segunda-feira, dezembro 28, 2009

Prioridades rodoviárias...

Ciclovia na Foz, sim senhor, boa ideia... Então e os peões passam por onde, Sr. Rio???



Isto para não falar daquele layout estranho na zona de Cristo Rei. E digo isto sem conhecer a totalidade da extensão da dita via velocipédica.

sábado, dezembro 26, 2009

Christmas 2009

Há cerca de 1 mês que não escrevo nada aqui. Isto deve-se à roda-viva em que anda a minha vida, ultimamente.

O 2º Semestre do ano que agora acaba, foi particularmente fértil em "life-changing news". E não necessariamente positivas, embora também tenham existido. Mas pelas negativas, este ano o Natal não foi passado de forma habitual. Não houve grande festa, não houve árvore de polipropileno, a troca de presentes foi mantida ao mínimo. Ainda dói imenso não ter o meu pai por perto. Ainda é difícil lidar com a condição da Cá. Mas a vida continua. Enfim.

Ontem, uma mulher saltou a vedação de protecção e agarrou-se ao Papa como se não houvesse amanhã. Este caiu, mas levantou-se logo a seguir, seguiu caminho para o altar e celebrou a missa como se nada fosse, enquanto a mulher era presa, e um bispo que caiu junto ia para o hospital com uma perna partida.
Mesmo não sendo religioso, é óbvio que tenho uma opinião formada sobre o Bento, e não é das melhores. O homem tem uma cara estranha, uma expressão maléfica. Há quem diga que pertenceu à juventude hitleriana em pequenote, não sei. Mas o certo é que há ali qualquer coisa que não joga bem. O simples facto de ter seguido para a missa como se nada fosse revela um pouco do seu carácter. O seu antecessor, quando saiu da convalescença, após ter sofrido um atentado em que levou um tiro, foi visitar o agressor na prisão, o Ali Agca, e conversou com ele, inclusive perdoando-o, o que levou inclusive a que este se viesse a converter ao cristianismo. O Bento, o que fez? Nada, "siga a marinha que isto já vai atrasado e ainda tenho que dizer "Jesus é grande" em 186 línguas e mais dois dialectos"...

E a mulher, alegadamente sofre de perturbações psíquicas. Pelos vistos, há muito disso, em Itália. Já o outro que atacou o Berlusconi com uma réplica da Catedral do Duomo não jogava com os neurónios todos. Será que nesta época natalícia, deixaram o pessoal sair para darem um ar da sua graça? Decididamente, isto não é bom para o turismo italiano. Ou talvez seja! Tal como em Espanha, há uns anos, se vendiam t-shirts com a famosa frase "Porque no te callas?", talvez agora nas lojas de souvenirs de Roma se vendam t-shirts com Luigis's de olhos esbugalhados, com os dizeres "I survived a trip to Italy!".

Pensando nisto, estou mesmo a ver o emplastro a aparecer atrás do Papa quando este vier ao Porto em 2010, e a venda de t-shirts com as trombas do cáça-câmaras subir em flecha...

Bom, o que interessa é que vem aí um ano novo, que não será difícil que corra melhor que este que agora finda. Em alguns aspectos, continuará a não correr muito bem, mas se não olharmos para a frente com esperança, não tiramos nada desta vida...

segunda-feira, novembro 23, 2009

Money, money

Há uns dias fui assistir a uma sessão sobre "Gestão de Activos".

Foi gentilmente oferecida por uma colega do MBA, o que agradecemos. O propósito era dar a entender como é que uma instituição financeira concretiza a sua gestão de activos dos clientes. Todos tínhamos ficado com a ideia de que a sessão teria como objectivo dar-nos algumas luzes sobre como gerir melhor os nossos fundos/acções/obrigações/etc, mas no fundo era demonstrar como esta instituição trabalha bem.

Só que...

A apresentação, de um alto representante da unidade de Research e Investimento do banco, focou-se, essencialmente, no processo de recrutamento da dita instituição bancária, nomeadamente para aquele departamento. Então diz o senhor que procura jovens entusiastas e que não se importem de trabalhar 10, 12, 15 horas por dia, e que até prefere gente de fora da cidade, que possa ir trabalhar para Lisboa sem ter família ou amigos, para que assim não tenha grandes oportunidades de fazer algo mais do que trabalhar.

Ou seja, escravos.

Gabou-se até de que, naquele preciso momento (seriam umas 18h30 de uma 6ª-Feira), o escritório de Lisboa ainda deveria estar cheio de gente, a trabalhar arduamente.

