sábado, junho 30, 2007

Lei da rolha

Ontem veio a público mais um episódio da aparente intolerância do governo socialista com a contestação a figuras ou políticas do PS.

A directora do Centro de Saúde de Vieira do Minho foi exonerada por ter permitido que, durante 1 fim de semana, um médico tivesse colocado uma cópia de uma página de jornal em que diziam mal e porcamente do ministro da Saúde. Só que a tal senhora até fez o que lhe era suposto, ou seja, como directora da coisa, exigiu que fosse retirada, assim que soube. A lei da rolha até funcionou, mas até aí era, de certa forma, compreensível.

Agora, o que irrita é que a senhora soube, não por ver lá a folha, mas por ter sabido que havia uma reclamação no livro de reclamações do centro. Só que essa reclamação foi feita pelo presidente da JS local... bufo...

Não faço ideia de quem seja o rapazola, mas só por isto está-se mesmo a ver que deve ser daqueles necas que acham que chegam longe a fazer queixinhas dos outros. O pior é que muitas vezes, chegam mesmo...

Mas isto, juntando ao caso do professor que mandou a boca sobre o Sócrates e se lixou, e a outros casos que vão surgindo a pouco e pouco, dá a entender que este governo não tem muito sentido de humor...

Por isso, e como forma de contestação, eu proponho uma coisa: daqui até ao final da legislatura, em qualquer aparição pública de um membro do governo, toda a gente fique calada! Todos calados a olhar para o dito-cujo, seja um ministro ou um secretário. Silêncio absoluto! Pelos vistos, é assim que querem!

Ah! Ainda ficava melhor se todos tivessem uma rolha na boca!!!! Mas ranger os dentes na cortiça faz uma certa impressão...

domingo, junho 24, 2007

Óh faxavori...

Ontem foi noite de S. João...

Mas não vou escrever sobre isso, pelo menos não agora.

Quando ia a saír de casa para a festa na Ribeira, lá pelas 2 da matina, pára um carro à minha beira e um rapazola com ar de ser dos arredores (quiçá Valongo?), pergunta-me:
"Óh amigo, sabes onde é o Estado Novo?"

A dita discoteca era precisamente do outro lado da rua, mas estava fechada. Foram à sua vida.

Logo a seguir, mas é que mesmo logo a seguir a ter virado a esquina seguinte, pára um carro com duas senhoras já de alguma idade.

"Óh senhori, desculpe mas com'é q'a gente vai prás praias???"

Aí confesso que me irritei um pouquinho e respondi:

- Oh minha senhora, eu por acaso tenho um letreiro a dizer "informação turística" pendurado nas costas???
- Num sei, num beijo as suas costas!

- Então e por acaso tenho um "i" na testa, em Times New Roman?
- Estais no qué???

- Oh minha senhora!!! Eu por acaso estou aberto todos os dias das 9 às 19????
- Ah isso num sei, isso é lá cunsigo...

Nesta altura, já altamente irritado, não aguento mais a fúria do herói, contida nas entranhas do meu ser, e inicio uma espiral de violência que culmina num espectáculo daquilo a que o povo chama "porradinha da velha". Desfiz a viatura das infelizes, antes de as mandar de volta para onde vieram, seja lá onde isso for...

....


Bom, não foi bem assim, mas podia ter sido. Na verdade, apenas disse "vá em frente, e no cruzamento vire à direita, vai ter à praia"...

Será que aquele discurso só resulta no anúncio do BES???

quarta-feira, junho 20, 2007

Gordura já não é formosura?

Hoje vi na TV, a seguir ao Telejornal, um programa sobre saúde, produzido, realizado, argumentado, filmado, sonorizado, editado e com catering dessa grande jornalista desterrada da SIC, Cláudia Borges.

Sempre achei que tinha um narizito empinado, mas fazia reportagens interessantes, e geralmente sempre sobre assuntos de saúde.

Mas agora... balha-me Deus... vem apregoar contra a venda de croissants e bolas de berlim com creme nas escolas... e coca-cola... O que é a juventude sem um creme besuntado por tudo quanto é lado, mesmo lados pouco habituados a ver vestígios alimentícios? O que é a juventude sem um éclair desproporcionado de vez em quando? O que é a juventude sem um balofo na turma a quem chamar Bibendum, mesmo que os outros miúdos pensem que estamos gagos e nos passem a gozar a nós? O que é a juventude sem colocar um pionaise (ou pionés, em portuga...) na cadeira do balofo, apenas para perceber que, devido à gordura acumulada no nalguedo, o rapaz nem sente? O que é a juventude sem uma colinha aqui e ali?

