada, mas os restos de pladur na cabeleira denunciaram-no. E não adiantou dizer que era um caso grave de caspa...

sábado, julho 28, 2007

Férias!!!!

Férias...

Está toda a gente a entrar em Férias... Autênticas multidões convergem para as zonas balneares, famílias inteiras levam o farnel para comer, hoje em dia nem precisam de levar o camping gás para aquecer o almoço, basta levar um pouco de óleo Fula e trocar pela embalagem de óleo Johnson que a filha adolescente teima em usar, e fritar o bife nas costas da jovem, quando esta está a dormir às 13h debaixo do sol abrasador.

E multidões de jovens adolescentes, geração morangos com açúcar, a rondar os nadadores-salvadores como moscas rondam uma poia. Interessante seria se fossem como aquele salva-vidas que foi noticiado outro dia... A miúda ia para a água fingir que se afogava, para ele a vir salvar, e ele berrava "epá, olha que eu não sei nadar!"...

Ahh... férias... sinto que estou a precisar de férias quando começo a ter atitudes estranhas. Como acabar de jantar e deixar o copo no frigorífico e a garrafa de coca-cola no lavatório. Ou como não ter paciência para discutir no trânsito... ou acordar ao fim de semana de manhã a pensar que tenho que já estou atrasado para o emprego!!! Bem, mas isso acontece todo o ano...

Ahh... férias... altura em que o centro da cidade fica cheio de turistas branquinhos como a cal, e as lojas ficam desertas ou fechadas porque os donos vão de férias... E época em que os taxistas têm oportunidade de praticar os seus dotes poliglotas. Já falei nos dotes linguísticos dos portugueses noutro post, por isso não o vou voltar a fazer. Mas convém traduzir esta última frase para estrangeiro, por isso cá vai: JÁÁÁÁ FALLLEEEEI NISSSSO, YES? NNNNÃÃÃAOO FALLLLOOO OOOOOUUUTTTRA VVVVVEEEEEEZZ, ÓRAIT?

Sim, férias.... ainda falta mais de um mês para as minhas!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

quinta-feira, julho 26, 2007

Rádio pirata

Gosto de ouvir rádio. Ouço bastante, no carro.

Geralmente, de manhã ouço a Antena 1, a partir das 6:00, quando acordo, para ouvir as notícias, e volto a ouvir no carro ou no combóio.

Gosto de ouvir as notícias, as notícias de desporto, o Portugalex, e às 8:20 mudo para a Antena 3 para ouvir a rubrica do Markl, com preferência para o “Há vida em Markl” às 2ª e 4ª, e o Laboratolarilolela à 6ª.

Anteontem, na altura do desporto, falam do Hugo Leal, ex-jovem-futura promessa do nosso futebol, que não conseguiu vingar em nenhum dos clubes por onde passou, e foi transferido esta época para o Osasuna, equipa espanhola que nem se costuma classificar muito mal.

No primeiro treino na nova equipa, o rapaz partiu o pé.

E O FABULOSO REPÓRTER DA ANTENA 1, EM ENTREVISTA TELEFÓNICA, SAI-SE COM UMA FANTÁSTICA: “Oh Hugo, esta lesão não estava nada nos seus planos, pois não?”!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Valha-me deus. Este rapaz (o reporter) deve ser daqueles que vai às vítimas de incêndios no verão e pergunta “então perdeu a casa e tudo o que lá tinha, diga lá o que é que sente”...

Estava à espera de ouvir o quê? Uma resposta do tipo “Ah sim, já estava à espera. Até tinha pensado que se não me lesionasse nos treinos, chegava a casa e mandava uma traulitada no dedo grande do pé, de propósito, porque gosto.”????

