sexta-feira, dezembro 28, 2007

Igreja sem clientes

Nesta época natalícia, tem-se assistido a alguma reclamação da Igreja por notoriedade. Dizem que há um aumento preopcupante dos ateus, uma debandada geral dos fieis.

No dia de Natal, veio o D. José Policarpo, nosso cardeal patriarca, pedir mais fé, mais crentes, mais respeito pela igreja. E se a igreja se preocupasse em chegar mais perto dos que (ainda) são crentes??? Queixam-se que as seitas ganham terreno, roubam adeptos à igreja tradicional, mas nestes cultos paralelos, geralmente as missas são transformadas em espectáculos musicais, em que o público é convidado a participar, ou em que o "pastor" vai para o meio do público contactar com os devotos. Em que missa católica se vê isso??? Quanto muito, o padre Borga lá desata a cantar, mas que eu saiba, é o único.

Dizem que o filme "A Bússula Dourada" é manifestamente anti-religião, de modo que a igreja boicotou-o. Ora porras, nunca o papa tomar posição contra o Exterminador Implacável! Dizer que um filme que lida com um objecto com poderes, animais falantes, universos de fantasia, é anti-religião, só porque o autor da história já tinha dito que era ateu? Poupem-me...

Ainda ontem vi um documentário sobre a relação da igreja com a sexualidade. Não nesse sentido... Mas no sentido do celibato obrigar a um acumular de energia que tem que ser libertada de outra forma, em algumas seitas através do castigo físico. Desde o início dos tempos cristãos até ao ano de 1100 e qualquer coisa, todos os 39 papas tinham sido casados. Mas a certa altura houve um iluminado que decidiu que o homem deve ser puro. Pois... nota-se, com os escândalos de pedofilia de há uns anos atrás (quase todos abafados). Há um culto, um mosteiro no deserto do Sinai em que os crentes acreditam que todos os homens devem manter-se celibatários, pois só assim demonstram o amor por Deus, mesmo que isso signifique o fim da raça humana! E ainda falam de seitas??

E as freiras... aaahhh as freiras... esses pinguins fora d'água... Supostamente são noivas de Deus, com quem se encontram na hora da morte. Espera aí... "noivas de Deus"? Então Deus não devia manter o celibato? Se esse tem noivas, porque raios um padre não pode ter??? E porque raios o Deus só quer freiras? É que quando pensamos numa freira, não é propriamente a imagem de uma top-model que nos vem à cabeça...

Quer dizer... Deus (ou o JC) têm milhões de noivas, que só obtêm a consumação do acto quando estiverem cadavéricas, mas proíbem os padrecos de ter noivas (embora os obriguem a dar conselhos sobre a vida em comum num casamento). Não podem (supostamente) dar uma queca, sabendo que o sexo liberta substâncias pseudo-opiáceas e analgésicas, produzidas pelo nosso próprio corpo, e que de outra forma se vão acumulando, o que está provado não ser muito saudável, física e psicologicamente...
Por essas e por outras, eu prefiro ser ateu...

E o burro sou eu??? E o ruim sou eu???

sexta-feira, dezembro 21, 2007

É Natal, é Natal, é Natal, é Natal, é Natal...

Nota-se que é Natal...

Hoje entrei no combóio, e imediatemente me entra nos ouvidos uma música, vinda do sistema de som do combóio: "É Natal, é Natal, é Natal.... é Natal, é Natal, é Natal.... é Natal, é Natal, é Natal..." e por aí fora.

Acho que nunca tirei o leitor de MP3 do bolso tão rapidamente como nessa altura.

Mas mesmo assim, tive que colocar a música bem alta para conseguir abstrairme do coro de Stº Amaro de Oeiras ou lá o que raio fosse.

Ainda assim, ainda consegui notar quando mudou de música, e ouvir o refrão da música seguinte:

"Noite de natal
Noite de magia
Se fosses maior
Mais natal havia!"

