domingo, fevereiro 17, 2008

Abertura Fácil

Na semana passada, houve um dia em que quase não consegui chegar a tempo ao combóio.

Bom, houve um dia em que não consegui mesmo, e tive que ir de carro. Mas isso foi porque tinha dormido pouco, e foi mais difícil levantar do que o habitual. E além disso, foi num dia em que tinha que chegar mais cedo, pelo que tentei apanhar o combóio que passa às 7:04 no apeadeiro da Travagem.

Mas no dia em causa, realmente consegui lá chegar a tempo, mas foi difícil, tive que acelerar um pouquinho.

E o porquê do atraso? Porque ao tentar preparar uma sandocha para não passar a hora e quarto de viagem com o bucho vazio, tive a infeliz ideia de colocar não apenas fiambre na sandes, mas também, porque não, vá lá, um pouco de queijo.

Ambas as embalagens, tipo reservatório de plástico, tinham um cantinho com a indicação "Abertura Fácil"...

...

Pró raio que os parta... "Abertura Fácil"??? Só se tiver uma serra eléctrica à mão! Aí é só carregar no botão! Porque de resto, eu bem puxei por aquilo, berrei, esperneei, saltei, mordi, e só com muito esforço lá consegui abrir a de fiambre, e mesmo depois do canto, o resto da embalagem parecia ter SuperCola3. A de queijo foi ainda pior! E com isto perdi mais 2 minutos do que o normal. Ah claro, porque o orgulho é algo de muito forte, que não se deixa vencer por uma simples embalagem de fiambre ou queijo mozzarela. Nem pensar em pegar numa tesoura ou faca, quando tenho estas mãos másculas e machistas prontas a atacar algo com a indicação "abertura fácil"!!!

Mas ninguém controla isto??? Não há uma ASAE que se preocupe em fazer testes à abertura fácil de alimentos??? É como frascos que indicam o mesmo, ficamos ali com o boião no meio das pernas a fazer caretas de sofrimento enquanto tentamos abrir com a mão esquerda, porque a direita já deu um "jeito", quando se tentou abrir com a ajuda de um frasco.

Eu acho uma afronta. Já que há associações estúpidas, também devia haver uma Associação dos Cidadãos Consumidores de Embalagens de Abertura Fácil, a ACCEA, que se encarregaria de fazer exposições periódicas ao governo sobre o flagelo das embalagens de abertura fácil. Eu próprio a criaria, mas ando muito ocupado em gerir o movimento do Solteirismo...

Simple Plan - Untitled

Este ano, no Carnaval, vimos as estatísticas a indicar que tinha morrido menos uma pessoa do que no ano passado, mas que tinham havido mais acidentes. Ou ao contrário, mais um morto mas menos acidentes. Foi qualquer coisa desse género.

O que poucos órgãos da comunicação noticiaram foi de que a "operação Carnaval" deste ano teve menos 1 dia do que no ano passado, por isso o balanço é mau.

Vêem-se imensas campanhas publicitárias. Vêm-se vagas de "caça à multa", em que em vez de procurarem pessoal com comportamento errático (consequentemente perigoso), não, ficam parados numa rotunda ou numa bomba de gasolina, a parar todos os carros que apareçam, à espera que os verdadeiros bêbados, que ficam na discoteca a beber até o bar fechar, não recebam sms's dos amigos a avisar que "está ali a moina"... Gostava de ver uma estatística da quantidade de acidentes que há, num raio de 10 km's, à volta de um local onde haja uma operação Stop...

Há uns anos atrás vi um vídeo, um teledisco, de uma banda americana. Reparei novamente agora nele, porque estava a tentar libertar espaço no disco e apareceu-me uma pasta de downloads antigos, que já nem sabia que tinha. No meio das coisas indecentes, lá estava este video.

A banda chama-se Simple Plan, e têm tido alguns êxitos de pouca visibilidade. O video fala de uma coisa pouco explorada pelas campanhas de prevenção rodoviária: o efeito do acidente não só em quem o sofre, mas quem está à volta. A canção chama-se simplesmente "Untitled" (sem título). Não é má, algo lamechas, mas o vídeo, acho que está muito porreiro.



Eu, pessoalmente, acho que entre o álcool e as estradas, o grande problema ainda está na falta de civismo...

segunda-feira, fevereiro 11, 2008

Carnaval 2008...