Mas isto não se ensina nas escolas de jornalismo??? Não têm uma cadeira de ética profissional??? Ou se têm, o que lhes ensinam? A fazer perguntas do tipo “olhe, você acaba de ser coroado campeão mundial e olímpico dos 100 metros barreiras, apesar de você não ter as duas pernas, está contentito ou é coisa que nem o aquece, nem o arrefece?”...

sexta-feira, julho 20, 2007

O Bi da Aveleda

Hoje, ao vir no combóio para o Porto, passei por um apeadeiro, em Aveleda, perto de Braga.

Na zona coberta do apeadeiro, um dos paineis laterais de acrílico continha a seguinte inscrição em letras garrafais:

P'ra além
do muro, P'ra
além da dor,
há smp alguem
bi
Carinna Desculpa

Quer dizer... há sempre alguém bi????

Óh meus amigos-zz-zz, francamente... Nem me passava pela cabeça que a quantidade de bi's na nossa sociedade era tão grande.

E é preciso pedir desculpa? As opções sexuais são com cada um. Talvez a Carinna não tenha achado muita piada...

Gostei também da particularidade de ter escrito "sempre" abreviado, porque não cabia a palavra toda. Escolheu mal o tipo de letra, devia ter feito o grafitti em Arial Narrow.

Mas vá lá que ainda assim, não é dos piores exemplos de português. Ainda tentou ter alguma pujança poética. Mas algo me diz que há de faltar pouco para ver espichado em alguma parede algo semelhante ao que, no meu ponto de vista, seria o exemplo perfeito da iliteracia tuga: "Kátia, pessote desqulpa!!!"

PS: Imagino que "bi" seja o nome do... rapaz? Mas pensando bem, seria diminutivo do quê? Albino? Albirto? Abil? Birnardo? Bitor? Naahhh, cá pra mim, é mesmo bi...

terça-feira, julho 17, 2007

Não vacila...

Eu não sou preconceituoso.

Não sou, a sério! Falo da mesma forma para um branco ou um preto.

Mas ontem... ontem fui à Fnac do Norteshopping. Fui lá a pedido de uma amiga, ver se encontrava um filme já com uns anos largos.

Ora, chegando à zona dos discos, dirigo-me à zona do computador que se pode utilizar para pesquisar discos, filmes e livros.

Estava lá o rapaz... Nesta altura, pensei que estivesse numa demanda semelhante à minha, em busca de qualquer coisa difícil de encontrar à vista desarmada.

Olho ao meu redor, não se vê nenhum empregado a quem pedir ajuda para procurar o filme.

Tento ir procurar o filme por iniciativa própria. Vou para a secção das comédias, procuro pela letra correspondente, resmungo por K não ser uma letra do alfabeto português, mas não encontro na letra correspondente.

O computador de pesquisa? Ainda ocupado pelo jovem negro, agora com a cabeça encostada ao monitor.

Volto a olhar em busca de um funcionário que me ajudasse. Népias, todos ocupados.

Fico uns segundos a admirar a alta resolução de uma televisão LCD que estava na zona de entrada das TV’s. Bonito. Grande imagem. Mas era só de 50 cm, e homem que é homem, tem que ter uma TV de 117cm na sala, mesmo que a sala tenha 20 m2, e a pessoa fique sentada a metro e meio da tv.

Volto a olhar para a zona do pc de busca. Ainda lá está o rapaz, agora a dançar freneticamente.

Vou até lá, para descobrir que o que ele anda a fazer é aproveitar a possibilidade daquele PC apresentar as músicas dos discos pelos quais se procura. E como ele gostava de kuduru... Pesquisava por um CD, e clicava no link para ouvir esta ou aquela música. E dançava, dançava... mas sempre agarrado à porcaria do PC! E brincava com a roda do rato como se fosse um DJ no melhor scratch! E aquela porcaria ainda tinha um som bastante alto!

Estava prestes a dar um toque no ombro do rapaz e a dizer “pisga-te”, quando aparece um funcionário na bancada da zona onde eu estava. Perguntei-lhe pelo filme, ele pesquisou e népias “não temos, nem me parece que exista em DVD”.