Querem fazer de nós top-models ou quê? Bom, por este andar, será isso mesmo, vamos passar a ter miúdos elegantes, sadios, que morrem cedo, infectados pelo piolho carnívoro da banana africana, sem saber a que sabe um bom Donut fresquinho (ou em portuga, "dónúte").

Mas, esperem, nem tudo está perdido! Heis que a nutricionista, que devem ter ido buscar à liquidação do Fábio Lucci, a julgar pelo aspecto démodé da senhora, informa que há bolachas com elevada quantidade de gordura! Pasme-se: segundo a tal nutricionista, que como tinha um nome estrangeiro, deve ser a sério, e passo a citar: "há bolachas que contêm 21 gramas de gordura!". Oras, não sou especialista alimentar, mas se o peso médio de uma bolacha não passa dos 10 gramas, essa tal gordurosa deve ser tipo fondue de bolacha em gordura, não?

Deixai-me comer à vontade, senhora...

terça-feira, junho 19, 2007

A luz ao fundo do túnel era o combóio

Na semana passada comecei a vir para o emprego de combóio.

Tenho que me levantar um pouco mais cedo, por volta das 6h15 da manhã, para sair de casa às 7h15 e apanhar o dito-cujo na estação de Ermesinde às 07:42.

Ao fim de uma semana, já se vão reconhecendo as caras...

- O monga que entra sempre naquela estação, olha à volta como se procurasse por alguém que nunca encontra, e senta-se no primeiro lugar vago...

- Os colegas de trabalho, que vão a viagem de trabalho em perfeito silêncio e lado a lado, e quando chegam ao apeadeiro, desatam a conversar como se tivessem acabado de se encontrar...

- Os colegas de trabalho/escola que vão na conversa a viagem toda, para se calarem quando saem no apeadeiro, como quem entra em depressão profunda por chegar ao desterro...

- O homem de abdomen proeminente (da bejeca...), que já está a dormir quando entro, e ainda está a dormir quando saio. Será que só acorda no final da viagem? Será que vai e vem? Será que está morto??? Será que é uma escultura realista?????

- O bando de putos do secundário, que vão para uma qualquer escola profissional perto de Braga, com os tiques típicos de putos:
- O inteligente, que lê sempre o jornal, para dar ar de intelectual, mas que na realidade só vê as imagens e pensa que a Ota é diminutivo de "Cota", porque é uma cena kk bué marada dos cotas lá de Lx;
- O pequenote com ar sofrido, de quem aguenta as brincadeiras dos maiores.
- A miúda popular, que ora se diverte a ler a Bravo (pensei que já não existia), ora se diverte a mostrar aos rapazolas como já consegue manobrar o varão no meio do comboio... (e para quem leu um post meu há uns tempos, sim, mastiga sempre a chiclet com a boca bem aberta...);
- O chefe do “gang”, ar de cigano, jingão, que nunca anda com os livros, que suspeito serem carregados pelo pequenote.

Bom, não sei como é que este pessoal todo olha para mim, o tipo novo que passou a juntar-se ao gang. Bom, desde que não seja como “o tipo que passou a vir outro dia e micou a nossa colega a experimentar o varão”...

É que hoje em dia, pode ser perigoso esse tipo de associação!!!

terça-feira, junho 12, 2007

Rejeições Sanguinárias

Ontem foi dia de dádiva de sangue na empresa onde trabalho.

É a primeira vez que isto se realiza nesta empresa. No meu emprego anterior, realizou-se a mesma iniciativa algumas vezes. E dou sangue, gosto de ajudar onde possível. E sempre são uns minutos sem pensar no trabalho, e ainda nos dão um pãozinho e um suminho!

Mas ontem, depois de responder ao questionário da praxe, em que perguntam se já tivémos muitas relações sexuais não protegidas, ou se temos uma de N doenças sexualmente transmissíveis, não me deixaram dar...

Ou por outra, não pude dar sangue. Mas atenção, não por qualquer comportamento de risco! Bem, houve ali uma ou outra noite em que, com a bebedeira, não posso garantir...