Oras... isto dá que pensar... Terá a letra sido inspirada durante a visualização de uma película porno-erótica? Ou terá o autor fantasias com o Pai Natal? Ou estaremos apenas a falar de uma longa noite? Uma criança inocente levará o contexto para uma prenda, ou um bolo. Mas nós adultos, que temos a responsabilidade de ouvir uma quadra e tirar as devidas elações, sabemos bem que não pode ser relacionado com uma prenda ou doce. Ao ouvir esta música, apenas uma coisa me veio à cabeça: o Mutombo com barba branca e fato vermelho.

Tremo de medo ao pensar que daqui a pouco mais de 1h, voltarei a entrar num combóio, de regresso ao Porto, e provavelmente irei ouvir novamente esse maldito CD. Pobre de quem tem que ouvir aquilo o dia todo! Como o revisor... ou melhor, "assistente de cobrança e vendas", era o que estava escrito num pin, logo abaixo do nome: "Ovídio Mateus".

...

"Ovídio"?

Chiiiiça...

Não sou de fazer pouco dos nomes que nos dão, até porque as pessoas não têm culpa, quando nascemos e nos começam a chamar por algum nome, não temos propriamente poder ou capacidade de recusar. Mas... "Ovídio"?...

Phone-ix, no que estariam a pensar os pais quando lhe deram esse nome? Que o rapaz iria ter uma grande exploração agro-pecuária quando crescesse? É que assim poderia dar um slogan engraçado: "Ovinos do Ovídio, ovelhas de pura lã virgem!". E como certificar que a lã é virgem? Provando que as ovelhas correm mais que o pastor...

quinta-feira, dezembro 20, 2007

Solteirismo vs Pets

Hoje, ao responder a um mail, falei mais uma vez sobre o movimento Solteirismo.

No texto, indicava que, até prova em contrário, não planeio deixar esse movimento.

Mas entretanto, ocorreu-me comparar uma relação amorosa com uma relação com um animal de estimação, ao nível de sabermos de antemão que vamos sofrer. Isto depois de ter visto uma jovem moçoila indicar que teve recentemente várias paixões em pouco tempo.

Quando temos um animal, a não ser que seja um papagaio ou uma tartaruga (cágados não contam...), a probabilidade do bicho morrer no espaço de 15 anos é muito alta. Ou seja, para quê ter o bicho, se já sabemos que, quando morrer, vamos ter momentos de dor e tristeza, perfeitamente evitáveis se optássemos por não o ter?

Aí a resposta é fácil... porque todos os outros momentos compensam isso. Penso nisso ocasionalmente, porque a minha gatinha "já vinha" com uma doença debilitadora, que torna a sua esperança de vida mais curta do que um gato normal. Mas nunca pensaria em não tê-la. Encho-me de ternura de cada vez que me olha com os seus olhos verdes e me pede festas. Ou seja: sei que, quando chegar a altura, vai doer, e muito, mas de cada vez que a ouço ronronar sinto que vale bem a pena.

Porque não sinto o mesmo quanto a potenciais relações amorosas? Porque, até prova em contrário, não seria o primeiro a pensar, quando a relação "morre": "Talvez não tenha valido a pena perder este tempo todo"... ;)

quarta-feira, dezembro 19, 2007

Uma fonte em casa

No passado Domingo, senti a casa algo fresca, o que não é normal, mas talvez (e só talvez) tenha sido por ter deixado uma janela aberta até às 8 da noite.

Já sabia que o aquecimento central não estava a funcionar, pelo que pensei que seria uma boa altura para tentar corrigir isso. Mas antes de chamar o pessoal da marca, resolvi ligar o dito-cujo, para tentar perceber se a reparação poderia ser coisa fácil ou não.

Liguei o interruptor ON/OFF, na sala, para 25ºC. Fui para a caldeira (a gás), tentar perceber a razão para a avaria.