Alegria... venho-me embora, atrasado para o cafezito que já tinha combinado. Mas não sem antes voltar a espreitar a zona do PC de pesquisa, onde ainda estava o raio do p**** a abanar a bunda como se não houvesse amanhã...

segunda-feira, julho 16, 2007

Eleições Alfacinhas

Ontem foram as eleições em Lisboa. Acho que mais gente fora de Lisboa reparou nisso, do que os próprios alfacinhas, a julgar pela abstenção.

Mas ao menos, uma coisa correu bem, a meu ver. Quem ganhou cantou vitória, e quem perdeu teve a lata de dizer que perdeu. Dois dos candidatos apresentaram a demissão (Telmo Correia e Marques Mendes, já que o Fernando Negrão era uma aposta sua).

É pena outros não terem pedido a demissão também. Como o do Partido Monárquico. O Não sei Quantas da Câmara Pereira. Será que nunca vai desistir? Será que em cada eleição, seja para a presidência da república ou as intercalares para a Junta de Freguesia de Aguidares de Baixo, vamos ter que aguentar com o homem, a cantar que o que importa é a harmonia entre os povos, e que cantará até que a voz lhe doa???

E o Garcia Pereira??? Esse parece uma mosca à volta de uma poia! Nunca sai, por mais que o procuremos enxotar! Já na eleição para a presidência eu disse que o homem só deve ter os votos da família, mas mesmo essa deve estar a pensar duas vezes. Qualquer dia, a Comissão Nacional de Eleições terá nos requisitos para aceitar candidaturas “última alínea) Não ser o Garcia Pereira”. Deve haver alguma inconstitucionalidade no factor irritativo do homem. Nem sei como ainda não veio reclamar tempo de antena na derrota, por terem focado mais os grandes partidos no final das eleições do que o seu partido unipessoal.

E que tal o do PNR? Vai longe, esse, com as ideias de soberania, devolver Portugal aos portugueses, segurança, e tal. No dia em que quiser construir uma casa e não tiver quem a faça, porque os portugueses, oops, diria os lisboetas não se sujeitam a trabalhos de serventia na construção civil, aí é que quero ver... Raio de nazi!

Mas um candidato de quem não se houve falar há muito é aquele idoso bonacheirão do Partido dos Reformados, que chegou a eleger um deputado há uns anos. Será que já está na Assembleia do Além?

sexta-feira, julho 13, 2007

Prevaricadores ambientais

Sim, Manelita, esta msg vai ser outra vez sobre higiene...

Há uns dois ou três dias, na Auto-Estrada, um tipo à minha frente lançou o maço de tabaco vazio pela janela fora.

Quando passei por ele, chamei-lhe porco. E mai nada. E o burgesso ainda ficou a reclamar.

Hoje, aqui perto de casa, vejo que a mulher no carro da frente deita o invólucro plástico de um maço de tabaco janela fora. Fiz o mesmo. Ou quase, não a chamei de porca, embora ainda tenha pensado chamar-lhe de animal utilizado na suinicultura!!!, para ser mais politicamente correcto. Mas não, buzinei quando estava atrás dela, e coloquei-me ao lado dela. Baixei o vidro, e perguntei a boa voz:

"- A senhora também faz isso em casa???"

A mulher olhou com cara assustada "o que é que aconteceu?".

"Então?!? A deitar esse plástico para a rua???"

Neste instante, a mulher apercebe-se do que eu tinha dito, encolhe-se um pouco e começa a notar-se o rubor da face.... e apenas consegue dizer "pois, tem razão... ... ... tem razão...".

Pois, devia tê-la obrigado a ir lá buscar os pedacitos de plástico.

Para quem não sabe, um saco de plástico vulgar (do Continente, ou Pingo Doce, ou Jumbo, ou Carrefour, ou Aki, ou Dia, ou MiniPreço, etc...) dura 500 anos sem se degradar.

E nisto, pensam vocês "Ah, mas há 500 anos não havia sacos plásticos! Como é que sabem esse prazo???"

