terça-feira, novembro 25, 2008

O Presidente e o BPN

Apesar de estar na China, vejo os telejornais da Sic, colocados na net pouco tempo depois de se realizarem (isto porque a emissão em directo não funciona, diz que não dá para transmitir nesta região...).

E acabei de ver o jornal da tarde, tendo achado curiosa a declaração do nosso excelso e grande palrador Presidente da República, o sr. dr. Cavaco Silva, relativamente às implicações do Dias Loureiro no caso BPN.

Exceptuando as considerações óbvias quanto à idiotice dessa declaração, quando fazia todo o sentido que esse rapazola, que até era um dos seus ministros favoritos quando por andou pelo governo, suspendesse a presença no conselho de estado até estarem afastadas todas as suspeitas (se é que isso algum dia vai acontecer).

Mas não foi isso o que achei curioso... Foi o facto de o homem ter dito que se reuniu com o Dias Louteiro. LouTeiro??? Mesmo se o nosso grande chefe estivesse constipado e fanhoso, nunca diria "Louteiro"!

Isso deixa-me a pensar no que ele queria realmente dizer...

Será que lhe fugiu a boca prá verdade e queria dizer "Caloteiro"?

Ou será que disse isso para, caso se venha a verificar que o Dias LouReiro realmente estava metido até à ponta dos cabelos (mesmo os pintados) no caso BPN, poder vir a dizer "ah, não, mas eu referi o Dr. Dias Louteiro, que é um grande amigo de infância, e sempre me disse que não tem nada a ver com este caso"???

Sim... deve ter sido isso... ah ganda presidente, afinal até tens jeito para as palavras. Ah presidente erudito! Melhor que isso, só mesmo o Lula.

PS: É curioso que, nesse mesmo telejornal, lá para os 23 minutos e meio, o pivot (Bento Rodrigues), ao re-introduzir a reportagem sobre a explosão em Portimão, informa que a mesma causou 11 mortos. Na realidade eram apenas feridos, mas o homem deve ter algum parente na TVI e fugiu-lhe a boca para o espectáculo. Anda a fugir a boca a muita gente...

China in your hands...

Estou há 3 dias na China. O primeiro dia foi passado a recuperar do jet-lag, depois de:
- 2,5h de avião Porto-Frankfurt;
- 10h de avião Frankfurt-Shanghai;
- 2h de camioneta Shanghai-Suzhou.

Sim, camioneta. Aventurei-me, e em vez de vir de táxi, acabei por optar a camioneta de província. Não foi grande problema dar com o autocarro correcto, felizmente a mulher da estação berro o nome da cidade para onde vinha. E por acaso, o tipo que, ao entrar numa paragem intermédia, veio reclamar de que estava sentado no lugar errado, falava bem inglês e foi simpático...

Hoje, para me vingar, fui a uma casa de massagens. Atenção: massagens MESMO! Nada de... "happy end"... A mulher partiu-me todo, diria mesmo que nos pés tive umas dores algo penosas, mas estou relaxadinho, e acredito que vá ter uma noite descansadinha.

Mas regressando ao autocarro, na estação tinha o aviso aqui apresentado. O que achei algo estranho. Mesmo dando o desconto da tradução literal, não consigo perceber o que dizem ao embrulhar a barba ou não sei quê...



segunda-feira, novembro 17, 2008

The Clothes Nightmare

Já agora, não resisto a colocar aqui uma cena assustadora, que acabei de deixar em comentário a um dos blogs que vejo regularmente (o do Mercado...).

Trata-se de uma cena de um filme de terror em que o protagonista vai ao... oops, não, afinal é só a inauguração do estádio de Alvalade XXI, em Agosto de 2003.

Esperem até ao minuto 2:05, e pasmem-se com algo que decerto muitos de vós terão tentado apagar da memória.

Eu ainda acho que o desejo da rapariga era ser lutadora de Sumo....


Trip to Genéve

Na semana passada tive uma reunião em Lyon, Este de França. Para lá chegar, voei com a Tap para Genebra, e lá aluguei um carrito para fazer os 150Km até à 2ª maior cidade francesa.