Isto, para mim, é um tiro no pé. Não com pistola de pressão d'ar, nem mesmo com uma G3, mas com uma caçadeira de canos serrados, daquelas que levam o pé, o joelho, e o que estava à volta na altura.

Então eu por acaso quero gente tipo escrava a trabalhar com o meu dinheiro? Eu quero gente que tem que trabalhar à noite, enquanto o resto da população normal se diverte nos cafés ou jantaradas? Eu quero gente que não tem qualquer perspectiva de vida social a mexer no meu dinheiro?

Duas palavras: Nick Leeson.*

Para dar um exemplo, o homem falou num fundo de investimento gerido pela equipa, que nos últimos 10 anos seria o 2º mais bem-sucedido no mercado nacional. E apresentava uma tabela comparativa com os principais fundos nacionais. Ok, mas o que ele se esqueceu de dizer, e que estava bem claro na tabela apresentada, é que neste ano de 2009, esse fundo era de longe o pior de todos, com uma rentabilidade de 10%, enquanto todos os outros estavam acima dos 40%.

A minha colega que me desculpe a franqueza, mas não quero pessoal ressaviado e com perspectivas nulas de ter uma vida a lidar com os meus poucos trocos. A meu ver, é assim que começa a haver pessoal a tirar algo que não lhe pertence, como alegada compensação pelo tempo de vida perdido...



* - Nick Leeson era o tipo que estava colocado em Singapura, pelo Banco Barings, que levou esse banco à falência. E esse gozava a vida, até demasiado bem. O que faria se fosse um proscrito ressaviado que passava a vida inteira no seu cubículo à procura de investimentos...

quinta-feira, novembro 05, 2009

No Afeganistão, mandam os que lá estão...

Depois de mais um atentado à bomba, a ONU decidiu retirar parte da sua delegação no Afeganistão, e enviá-la para o Dubai, como medida de protecção dos seus elementos.

Oras, duas questões:
- Então e os que ficam??? Chiça! Se fosse eu, andava doido a perguntar "mas quem é que eu tenho que fornicar para me tirarem daqui???". Com que cara os coleguinhas que lá ficam, se despedem dos coitados que vão ter que ser transferidos para o Dubai?? "Olha, cuidado lá como os árabes de branco, esses são do pior!"... só para meter medo. Ou "Olha, eu se fosse a ti não ia, aquilo é muito quente, tens que ter protector factor 50"...

- Então mas... os que vão, segundo a própria ONU, serão reinseridos posteriormente. Quem é que, no sei perfeito juízo, depois de passar uma temporada no Dubai, vai pensar "ah agora voltamos para o Afeganistão? Ora pois com certeza...". Voltavas, voltavas... Imagino a quantidade de baixas por insolação ou algo pior na altura da chamada de regresso. Esta gente até deve ter vergonha. Um tipo conhece uma boazona num bar de Abu-Dhabi, e vai-lhe dizer "eu sou Afegão, sou como os galgos"??? Nem pensar! Ele quer é ficar lá 5 anos para depois poder pedir a nacionalidade e jogar pela selecção!


Ainda por cima, ali ao lado, no Iraque, houve também por estes dias, um atentado com uma bicicleta armadilhada. Hum... uma bicicleta armadilhada... bom, suponho que o próximo passo seria um skate armadilhado. Até poderia ser uma segway, levava mais C4, mas ao preço que custam, ficam só para os chefes da tribo.
Em seguida, os patins em linha armadilhados, e depois aquelas trotinetes em que andam os putos e os tios da aldeia, armadilhadas. E não tardaria muito a vermos atentados com aquelas sapatilhas com rodinhas, que todos os adultos gostariam de ter, armadilhadas...

quinta-feira, outubro 29, 2009

Sindicalismos

Já sei o que quero ser quando for grande: sindicalista!

Isso sim é uma profissão segura. Qual função pública, qual quê!

Afinal, em Portugal, os operários sindicalizados descontam 1% do seu ordenado para o sindicato. Para quê? Para financiar a elaboração de cartazes, envios de e-mail, gasolina, viagens de representantes sindicais a todos os pontos do país e Bruxelas, aluguer de autocarros para levar professores a passear em Lisboa, e quem sabe até alguma fruta. Noutros países, como a Alemanha, o dinheiro serve para, entre outras actividades, financiar os trabalhadores quando estes fazem greve. Aqui não, quem faz greve perde o vencimento relativo a esse periodo.

Mas mais que ter uma vida de mordomias (se bem que não a podem ostentar muito, não esquecer a tendência de esquerda, geralmente até associada ao comunismo), os profissionais do sindicalismo são pessoas que têm um poder imenso.

