sexta-feira, dezembro 19, 2008

Escorregadelas

Um destes dias, ao entrar na casa de banho da escola de gestão onde ando a tirar o cursinho, esta tinha acabado de ser lavada, o chão estava todo molhado.

Não tinham colocado o sinal de “piso escorregadio”, mas o calçado que tinha na altura evitou que me espalhasse pela casa de banho fora.

Mas isso fez-me pensar... E se por acaso me tivesse falhado o pé, e tivesse dado grande tombo? Pior: e se durante o tombo, naquelas tentativas débeis e ridículas de nos aguentarmos nas canetas, fosse dar uma traulitada nos urinóis, que estão ali tão pertinho?

Não estou a ver nenhum homem de pelo no peito, consciente da sua masculinidade e com todo o machismo latente, a chegar à beira dos amigos com grande galo na testa e dizer “epá, dei uma cornada no mijadouro”. É que não soa nada bem, não é coisa... d'homem! Um tipo magoar-se no mictório é coisa de quem não sabe o que faz... quase coisa de maricas. O George Michael podia-se magoar no WC, mas isso é porque gosta de fazer lá acrobacias.

Imagino o que diria o macho... “epá, andei à porrada com um gajo... mas deixei-o em pior estado!”.

Ao que respondem os amigos: “então? Mas acabaste de sair daqui para ir dar uma mija!”

“...er... pois, mas apareceu um gajo que me queria assaltar, de ponta-em-mola e tudo, e... e depois de muita porrada dei-lhe uma pantufada tal que ficou com a moina enfiada na sanita. Até puxei o autoclismo mas o tipo não foi junto”. Bom, desde que não fosse o George Michael...

O problema é se o tipo fica com o “Roca” marcado na testa...

quarta-feira, dezembro 17, 2008

Subjectividades Metafóricas

Quando era puto e andava nas aulinhas, era vulgar, nas aulas de língua portuguesa, termos que analisar as figuras de estilo utilizadas pelos autores, para realçar certos sentimentos, certas sensações.

Sempre considerei isso uma treta. Não imagino o Camões a pensar "Ora vejamos... 'Fogo que arde... oras aqui agora, ficaria bem, pois então, uma onomatopeia... ou uma hipérbole... ou um realçe da metonímia? Oh amor ardente, ajudai-me nesta demanda por um termo que me garanta gajas na cama..."!!!

Isto é também vulgar, na análise a obras de arte, principalmente abstracta, nomeadamente a tentativa de determinar o que o artista pretendeu transmitir com a sua obra.

Se na questão da língua, ainda dou um desconto, porque mesmo que o autor não tenha utilizado conscientemente esta ou aquela figura de estilo, pode ser interessante descubri-las no texto, já com a pseudo-arte não aguento.

Não aguento!!!

Um tipo que pinta um risco num quadro e lhe chama "obra-prima", está-se pouco cagando para o que significa o raio do risco!!!

Hoje, no canal de cabo "Porto Canal" (a minha mãe é um dos 3 espectadores do canal), num programa alegadamente sobre cultura, apresentado por um tipo que ficou em 2º numa das primeiras edições do Big Brother (o que só por si, já representa um contra-senso), falavam numa galeria de arte, sei lá onde. Nela, pediram a um tal António Sousa (ou seria Alberto?) que comentasse um quadro que estava ao seu lado, exposto.

Diz ele "bem, isto aqui podia ser... sei lá... um cavaleiro, algo assim... e aqui esta zona... talvez... não sei... um borrão que evoluiu até esta forma...". Oras, se pediram a opinião ao Xôr Sousa é porque o quadro era dele!!!

Cum catano, o tipo admite que nem faz ideia do que é que tentou representar!!! Admite inclusive que fez um borrão, e a partir daí fez o quadro!

E esperem que nós, incautos ignóbeis, tentemos, dentro da nossa brilhante ignorância, determinar se o Xôr Sousa estaria a pensar na Angina de Peito ou na Angelina Jolie quando desenhou ali aquela forma curva???

E por acaso o quadro nem estava feio, que faria se fosse daquelas esculturas tipo sanita partida e invertida no meio de um monte de tijolos. Alguém que me pergunte o que acho que significa...

terça-feira, dezembro 09, 2008

Images lá do outro lado do mundo...

Bom, aqui ficam algumas fotos de Macau, para não haver reclamações...








segunda-feira, dezembro 08, 2008

Massage? Massage?