Na companhia de rent-a-car, deram-me uma carrinha Ford C-Max. Quando entrei na dita-cuja, um dos primeiros pensamentos foi "porra, esqueci-me de trazer um CD para ouvir durante a viagem". Já não é a 1ª vez, e não há de ser a última. Numa das poucas alturas em que me lembrei de levar banda sonora num CD, o carro tinha um leitor de cassetes. Típico.

Este animal era de mudanças automáticas. Coisa que detesto, mas que começo a perceber que dá algum jeito, principalmente no trânsito de cidade, há menos esforço.

O bicho era novinho, tinha 22km's, fui o primeiro cliente a "domá-lo". Mas tal como boi de rodeo (sem ambientalistas), não foi fácil. Como ainda tinha bastante tempo, fui até ao centro de Genebra, passear um pouco, e ao cabo de uns 20 km de percurso em pára-arranca, começo a ver algum fumo a vir da parte de trás do carro.

"Deve ser por estar frio", penso eu.

Mas o fumo ia continuando. E sempre que parava num sinal vermelho, parece que ficava pior, com mais fumo.

E começa a cheirar-me a queimado.

Nessa altura, dá-me um daqueles impulsos que temos quando nos apercebemos num repente, num milésimo de segundo, de termos feito uma burrada brutal.

"Ganda porra, venho desde o aeroporto com o travão de mão puxado!!!".

Assim que o destravei, o fumo começou a diminuir, e passado pouco tempo deixou mesmo de se ver. A posição de condução que tinha não permitia ver o avisador do travão, por ter a visão bloqueada pelo volante. Espero que o próximo tipo a usar o carro não estacione em ruas muito inclinadas...

Já conhecia Genebra, mas lá fui dar o passeio dos tristes, com a obrigatória foto ao geiser do lago. É curioso como não se consegue ver alguém na rua que pareça genuinamente suíço. Este povo não tem identidade, não tem traços característicos, nem sequer tem uma língua própria!!! Será que alguém, alguma vez na história, terá dito "epa, aquele gajo parece mesmo suíço"???

Já ouvi falar em pessoal com grandes suíças, mas não era a respeito das miúdas. Bom, talvez se fizermos comparações ao nível da pontualidade, porque realmente, fabricantes de relógios é o que não falta por lá.

Mas parecem ser felizes. Agora...

O que não me deixa muito feliz é a "Lisboetagem" dos Lisboetas, pois então...

Chamem-me de bairrista, mas sou daqueles que acha que o pessoal de Lisboa se acha no centro do mundo. E que quando os pivots de telejornal da capital vêm que está a chover lá fora, vêm dizer que "hoje chove em todo o país", mesmo que em Vila Franca já faça um sol abrasador. Note-se que não tenho nada contra o lisboeta comum, até conheço uma lisboeta que não me importava nada de conhecer melhor :) mas às vezes há coisas que... irrrrra!

Um exemplo? Ah com certeza: vejam só o que a revista da TAP chama ao apontamento de reportagem sobre o café Majestic, no PORTO, tendo-lhe chamado de "Majestoso Lanche" na língua lusa... Será o exemplo perfeito de tradução de Inglês para Lisboeta. Ou será de Lisboeta para Inglês???



Ah, e já agora, "Garouper" em inglês é um tipo de peixe, numa tradução mal amanhada que nem aparece em todos os dicionários. Cum catano...

terça-feira, novembro 11, 2008

É um postzinho, óh faxavori...

Já há algum tempo falei da problemática dos diminutivos. Nomeadamente de pedir um cházinho, ou uns bifinhos com cogumelos, e se isso seria demasiado gay.

Ontem, ao chegar à caixa, na cantina, depois de ter já o tabuleiro preenchido com o prato de comida e talheres, faço o habitual, que é pedir à operadora da caixa por "um geladinho, por favor"...

O coleguinha atrás de mim, na sua infinita sapiência, dispara um "e porque não um gelado?".