Ainda hoje vi umas operadoras da fábrica onde trabalho a dizer autênticas barbaridades. Porque é a opinião que têm da gestão da fábrica? Não, porque é o que os sindicatos lhes dizem para dizer. Uma operadora afirma que, ao perder 2 dias por mês, fica sem 250€ no salário. Se assim fosse, significaria que a senhora teria uma remuneração de mais de 2500€. Porque raios andei eu a tirar um curso de engenharia, se na linha de produção se ganha muito mais???

Mas há um requisito que eu nunca seria capaz de cumprir, por isso vou desistir de enviar o CV para alguma central sindical. É que é preciso ser sempre do contra, seja do que for, e não tenho estofo para isso. Eu tenho que concordar com alguma coisa, catano!
Ah! Já sei, o homem concorda em forjar uma hipotética coincidência para se encontrar com a comitiva de António Costa e dar-lhe assim, "como quem não quer a coisa", o seu apoio desinteressado à candidatura daquele à Câmara de Lisboa. Soube-se hoje que o encontro fortuito, e que terá rendido 15.000 votos ao socialista, terá sido previamente combinado.

Bom, entretanto, vou apresentar o meu cv para operador da produção. Horário certinho, trabalho pouco complicado e sem stress, e aparentemente ganham-se balúrdios...

quarta-feira, outubro 28, 2009

Clippings

Mais um dia, mais uma viagem. Hoje, devido ao lay-off anunciado para os próximos dois dias, será o último dia de trabalho da semana. Algo pelo que já ansiava há alguns dias, fazem-me falta uns dias de descanso.

Foi a 2ª vez esta semana que consegui apanhar o combóio, não é fácil estar às 7h04 na Travagem para apanhar o Suburbano para Braga. Ontem falhei por uns dois minutos...
Curiosamente, foi também a 2ª vez que não paguei esta viagem. Não me acusem de ser caloteiro ou fora-da-lei, trata-se apenas de não ser abordado pelo revisor, que não poucas vezes, passa por mim numa altura em que estou meio grogue pela sofreguidão da manhã, embalado no movimento chocalhante da carruagem. E quando reparo que ele passou, obviamente não me levanto aos berros “ouça lá, quero pagar”. Ok, verdade seja dita, sempre são 2€ que se poupam. É o dinheiro para o pequeno-almoço, e ainda sobra um pouco para a garrafinha de água.

Mas hoje tive que penar por esses 2€.

Nas redondezas da zona onde me sentei houve quem me fizesse pensar que, por um transporte tão barato, temos mesmo que nos sujeitar a tudo. Atrás de mim, alguém tinha um toque de mensagem de telemóvel retirado de alguma música dos Terra Samba ou Canta Bahia. O que me leva a crer que trocar mensagens às 7 e pouco da manhã pode não ser um desporto saudável para quem o pratica, se em cada missiva electrónica arriscarmos acordar os passageiros num raio de 20 metros.

Mas exactamente ao meu lado, mas felizmente na outra fila de bancos, encontrava-se o verdadeiro tuga. Bigodinho, anorak da década de 80, perninha direita cruzada sobre a esquerda, e corta-unhas em riste para tratar dos excessos de unhaca no local mais apropriado que é a carruagem de um combóio. Já não tinha esta sensação há muito tempo. Aliás, acho que já tinha escrito sobre isso aqui.

Clip... clip....

Não deixo de pensar “bom, isto no fundo é um sinal que é um ambiente cómodo, familiar, as pessoas sentem-se em casa”. Ou pelo menos, sentem-se na casa de banho.

Clip... clip... clip.... ......VAMO LÁ GALERA! TCHAAANN-TCHAAAANNN, PRE-PE-PE.....

E o que virá a seguir, nessa onda de comodidade? Será que na próxima estação entra o casal típico, ele barrigudo, de cuecas e chanatas, ela de avental e rolos na cabeça, e sentam-se ao mesmo tempo que ele lhe pede uma cerveja? Ou um qualquer moçoilo a fazer a barba? Pensando bem, com o chocalhar da carruagem, isso poderia ser algo perigoso...

Clip... clip...

Felizmente o infeliz estava sentado a cerca de 3m de mim. Ainda assim, há quem se gabe de conseguir almejar distâncias maiores nos campeonatos de corte de unhaca. Tudo depende da capacidade de catapultar a dita-cuja com o corta-unhas adequado. E é uma questão de técnica e, convenhamos, algum jeito. Pelo menos hoje, este parecia não estar a treinar para a próxima ronda do campeonato distrital.