Pois é, meus petizes, mas a realidade é que há 500 anos já havia sacos plásticos! Senão como é que as pessoas iam deixar o lixo lá fora??? Atiravam pela janela, não? Ora essa...

sexta-feira, julho 06, 2007

As asas do Manolito

Ontem fiz a viagem de regresso de Frankfurt.

Viagem normal, atraso habitual, desculpas do comandante, blá, blá, blá.

Embora tivesse vindo com dois colegas, devido ao nosso próprio atraso ao chegar ao aeroporto, tivémos que ficar separados. Vai daí, escolhi um lugar perto da frente.

Quando lá chego, reparo (pelos livros que ambos tinham no colo) que de cada lado, iria ter um espanhol. ¡Andale!

O do lado direito, não abriu o bico a viagem toda. Nem parecia espanhol. Deve ter fumado uma ganza antes, sei lá.

Já o da esquerda, esse sim, foi o verdadeiro espanhol. Estilo Manolito, da BD da Mafalda. Mas era mesmo parecido.

No arranque do avião para a descolagem, benzeu-se 3 vezes, com uma velocidade como nunca vi. Tanta destreza manual deve ser certamente, aplicada em alguma coisa de bem para a humanidade em geral.

Pouco depois, e após ter lido algumas páginas do seu livrito, caiu num sono não muito profundo.

E heis que chega a hospedeira com a comidinha fantástica (e por acaso não estava má). Quando me entrega a bandeja, o Manolito acorda em sobressalto, incluindo o som característico de quem acorda de repente, algo do género “uuuããããã?!?”. E imediatamente coloca o braço direito em riste, com o dedo indicador espetado no ar.

A hospedeira repara o facto (até porque era difícil não reparar), e entrega-lhe uma bandeja.

O homem recebe-a, coloca-a no suporte, e volta a empunhar o braço, como se o dedo indicador fosse a tocha olímpica.

A hospedeira diz-lhe “as bebidas vêm já, ok?”.

Ao que ele responde “no, no”. E mantém-se na posição, como quem pede um donuts.

E heis que a mulher percebe que o que ele queria era acender a luz, que estava por cima de mim. Tal como o Manolito da Mafalda, o homem era baixinho, e não chegava ao interruptor que estava em cima de mim...

A comida estava, como habitualmente, quentíssima. Queimava os dedos ao tentar abrir o pacotinho. Mas lá consegui abrir o dito-cujo, ao que o Manolito questiona...

“¿Como lo has conseguido abrir?”
Resposta inteligentíssima: “Con mucho cuidado…”

terça-feira, julho 03, 2007

Bagagem conventual

Estou a passar uns dias em Frankfurt, na Alemanha. No aeroporto, enquanto esperava por alguns colegas, observava o pessoal a fazer o Check-in para outros vôos.

E passa uma freira, para Ponta Delgada, com uma mala suficientemente grande para ter que ser embarcada (e não ir junto da senhora, no avião).

Isso fez-me pensar... que raio leva uma freira numa mala, além das coisinhas básicas, tipo necessaire? Confesso que eu gosto de levar mais roupa do que a que necessito, para ter alguma escolha. Será que a freira leva um hábito diferente para cada dia? Um com um tom de cinzento ligeiramente mais escuro, para aqueles momentos em que uma mulher tem que se afirmar perante os homens? Ou uma mais deslavada pelas inúmeras lavagens à mão, para aquela noite de rebeldia na discoteca do convento?

Ok, há de levar algumas cuequitas, como toda a gente, mas numa mala daquelas, ou seria incontinente, ou levava cuecas para vender na feira.

Bom, se ela tivesse vindo para a Alemanha, eu sabia de certeza qual o conteúdo da mala... Papel higiénico!!! Aqui no hotel em que estou, o papel higiénico é aspero até dizer chega! De cada vez que vou dar uma limpadela, penso duas vezes...


(sim, claro que ao 2º pensamento, a higiene vem ao de cima, e venha de lá esse maldito papel...)