Ouvia um silvo baixo, indicando que havia ali uma fuga, mas não percebi onde era. Ao fim de 1 minuto, a caldeira desliga-se, não havendo circulação de água para os radiadores.

"Bom", pensei eu, "não é a um Domingo à noite que vou andar atrás da fuga, amanhã vejo isso com mais calma".

Voltei à sala, desliguei o interruptor, e pronto, fui à minha vida...

Passado 1 minuto, há um estrondo, e quando vou à cozinha vejo um jacto de água a sair da parede... o tubo que abastece a caldeira com água (para a aquecer) saiu da parede, originando que a aguinha da companhia saia sem qualquer impedimento.

Perante aquela visão, primeiro tentei perceber se era possível cortar a água na caldeira, mas cedo percebi que não. Depois de 2 ou 3 segundos, que pareciam horas, lembrei-me de ir cortar a água, lá fora no hall dos elevadores do andar.

Começo a correr, mas como já estava com os sapatos (e calças) encharcados, ao por o pé esquerdo no chão, este escorrega e foge para a esquerda. Consigo aguentar-me com o direito, mas não sem fazer uma pequena esparregata, que espero não trazer consequências à minha futura prole!

Depois de desligar acidentalmente a água ao vizinho, lá desliguei a minha. Tinha 2 cm de água na marquise, que passei a hora e meia seguinte a retirar e secar.

Raio de forma de passar um domingo à noite...

domingo, dezembro 16, 2007

New York


Regressado de NY...

Que cidade fantástica. Há sempre coisas para fazer, uma semana não chega para conhecer tudo. Claro que não é possível comparar com o Porto, mas seria possível a um turista arranjar coisas interessantes para fazer aqui, durante 1 semana?

Já agora, para quem não sabe, diga-se que Nova Yorque e o Porto estão frente a frente, em termos geográficos.

Duas coisas me impressionaram pela positiva, aspectos que não esperava encontrar em NY:

- A simpatia das pessoas. Em todo o lado, toda a gente ajudava ou se prestava a isso. No metro, o pessoal apercebia-se que iríamos sair na próxima estação, e arranjavam-se para nos dar passagem. Na rua, qualquer encontrão (normais, com as hordes de gente na zona da Times Quare...) era seguido de um "I'm sorry...". Nos restaurantes todos eram prestáveis e simpáticos (pudera, à espera da gorjeta...).

- A beleza das mulheres. Poderia pensar-se que a seguir viria uma frase do tipo "era só boazonas!!!", mas não, não vou por esse caminho (hoje...). Fiquei surpreendido com a quantidade de mulheres bonitas, elegantes, altas, que se viam nas ruas, mesmo fazendo a filtragem de quais seriam turistas ou locais. Estava à espera de encontrar a típica americana, cheiinha, feiosa, mas de facto não.

E que bom é entrar em restaurantes ou bares e sair de lá com a roupa a cheirar ao mesmo odor que tinha à entrada!!! Que me perdoem os fumadores, mas estou ansioso para que chegue a lei do tabaco...

domingo, dezembro 09, 2007

Viagem para NY

Vim para Nova Yorque uma semana, fazer compras e conhecer a terrinha.

A viagem foi pela nossa TAP, que não conseguiu apagar a imagem negativa que tinha.

Bem, pelo menos é bom ver como a nossa transportadora não faz descriminação na contratação de hospedeiras, nem ao nível da idade nem da aparência física. Há companhias que tentam ter hospedeiras jovens e engraçadinhas. Pffff, que atitude tão discriminatória... Ao menos a TAP tem matronas de 50 e tal anos, e mulheres que mal cabem entre as cadeiras, de tão larga que têm a cinturinha....

E ao fim de alguns anos, finalmente percebi o porquê da altura mínima para ser hospedeira. Não é por questões de elegância ou de altivez, naaahhh, é só mesmo para poderem fechar os armários das malas... É difícil imaginar uma senhora de metro e meio a tentar fechar as portinholas... aos saltinhos para tentar lá chegar, ou a pedir ajuda aos passageiros mais altos...