(Saiu em Famalicão, mas deixou lá os restos de unhaca, que ajeitou cuidadosamente num montinho com os sapatos...)

domingo, outubro 25, 2009

Bips in Vizela

Ontem fui a uma disco em Vizela.

Trata-se de um espaço interessante, bonito, a frequência é geralmente boa quando não é excessiva, a companhia também é boa, só a música é que tem dias.

Mas ontem era uma daquelas noites que contariam com a presença de fulano e sicrano, famosíssimos das revistas cor-de-rosa. Estariam lá para apresentar uma colecção de sapatos de uma qualquer loja. Oops, agora já não é "loja", agora tem que se dizer "shoe store".

Ultimamente vê-se muito essa mania, de chamar as coisas pelo nome inglês. É a shoe store, é a "I'm loving it" da McDonalds, é o "What else?" da Nespresso, é a megastore, a minha própria função na empresa tem a designação em inglês, é quase tudo e mais alguma coisa. Basta percorrermos uma revista e quase toda a publicidade tem algum termo em inglês, e há alguns que já estão instituídos há muito tempo, como o Shopping, o Marketing, o Designer... Muito bem, talvez seja um sinal de que a nossa sociedade está a ficar mais instruída.

Mas faz-me pensar em como será o futuro. Será que vou conhecer pessoal e "Olá, eu sou o Pedro, sou architect", ou "olá, sou a Kátia e sou Housemaid". Bom, pensando bem, "housemaid" tinha muito mais charme do que "mulher a dias", desde que a pessoa não se enganasse e se apresentasse como "woman on days", o que poderia ser muito mal interpretado. Ou não, depende do caso, imagino...

De qualquer forma, ontem lá estavam figuras importantíssimas da nossa sociedade, como o Angélico (1), a Filipa de Castro (2) ou a Jaciara (3). A quem não frequenta cabeleireiros nem vê a TVI, aqui deixo a tradução:
(1) - um cantor pós-adolescente que parece que namora com uma actriz, ou se calhar não, ou se calhar já voltaram, e que habitualmente parece manter uma reserva natural de óleo corporal (será o suor do rapaz que tem aquele aspecto oleoso?),
(2) - uma senhora loira que foi casada com o antigo jogador do Sporting, Beto, até este ter ido jogar para a 2ª divisão espanhola, altura em que, na verdadeira tradição futebolística lhe deu um chuto,
(3) - uma senhora brasileira muito baixinha, que foi casada com o antigo jogador do Porto, Deco, sendo que neste caso foi ele que lhe deu o chuto quando foi jogar para a capital da europa (Londres), onde parece que há miudas giras, mas que terá melhor opinião de Portugal do que a Maitê, a ver pela quantidade de tipos munidos com babettes para controlar o excesso de secreção salivar, algo não alheado do facto da dita senhora ser podre de boa.

Assim que começou o desfile, o povo todo concentrou-se à volta do palco, e que se lixassem os sapatos, a malta queria era ver o sorriso bonitão dos Vips. E claro, há sempre uma data de gente com a secreta esperança de chegar à fala com os ditos cujos. As meninas arranjam-se de forma a que o Moranguito repare nelas, os homens arranjam-se de forma a que as moçoilas os vejam como grandes mestres da cama, pois naturalmente acham que "estas gajas só querem é sexo". Aliás, um comentário que ouvi ontem foi precisamente "estas gajas agressivas são todas boas". Eloquente.

Eu? Não ou adepto destas coisas. Vou a uma disco para dançar e divertir-me, não para ver figuras. Mas não sou eu quem manda nisto...

sexta-feira, outubro 16, 2009

Salvem os animais!

Esta semana foi aprovada uma legislação para impedir a compra e reprodução de animais exóticos e de grande porte por particulares e empresas.

Significa isto que os circos deixam de poder permitir que se reproduzam leões, tigres, ursos, cobras, quiçá até Cardinalis, nem poderão adquiri-los. Ou seja, dentro de poucos anos, teremos circos sem animais.

Queixam-se os empresários circenses de que isto lhes arruinará o negócio. É provável. Daqui a uns anos lá teremos mais uma data de gente com o rendimento mínimo garantido (onde é que o encantador de hamsters vai arranjar emprego?). A meu ver, o problema não será tanto a aquisição ou procriação destes animais, mas as condições em que estes são mantidos, na grande maioria das vezes deploráveis, em regime de autêntica escravatura. Aliás, para quem estiver minimamente atento, é possível ver a tristeza nos olhos dos animais.