Foi Carnaval.

Esta semana, cumprindo-se a tradição, celebrou-se o Carnaval em Portugal, no meio de chuva e frio, como habitualmente.

Sinceramente, não entendo porque raios insiste a nossa sociedade em manter este carnaval desta forma, miserável imitação do estilo brasileiro, com desfiles de pessoal em trajes menores, com temperaturas de 5 ou 6ºC... Acho que consegui ouvir um tipo na televisão, ao assistir ao desfile numa qualquer terreola, a dizer para a amiga "olha, aquela está com uns collants com desenhos", e a rapariga a responder "não são collants, burro, é ela que está com tanto frio que o pelame todo dos presuntos fica eriçado..."

E depois são ordes de artistas brasileiros a "abrilhantar" os desfiles, geralmente de uma qualquer telenovela em exibição.

Temos a sorte de ver actores de papéis secundários a desfilar quietinhos no carro alegórico puxado por um tractor agrícola, a ganhar centenas de contos para cá vir. É que no verdadeiro carnaval, eles mexem-se. Ah mexem-se, porque se a escola ganhar a competição, é uma espécie de orgulho nacional. Aqui, já ficam orgulhosos se conseguirem chegar ao fim do desfile e não tiverem que amputar o nariz ou os dedos, ou outras extremidades corporais, no melhor estilo João Garcia...

Falando a sério, que raio é isto??? Podíamos ser diferentes, fazer como os ingleses em Notting Hill, que fazem o desfile do corço em Agosto. Ou como em Veneza, onde o carnaval envolve fantasias de luxo, elaboradas, que cobrem o corpo todo!

Podíamos ter sido diferentes, atrair turismo com um carnaval único, mas não... Como o povo consome telenovelas como quem consome tremoços, tínhamos que fazer as coisas iguais ao país irmão... E o importante é que o povo se divirta...

Mesmo o carnaval de Torres Vedras, o tal mais português, pode não ter estrelas brasileiras, mas vamos lá a ver que tipo de música se ouve, e como é o desfile... Ter uns gigantones a agitar os braços e a sambar, pra mim vai dar ao mesmo!!!

Felizmente tive um bom carnaval, com praticamente nenhuma influência brasileira...

Nota: Nada tenho contra os brasileiros, apenas contra a nossa "aportuguesisação" do carnaval do rio...

All work & no play

Já não deixava aqui um comentário há algum tempo...

Isto porque a pressão e volume de trabalho que tenho tido tem-me deixado com pouca paciência para encontrar aspectos mais ligeiros no mundo que nos rodeia. Ou por outra, eles estão lá, mas a pachorra para sentar ao pc e escrever alguma coisa com o mínimo de sentido é que não é muita.

Tenho trabalhado 11 a 12h por dia (ok, contando com os 20 minutos de almoço...), e mesmo assim não tem chegado para as encomendas. Porque embora faça tudo parte, é muito diferente andar o dia inteiro atrás de um auditor, ou estar sentado no lugar a fazer os relatórios que nos pediram para ontem.

Será que vale a pena?

Será que adianta um grosso, matarmo-n0s a trabalhar, para no fim recebermos uma palmadinha nas costas a dizer "não fizeste mais do que a tua obrigação"? Ou pior, se no meio das 20 ou 30 coisas que fazemos ao mesmo tempo, uma sai mal, as outras todas que saíram bem são rapidamente esquecidas.

Não, não adianta. Perder anos de vida por causa dos nervos no trabalho é coisa que não interessa a ninguém. Por outro lado, não consigo deixar as coisas de lado, há algo que me diz "porras, se há isto para fazer, ao menos tenta!!!".

Mas como digo, isso tem o seu peso. Quantos não chegamos a casa fartos do emprego, e mesmo sem pensar em descarregar em alguém, acabamos por fazê-lo de forma quase involuntária, principalmente se ouvimos alguma coisa que nos faz aquele "click" que leva à explosão?

Nessas alturas, sou o contrário de muita gente. Enquanto muitos preferem encontrar-se com os amigos, desabafar, chorar baba e ranho, etc, eu prefiro vir para a minha casinha, deixar a gatita adormecer no meu colo enquanto lhe faço festas, e desligar. Evito chatear os outros com os meus problemas. Até porque, às horas que tenho feito, pouco depois é outra vez altura de ir para o trabalho...