Demorou para recuperar o jet-lag!

Normalmente, tento fazer um pequeno truque para ultrapassar o Jet-Lag, e costuma resultar: no dia anterior à viagem saio à noite, para dormir pouco e cansar-me, para que vá a dormir na viagem. Desta vez não resultou. Acabei por ficar acordado a maior parte do tempo na viagem de 10h entre Frankfurt e Shanghai.

Após quase 1 semana em Suzhou, a trabalhar, fui passar o fim de semana a Macau, essa antiga colónia portuguesa. E nota-se isso, já que ao chegar ao aeroporto se nota que todas as indicações estão em chinês (Cantonês) e português. Mas claro, ninguém fala uma palavra da língua de Camões. Entre Shanghai e Macau, viagei na Shanghai Airlines. Após entrar no avião, sentei-me à janela do Boeing 737, e assisti aos operadores de handling a ultimar os preparativos. Fecham a porta do compartimento das bagagens, afastam os carros de apoio, até que um entra para o carro que empurra o avião para a pista, enquanto os outros 2 acompanham ao lado, a pé. Depois de colocado o avião em posição, os 3 homens ficam em fila, ao lado do avião. Assim que este começa a andar, os 3 começam, em movimento sincronizado, a dizer adeus... Achei um piadão.

Em Macau... que se há de dizer? Casinos enormes, gigantescos, prédios velhos e cheios de gente, uns por cima dos outros. Não é propriamente uma cidade bonita, mas à noite ilumina-se com as luzes dos casinos e torna-se engraçada. Graças à grande simpatia de uma amiga, pude dar uma volta pela terra e definir os pontos a visitar nos dois dias seguintes, antes de um jantar chinês com duas portuguesas.

Normalmente, os relatos de visitas resumem-se a este tipo de comentários, mas... hei de passar a fazer as coisas de forma diferente. Acho que vou começar a comentar as viagens pela prostituição que se encontra. Não é que recorra a ela, mas é curioso ver a diferença na profissão mais velha do mundo entre todos os sítios diferentes. Desde o exagero das esquinas de Oslo, à publicidade "à vista" nos bairros vermelhos da Holanda e Alemanha, há sempre diferenças. Ora vamos lá a ver as p**** de Macau...

Na rua caminha-se muito bem, não há qualquer sentimento de insegurança. Mas elas andam por lá, principalmente à noite. Mas há que reconhecer que não chateiam. Mesmo quando vêm ter connosco a oferecer "massage, massage", basta dizer que não uma vez, e seguem caminho. Isso é bom, não é ostensivo como na Noruega. Ah, e nos casinos... nos casinos são mais fáceis de reconhecer do que na rua (até porque na rua andam até mais vestidas do que as miúdas "normais"!). Mas nos casinos, não pela roupa, mas pelo ar de caçadoras, sempre a olhar à procura de homens sozinhos a quem ir perguntar "massage? massage?". Mas também aqui, basta dizer que não uma vez.

O que se nota também são algumas estrangeiras. Numa noite, ao passar pelo hotel Lisboa (um dos mais velhos e conhecidos hotéis-casinos de Macau), estavam 3 loiras elegantes à entrada, nitidamente à espera de eventuais clientes que ali estivessem hospedados. Mas todas divertidas entre elas, o que faz levantar algumas questões quanto à situação das mulheres que recorrem a este tipo de vida. Nem todas serão casos de escravatura branca...

Como já disse, não recorri a nada disto, como é hábito, mas fui experimentar uma massagem. Note-se: Sem "happy-end"!!! Foi ainda em Suzhou, depois de jantar, guiado pelo colega mexicano, que já conhecia o sítio. Estavam em promoção... massagem de pés e corpo por uns 130 RMB's, o que equivale a uns 15 €.

Aquilo começa e... raios! Que dores!!! Tinha acabado de começar e já estava aos saltos com dores! A mulher apertava-me a planta do pé de uma maneira que me contorcia todo! Ela ainda perguntou "ok?", como quem diz "se és fraquinho, faço com mais gentileza", mas claro que não podia dar parte de fraco, de modos que disse, com a lágrima no canto do olho "ok, ok...". E foi um suplício.

Sim, de facto, no final estava com os pés relaxados, mas acho que era pelo choque e pela dor, mais do que propriamente por relaxamento. Até porque no dia seguinte ainda mancava um bocadinho... Mas conforta-me o facto de que o mexicano também saiu de lá a andar de lado...