Agora... a minha pergunta ao director do Instituto de Conservação da Natureza é a seguinte: não se poderia alargar esta medida à política???

É que se me dissessem que num espaço de 10 anos, os políticos actuais desapareceriam, aí sim poderia considerar Portugal como um país com um futuro radioso!

Senão, vejamos a idade média dos políticos nos lugares cimeiros do Partido. Os fundadores do PSD, PS e PC ainda estão lá quase todos! E mesmo os que são um pouco mais novos, falam e agem como se tivessem 150 anos!!!

É que já chateia ver noites de eleições em que um partido sobe o n.º de votos enquanto os outros perdem todos, mas todos consideram ter sido um sucesso estrondoso. E como é possível que a presidente do PSD não reconheça o fracasso retumbante? Os laranjas só ganharam as Europeias porque os rosas cometeram o maior erro de Casting da história, ao mandar o avô cantigas para Bruxelas! Em contrapartida, o mesmo se poderia dizer da derrota laranja nas legislativas. Um candidato mais interessante e com o mínimo de carisma teria ganho sem grandes problemas.

Pelo menos o Bloco reconheceu uma derrota nas autárquicas, embora eu sempre ache que não faz qualquer sentido analisar os resultados destas eleições a nível nacional. As pessoas votam no candidato, na pessoa. E de preferência, que não tenha já um pé em Bruxelas, como muitos rosas. A única câmara do Bloco é de uma autarca que é assumidamente a favor de touradas e rodeios, algo a que o próprio partido fazia claramente questão de ser contra. Enfim, pelo menos nesse não há asfixia democrática, ao contrário de outros...

O certo é que, em época de Gripe A, só mesmo a dr. Manuela se esquivou de cumprimentar o povo nas feiras e arruadas. Esperta, a senhora, ainda apanhava qualquer coisa...

quinta-feira, setembro 24, 2009

Trivialidades

A vida segue. A minha primita foi ontem para casa, toda contente por passar alguns dias no lar que reconhece, após 1 mês de tratamentos no IPO. E continua a surpreender toda a gente, pela forma como encara tudo isto. Diga-se que ainda não tem idade suficiente para se aperceber da gravidade da situação, mas há lá outros miudos com a mesma idade que não apresentam a mesma alegria. Continuo a pensar que inclui um pouco de ajuda celestial...

Ajuda celestial senti também ao tentar as primeiras tacadas no golf. Consegui acertar algumas bolas bonitas, daquelas que ficamos a vê-las voar, daquelas que até vão a ganir da pancada que levaram, como diz a tia C.

Entretanto, acho que finalmente consegui acabar o MBA (...em Gestão!), após ter realizado um exame de melhoria (uma cadeira de marketing a que tive má nota e ficou entranhada na garganta, custava a engolir), e apesar de ainda aguardar pela nota do exame de Economia.

No meio disto tudo, parece que há uma campanha eleitoral. Ou melhor: “diz que é uma espécie de campanha”, já que é dominada pelos Gato Fedorento. No programa deles já pudemos ver os líderes partidários a tentar demonstrar como são bem-humorados. Uns conseguiram-no melhor que outros. Se bem que, embora digam que não, as perguntas, e acima de tudo as respostas prontas dão toda a ideia de serem combinadas previamente. E deu para ver que a dr.ª Amaral Dias tem ares de arrogância pouco comuns no Bloco de Esquerda. Talvez isso justifique o alegado convite para integrar as alegadas listas do alegado PS... Até hoje, a entrevista que achei mais engraçada foi a do Teixeira dos Santos, mas lá está, soou muito a pré-programado.

Em quem vou votar? Não tenho problemas em dizer. Não sou socialista, sou totalmente apartidário, mas nesta altura da crise, vou optar pela continuidade. Se entrar gente nova, demoram imenso tempo a perceber o estado das contas públicas, até realizarem que não conseguem fazer as reformas que apregoam na campanha, pelo débil estado das coisas. E não foi a senhora laranja que disse que “em Portugal as reformas não funcionam”?
Além do mais, o prof. Marcelo já está farto de avisar que o governo eleito só vai durar dois anos, seja de que cor for. Não sei se é pela crise e conjuntura socio-politico-económico-financeira, ou se é por também acreditar na teoria Maia de que tudo isto acaba em 2012... :)

quarta-feira, setembro 16, 2009

Finalmente, um sonho!

Sempre tive alguma abertura de espírito para aquilo que não compreendemos, e que escapa às explicações racionais e científicas. Chamemos-lhe o sobrenatural.