Tinha o valor da hemoglubina baixo. O limite mínimo para os homens é de 13.5, e eu tinha 13.4! Que frustração!!! E já foi a 2ª vez consecutiva!!! Terá a ver com a alimentação.

O homem que nos verificava o histórico na base de dados do Instituto Nacional do Sangue, e nos tirava a tensão, é claramente de um país de Leste. Foi com ele que falei inicialmente, e a quem tive que ir entregar os papéis quando fui recusado.

É giro ouvir um tipo de um país do Leste a dizer “tiem qui cómer maix lyegúmiesss, como essspyniafris e grielhos, y tambiém carne vermyelhia.” Ao que respondo “Grielhos?”.... “Sim, grielhos”... “Ahh! Grêlos!” Podia ter feito logo ali um bom trocadilho, mas algo me diz que ele não iria entender...

Quem me fez o teste foi uma enfemeira bem gira, por sinal. Aconselhou-me o mesmo, comer carne vermelha (coisa que faço quase todos os dias...) e verduras. E eu que depois passe pela delegação do Porto, que ela talvez lá esteja para me dar novamente a pica...

segunda-feira, junho 11, 2007

Compota de Pérola - Passeios de madrugada

Este é um mapa da zona ribeirinha de Lisboa.

Na 6ª, dia 8, assisti ao 1º dia do festival Oeiras Alive 07, nomeadamente aos concertos dos Linkin Park e Pearl Jam.

O Festival acontece no chamado Passeio Marítimo (que devia ser Fluvial, mas isso são manias lisboetas) de Algés, no canto esquerdo da imagem.

Pois aquilo foi muito giro, valeu a pena e tal.

Mas o final... no final haviam cerca de 10 mil pessoas para entrar no combóio. Claro que olhando para aquilo, preferi ir indo a pé, até apanhar um táxi.

E andei, e andei, e andei... No início estava cansado, mas como até nem me importo de andar (não é que seja grande adepto, mas depois de começar, até vou indo), fui indo, sempre à espera de encontrar um táxi.

E passo pelo CCB, pelos Jerónimos, pela torre de Belém...

"Pelo menos devem haver táxis ao pé das discotecas", pensei eu, na minha boa fé...

E passo pelo BBC, pelas docas, por alguns outros bares, e nada...

E passo debaixo da ponte 25 de Abril (que agora devia ser novamente renomeada com o nome original de Ponte Oliveira Salazar, depois do concurso da RTP...), e nada...

Só consegui arranjar táxis nas docas de Alcântara, ao pé do Buddha!!! Claro que tive que comer por lá um cachorrito de roulotte (bem, aquilo nem era uma roulotte, era mais um carrinho de mão com chapa fritadeira...). Veja-se a escala do mapa, andei mais de 4 km!!!!

E ainda me perguntam porque raios não gosto de Lisboa...

quarta-feira, junho 06, 2007

Vruuuummm


Está aí a chegar mais um Grande Prémio da Cidade do Porto, no antigo Circuito da Boavista.

Confesso que no 1º ano em que isto se realizou (2005), não pensei que tivesse o sucesso que acabou por ter, e que originou que este ano se repita, e num formato ainda mais ambicioso, com corridas para o Mundial de Turismos.

Para quem não conhece, o Mundial de Turismos é um campeonato em que correm carros de modelos que encontramos na estrada, mas alterados para competição. É um campeonato habitualmente emocionante, quando mais não seja pela questão do vencedor da 1ª corrida ter que partir atrás para a 2ª, o que evita a monotonia.

Ou seja, tem mais piada que a Fórmula 1, que é óptima para noites de insónia, e também mais do que os Indycars americanos, cujas corridas ovais acabam por ser sempre a mesma coisa.

Ainda assim, acho que a coisa poderia ser melhorada...