Oras... ok, tem uma certa razão. Mas por outro lado, aquilo é mesmo um geladinho, é um copinho tipo suissinho que nem está cheio até cima, com a desculpa de dar um toque artístico, na forma de uma ondulação na superfície (mas que na prática são menos uns 3 ou 4 centilitros de baunilha. Ou de chocolate. Ou ainda de morango).

Além disso, todos sabemos como as senhoras que nos colocam a comida no prato são aquelas a quem devemos tratar melhor. Chamem-lhe cunha, e atirem com a desculpa de que a comida de cantina não é a do Bull&Bear, mas prefiro ser bem servido e ficar com o prato mais cheio do que atirarem-me apenas uma bola de arroz e 2 pedacitos de pseudo-rojões mal amanhados.

A senhora até já sabe que peço sempre o gelado. Ainda hoje nem foi preciso dizer, quando lá cheguei foi logo à arca buscá-lo. Ou então era para não me ouvir pedir o "geladinho". Talvez ache que me fica mal ter uma expressão gayzola como essa. Ok, "gayzola" talvez seja demasiado forte. Uma expressão delicada, pronto.

Mas afinal, é assim tão mau pedir bifinhos com cogumelos, seguidos de um belo geladinho??? Invejosos, é o que é!

Ah, resta acrescentar que, logo a seguir, o dito-cujo colega, por quem tenho muita estima e consideração (tenho mesmo, um gajo que acaba o MBA só pode ser boa pessoa), e que naquele dia até tinha a barba feita (o que é raro), lembrou-se de pedir "uma colherzinha" para a sobremesa... Pois é, jovem, entre uma colherzinha e um geladinho, não sei não...

sábado, novembro 01, 2008

De cábázáda...

Outro dia, fui jantar ao Norteshopping. Estive com os colegas do MBA a adiantar um trabalho, e quando saí da escola fui comer qualquer coisa.

Quando lá vou comer, geralmente vou à casa de comida a peso, ao lado do Cascata, naquela zona superior, que fica directamente por cima do bowling.

Por isso mesmo, a zona de esplanada dá directamente para a zona de máquinas de diversão, à entrada do bowling. Nas quais há alguns equipamentos de air-hockey, aquele jogo tipo mistura de ténis com futebol, em que se tenta enviar um disco a entrar numa abertura.

Um dos problemas disto é que quando há gente a jogar, quem está a comer só ouve o *clank* do jogo, o que se torna algo irritante.

Heis que chega um casalito para jogar numa dessas máquinas. Ele tipicamente de estilo gingão, daqueles tais que quando compram um maço de tabaco ficam 10 minutos a batê-lo na mão ("é para assentar..."), e ela a mascar a sua chiclet de bocarra aberta, a mostrar a toda a gente como é boa a criar saliva para envolver a dita-cuja.

*clank*

E começam a jogar... *clank*

E o primeiro golo nem demora 10 segundos. E o 2º nem 5 segundos depois. *clank*

E o 3, e o 4º e por aí fora.

*clank*

A coisa acaba em pouco mais de 2 minutos. O rapaz ganhou 10 a zero e estava todo contente, saindo dali com a rapariga debaixo do braço esquerdo, como se de um saco de batatas se tratasse. Bom, ela parecia divertida, por isso devia estar a gostar.

Mas... penso eu... que raio de gajo! Se fosse eu, deixava a miúda meter um ou dois golitos, fica sempre bem! É uma questão de educação social, de "savoir faire". Que gajo é que ganha "de cábázáda" à miúda e fica todo orgulhoso???

Bom, suponho que é um retrato da nossa sociedade. É este tipo de homem que fica furibundo porque a mulher ganha um pouco mais que ele, ou que lhe chega um par de estalos se ao chegar a casa não está a TV já sintonizada na Sportv, a bejeca aberta e gelada na mesa e o toalhete húmido pronto para limpar a mãozinha depois da coçadela na tomatada. É o que temos... Um dia destes ainda saio de casa com a moca, para dar uma traulitada numa jeitosa qualquer e arrastá-la para a caverna...

*clank*!