Talvez essa abertura venha do gosto por filmes do género fantástico e de terror, acaba sempre por deixar aquela pulguita atrás da orelha, aquela que se chama “e se...?”. Ainda hoje, a série Sobrenatural é uma das minhas favoritas. E viva o Fantasporto.

Isto não quer dizer que procure explicações etéreas e místicas para tudo o que acontece fora do habitual... Bem pelo contrário, o normal é procurar a explicação racional para tudo, e então para videntes, sou muito céptico. Mas às vezes... algo acontece!

A última coisa que eu disse ao meu pai foi “quero ver-te nos meus sonhos”. Porque acredito que o mundo dos sonhos pode ser uma porta para outros mundos, outras dimensões. O poder da mente é algo que ainda hoje está relativamente pouco estudado. Supostamente, a tal ideia de que apenas utilizamos 10% do poder cerebral será um mito urbano (
http://faculty.washington.edu/chudler/tenper.html), mas gosto de pensar que esta máquina tão complexa é capaz de fazer coisas que ultrapassam os limites da razão. E se Freud tentou explicar o porquê de alguns sonhos típicos, o certo é que ainda hoje contamos com eles para nos transportarem para outro estado de espírito, e sensações que nos parecem tão reais que duvidamos que se tratem de sonhos, até acordarmos.

Neste periodo de luto, praticamente não tinha conseguido lembrar-me de nada. Acordo todos os dias sem fazer a mínima ideia de com o que terei sonhado. Excepto num dia, em que, ao acordar, lembrei-me que tinha sonhado com qualquer coisa sem importância.

Mas hoje... finalmente! Sonhei com o meu pai!!! Um sonho banal, sentados à mesa de jantar, a situação mais corrente. Além dos meus pais, vá-se lá saber porquê, estava à mesa também um amigo da família. O sonho era corriqueiro, conversa de mesa, a pouca conversa que havia à mesa.

Numa altura em que falava sobre a compra de um carro novo, a minha mãe levanta-se para ir à cozinha. E nessa altura, talvez por esse movimento despoletar alguma sensação, páro de falar no carro que “tinha” comprado (será desejo de compra?, Freud?) e de repente reparo que estou num sonho, e que o meu pai está ali, ao meu lado na mesa.

Sem demoras, levanto-me e vou abraçá-lo, com ele sentado. E que bem que soube.

Ele calou-se, como se soubesse o porquê do abraço. Também o amigo da família, habitualmente muito falador, se calou, com lágrimas a escorrer, como se também se apercebesse.

E de repente acordei, ainda com a sensação do abraço bem presente, tão real. Não queria ter acordado, mas já estava contente por essa oportunidade. Se num início não parava de agradecer por ela, passado algum tempo comecei a pensar... será que, por ter percebido que estava num sonho e ter agido conscientemente durante o mesmo, quebrei alguma regra cósmica? Será que não era suposto ganhar essa consciência? Será que ele (ou quem comanda isto) teve receio de que eu perguntasse algo que não devia? Não. Não o faria, apenas queria ficar ali, abraçado, e nunca mais largar.

De facto, a mente prega-nos partidas interessantes.

Será?...

...Se acrescentar o facto de que, nesse momento em que acordei, e ao abrir os olhos, reparo que o quarto está iluminado com a luz do telemóvel, que, não tendo indicação de mensagem ou chamada, e com o toque do despertar ainda a 9 minutos de distância, habitualmente apenas “acende” se for accionado por alguém, será que continuo a pensar que foi apenas um truque da mente?...

Uma coisa é certa, embora o dilúvio pela minha cara abaixo não parecesse ter fim, misto de alegria e saudade, foi sem dúvida o melhor acordar que tive nos últimos 40 dias...

segunda-feira, setembro 07, 2009

E o país continua...

... e de repente, heis que uma senhora que parece saída de um filme de terror paralisa o país.

Convenhamos que o nosso PM, ou melhor, a máquina do PS, tem feito algumas idiotices, ao nível de afastar professores com opiniões contrárias, confusões com tios e primos em outlets, entre muitos outras, mas francamente, seria a maior burrada de sempre afastar uma jornalista com quem tem problemas em vésperas de eleições.

Afinal, ainda estamos para perceber se a senhora foi afastada porque a direcção da Media Capital, Prisa, Ordem dos Advogados, Conselho de Ética, Liga de Clubes e Vaticano eram contra a sua política de escandaleira e confrontação barata, e de veracidade duvidosa, ou se foi por conselho dos médicos, já que o botox ameaçava explodir em pleno estúdio.

O certo é que esta notícia teve o condão de mobilizar o país na busca pela verdade. Afinal, deixamos de saber quantos infectados pela Gripe A existem no país.