Se estamos a falar de carros próximos dos que se vêm na estrada, também deviam ter condições próximas das que encontramos na estrada. Ou seja, aqui ficam algumas sugestões para tornar a coisa ainda mais emocionante, ao cuidado do Sr. Rui Rio:

  • A pista deve ter buracos. Carros normais devem correr em estradas normais, ou seja, esburacadas. Ok, não com buracos em que cabe uma retro-escavadora, mas pelo menos com algo que dê cabo de um semi-eixo ou entorte uma jante;

  • Devem existir zonas de velocidade limitada, com um radarzito escondido pela GNR. 1 Kilómetro à frente deverá estar uma patrulha da Guarda Nacional Republicana, que pára a viatura e efectua um procedimento normal... voltinha ao carro... apresentação sumária “boa tarde, sr condutor... faxófavor de apresentar os documentos próprios e da viatura”, com bafo de SuperBock, etc e tal...

  • Quando há um toque, os pilotos devem ter no carro uma Declaração Amigável, e são obrigados a preenchê-la, sob pena de vir a viatura da GNR...

  • Ao passar na bomba de gasolina da Boavista, deve haver uma tolerância para os pilotos que passem pela bomba, em vez da pista, para ultrapassar algum concorrente mais lento.

  • Devem existir alvos laterais em locais predefinidos ao longo do percurso, tendo os pilotos que acertar nos mesmos com um cigarro semi-acabado, para assim ganharem uma bonificação nos tempos ou pontos.

  • Deve existir um conjunto de carros preparados pela organização para entrar em determinada zona do percurso, de forma a causar um engarrafamento. Isto sim permitirá avaliar a perícia dos concorrentes.Antes do início de cada corrida, deve haver uma prova de vinhos, ou um almocinho bem regado.


  • Deve existir um medidor de decibéis na linha de chegada, para que se meça a explosão sonora de cada concorrente quando passa nesta zona do circuito, com as janelas abertas e a música a bombar. Isto dará também direito a um ponto de bonificação para o piloto com som mais alto. Claro que na altura de entregar o prémio, só mesmo com um megafone, senão o piloto não ouve...

segunda-feira, junho 04, 2007

Newsflash

Mais um fim de semana que passa, mais 48 horas de intensa e fervilhante actualidade.

Se não vejamos:

- Um atentado terrorista no Metro de Lisboa. Dizem que alguém lançou uma granada de gás pimenta. Na realidade, sabemos de fonte segura que o Pinto da Costa fez o trajecto Campo Grande – Sete Rios de metro, para poupar algum (ainda não veio o dinheiro da venda estemporânea do Anderson...), isto depois de almoçar um bife-pimenta ali na Portugália. Ficou por esclarecer se o gás irritante era de pimenta verde ou vermelha, em grão ou moída, ou mesmo se não seria piri-piri...

- O Serial-Killer de Santa Comba Dão confessa-se inocente. Há aqui várias incongruências... o homem é cabo da GNR, e todos sabemos que a GNR é incapaz de magoar uma mosca. Aquele episódio da cabeça cortada aqui há uns anos foi apenas um incidente com um baralho de cartas novinho, utilizado num jogo de Pesca que resvalou para uma acesa discussão, quando alguém pediu o Valete. Agora diz o rapaz que não matou ninguém, e que arrancou a confissão de um outro moço lá da terra. E foi assim também que soube onde estavam enterrados os corpos, o que depois indicou à polícia. Agora é que reparou que afinal não foi ele próprio...

- Na greve da semana passada, o governo falava em 15% de aderentes, enquanto os sindicatos clamavam 70%. Hmm... noto aqui uma pequena disparidade de valores. O que o governo não mencionou é que da equipa de pessoal que é responsável por esta contabilidade, 60% também fez greve, ou não fossem função pública, daí os dados oficiais serem baixos...

- O MillenniumBCP alterou a forma de controlo dos dados. Agora, além de ter mais problemas ao conseguir entrar no site para gestão da conta, sempre que tentar fazer uma compra ou pagamento, mandam-me um código por SMS para o telemóvel, que terei que introduzir. E claro que a velocidade disto depende do operador de telemóvel. Não era suposto a tecnologia facilitar e agilizar as coisas? Ainda hoje dei por mim a preferir ir a uma caixa multibanco próxima, em relação a fazê-lo pela net. É mais rápido e mais simples! Mais dia, menos dia, e isto fica como o outro, que para comprar o papel higiénico tinha que levar a mulher e os filhos, o cão, a sanita, o empreiteiro, o técnico de saneamento da câmara e ainda baixar as calcinhas em frente ao vendedor para apresentar o utilizador do papel em primeira-mão...

A vida está cada vez mais emocionante...