E os comandantes da TAP, é tão bom ver que têm aquele comportamento típico português, do verdadeiro aldrabão! O avião Porto-Lisboa atrasou duas horas, tendo uma recepcionista do balcão da TAP dito que o avião que faria esse trajecto vinha de Londres, e já vinha daí com esse atraso. Mas o comandante fez o favor de dizer que o atraso se deveu ao nevoeiro no Porto.

Nevoeiro??? Estava céu algo nublado, mas nada de nevoeiro!!! Porque raios terá o homem sentido necessidade de inventar essa treta, sabendo que os passageiros saberiam perfeitamente que não havia nevoeiro???

Já noutro avião, entre Lisboa e NY, andamos um pouco às voltas, certamente porque, devido ao atraso, seria necessário aguardar por uma hipótese de aterrar, no meio do movimento do aeroporto. Mas claro, o comandante português sai-se com uma "Sr.es passageiros, estamos a demorar um pouco mais devido à queda de neve no aeroporto de Newark".

Claro que, quando chegamos, todos os passageiros olharam pelas janelas e perguntam-se "neve??? qual neve???".

Pena, NY com neve até devia ser uma imagem engraçada... Será que os podemos processar por publicidade enganosa???

quarta-feira, dezembro 05, 2007

Dói quando carrega? Então não carregue...

Quando conhecemos alguém, ficamos imediatamente com uma impressão da pessoa, seja positiva ou negativa. Raramente é neutra.

Reconheço que eu próprio não crio boas 1as impressões, pela natureza discreta e calada, mas é algo que se vai alterando à medida que as pessoas me conhecem.

Por essa mesma razão, tendo a não me guiar pelas primeiras impressões que os outros me causam.

No entanto, acho que toda a gente associa a expressão facial a determinados traços de personalidade. Todos ficamos com a sensação de que aquele tipo que era mesquinho e fuínha, tinha mesmo cara de fuínha... E há casos famosos... o Rui de Carvalho tem cara própria para fazer papéis de avôzinho, e é reconhecido como sendo boa pessoa, na realidade. E há alguém que não ache que o embaixador Jorge Ritto não tem cara de pedófilo??? Oops, isso ainda está a ser julgado, e é inocente até prova em contrário...

Bom, isto para falar daquela senhora de não-sei-onde, com a doença não-sei-de-quê, apanhada após uma infecção decorrente de uma operação, que foi obrigada a voltar ao trabalho pela Caixa de Aposentações lhe ter recusado a baixa médica, sendo salva pelo Teixeira dos Santos (e não pelo Ministro da Saúde, o que não deixou de me causar estranheza).

Há ali qualquer coisa naquela mulher que não "bate certo"... Não sei o quê, acredito que esteja com dores e que realmente não possa trabalhar, mas a expressão dela ao dizer que está cheia de dores horríveis... diz o contrário. Claro que é apenas uma opinião muito pessoal, mas o facto é que a senhora, na sequência da intervenção do ministro, foi convocada para uma junta médica que, supostamente, lhe iria finalmente justificar o merecido repouso, e no entanto foi ordenado o regresso à vida activa.

Quando o jornalista lhe pergunta quais os exames a que a junta a submeteu, primeiro diz "nada, nem me tocaram, praticamente nem olharam pra mim, só falaram", passado um pouco já dizia "só me viram aqui a cervical, mas mais nada, nem mexeram". Será que com mais um pouco de insistência, já admitiria que lhe fizeram testes completos, incluindo ressonancias magnéticas e toques rectais à próstata???

Será que uma junta médica, num caso com tanta exposição mediática, não iria examinar realmente a senhora??? Duvido.

Não sei, posso estar muuuuuito enganado, mas há ali qualquer coisa que não me parece muito bem...