Ou melhor, foi notícia o jovem de 19 anos e 120Kg que esteve em estado crítico. Pudera, parece que tem tanta gordura que lhe faz pressão no peito, e terá desenvolvido uma pneumonia como consequência da gripe. Com a comida de hospital, seguramente sairá de lá mais magro! E diz o pai do jovem que demoraram 5 dias a fazer o diagnóstico. Nem é muito. Para quem não sabe, aquela história do "hoje foram registados X casos de gripe A em Portugal" é treta. Na realidade, os diagnósticos demoram 3 dias a ser confirmados. Durante esse tempo, se estivémos em contacto com um infectado, mas não temos sintomas, andamos por aí a espalhá-lo. Daí a rápida progressão da doença.

Mas pelo menos, seguimos cheios de esperança de chegar ao mundial, com meia equipa brasileira, já que em 10 milhões não se arranja gente de jeito para jogar. Mas já no tempo do Eusébio era assim, e ninguém reclamava na altura...

PS: E a minha primita continua em recuperação da quimio, sempre bem disposta, a mandar calar toda a gente que lhe atrapalha os desenhos animados... E come melhor agora do que nunca! Haja alegria, temos este pedacinho de gente para nos devolver aos adultos algum gosto pela vida!

terça-feira, setembro 01, 2009

Allô? É do allém?

Eu sou uma pessoa, embora bastante racional, também bastante aberta a realidades alternativas.

Embora homem de engenharia e ciência, tenho bastante facilidade em acreditar em eventos sobrenaturais, outras civilizações, etc. Mas antes de formar uma opinião, tento pesquisar sobre o assunto.

O problema é quando se trata do “outro lado”. Ao pesquisar por factos, o único que surge são relatos de quem terá vivido experiências fantasmagóricas.

Ou seja, dificilmente algum dia (antes de lá chegar, pelo menos) terei a resposta a uma questão: o que realmente acontece?

Segundo os estudiosos, os fantasmas que assombram lugares famosos fazem-no porque ali tiveram uma morte violenta, não natural. Quem tem uma morte descansada, teoricamente não irá assombrar o local.

Mas ainda assim, penso que que acontece... Segundo Lavoisier, na natureza, nada se perde, nada se cria, tudo se transforma. Então e isso aplica-se ao conhecimento? À nossa essência? À alma?

Mesmo excluindo aqueles pensamentos típicos nestas alturas “ah, o teu pai vai estar sempre contigo, sempre ao teu lado, só não fisicamente”, o meu lado racional não aceita de bom grado a noção de que tudo desaparece num instante.

Mas, se acreditar que o meu pai, tal como os seus antepassados, de facto ainda permanece por cá (eles andem aí...), então será mesmo omnipresente, em toda a parte ao mesmo tempo? Ou será que anda a passear? E nessa segunda opção, será lógico acreditar que anda por onde lhe apetece.

Se for esse o caso, então a coisa complica-se... Apesar de ainda ser muito recente e custoso, ocasionalmente falo com ele como se estivesse de facto ali, ao meu lado. Geralmente a dizer tretas do fcp. Mas gostava imenso de sentir qualquer coisa que me fizesse pensar que ele está mesmo ali, a ouvir-me. Sei lá o quê... talvez um arrepio de frio, ou mesmo aquela sensação de que estamos a ser observados. Nada de livros a voar, isso já me parece fantasia a mais.

É que senão, eu até posso estar pr’ali a dizer mal do benfica à força toda, a pensar que ele me está a ouvir, mas na realidade pode estar a seguir o torneio de golf na California, ou a acompanhar a corrida de fórmula 1 na Malásia lá, in loco. Era o que eu faria... (ok, no meu caso, seria mais fácil “apanharem-me” nos camarins de um desfile de moda da Victoria’s Secret...).

Mas nem por isso vou deixar de falar com ele. Quem sabe um dia responde mesmo...

quarta-feira, agosto 26, 2009

Nomes Feios

"Leucemia Mieloblástica Aguda".

É um nome feio, assustador, petrificante. Numa pesquisa rápida pela internet, surgem-nos frases como "é a forma de leucemia mais mortal", o que não ajuda.

Segundo os médicos, ainda é rara em crianças pequenas, sendo mais habitual em adultos e, particularmente, em idosos. Eu sabia que a pekenota era especial, mas não a este ponto...

Por falar em nomes feios, o tal pseudo-pediatra leva o nome de Dr. Pedro Araujo. Se o encontrar, tenho aqui uma papeira para lhe dar, para que ele a meta num sítio que eu cá sei...

Bom, mas do mal, o menos. Segundo os médicos do IPO, nas crianças esta até será uma das formas de leucemia de mais fácil tratamento, e de menor tempo de recuperação. Claro que isto é na condição de que tudo corra bem e o tratamento seja bem recebido. Claro que o "menor tempo de recuperação" é muito relativo, falando num periodo de 6 a 9 meses. Mas a esperança de que tudo vai correr bem, e de que, apesar do rim ser filho único, o frágil corpito dela vai aguentar bem as sessões de quimio e os malditos efeitos secundários que ainda nem sabemos ao certo quais vão ser (pois divergem de pessoa para pessoa). Sempre foi uma miuda muito bem disposta, isso ajuda.

E ainda dizem que "cada um tem o que merece"... Não acredito. O meu pai não mereceu aquilo que lhe aconteceu, a pekenota não merece isto, nem nós (os que ficamos) merecemos passar por tudo isto em tão pouco tempo.

No caso do meu fantástico progenitor, ainda acho que houve um erro. O Joe Black terá recebido a indicação errada quanto ao endereço da pessoa a levar. Não se pode confiar nos correios, ou então a secretária do ceifeiro já precisa de ir à Optivisão, com o desconto de idade, ainda lhe pagam para levar umas lentes com as diopetrias correctas*...


PS: Branquinha, foi muito bom saber que conseguiste ultrapassar este maldito problema, e a tua experiência pode ser muito valiosa para quem tem que aguentar isto agora, havemos de nos por em contacto...


* - Antes que receba uma reclamação da Optivisão, eu sei que o desconto apenas incide sobre o preço da armação!!!

domingo, agosto 23, 2009

Pouca paciência para a negligência

Não gosto de hospitais. Nunca gostei. Ambiente triste, velho, decadente.

Aliás, hoje em dia tenho a sensação que é mais fácil sairmos de um hospital pior do que quando entramos.

Esta opinião deve-se à crescente descrença na classe médica. Parece-me cada vez mais difícil encontrar bons médicos. A maioria que vejo preocupa-se em procurar a solução mais fácil, para que a consulta seja o mais rápido possível, e atender o próximo, para assim rentabilizar melhor o dia (ou seja, ganhar mais).

Estarei a ser exagerado?

A minha priminha mais nova anda com problemas já há vários meses. Dói-lhe a garganta, tem os gânglios inchados, ao qual o pediatra indicou que se trataria de papeira, algo que hoje em dia já vai sendo raro. Não fez caso aos apelos da mãe de que a miúda estava magra e com olheiras pouco habituais. Após os sintomas terem de facto melhorado após tratamento com antibióticos, regressaram passado algum tempo.

"Ah, é uma 2ª papeira".

Decidiu-se pedir opinião a outro pediatra, que pediu para se fazerem análises.

Hoje, a minha priminha linda de apenas 4 anos, foi internada no IPO, com suspeita forte de se tratar de uma leucemia.

A esperança reside no facto de ainda estar numa fase relativamente precoce, e as probabilidades de tratamento com sucesso serem boas. Mas não são de 100%, e só o nome "Leucemia" já é suficiente para fazer tremer as pernas. E na realidade só saberemos ao certo após mais alguns exames, a realizar durante a semana.

"Ah, mas nem sempre é fácil diagnosticar este tipo de coisas", dirão alguns.

E se acrescentar a informação de que apenas agora, ao realizar um TAC, se percebeu que a piratinha só tem 1 rim??? Ao fim de 4 anos, só agora reparam nesse "pequeno" pormenor que pode complicar a eficácia dos tratamentos?

Não é o 1º nem o 2º caso que vejo de médicos que procuram a solução mais fácil, é "chapa-5". Claro que qualquer reclamação seria inglória, é uma classe que se protege imenso (é como aquela outra classe que se protege mutuamente... os homens!).

Não é a melhor altura para isto acontecer, chego a pensar se alguém com inveja de ver uma família tão unida e amiga nos tenha lançado um mau-olhado. Não acredito em rezas, mas hoje pedi ao meu pai para, do lado dele, tentar fazer o que seja possível para ajudar a sua sobrinha. E sei que ele vai tentar fazer o que puder.

PS: A descrença é com os médicos, mas não só. Os polícias vão pelo mesmo caminho. Mas isso fica para outro texto...

sexta-feira, agosto 21, 2009

Uma crise para me tirar da crise...

Enquanto as coisas vão sendo um pouco menos difíceis a cada dia que passa (porque nunca será fácil ficar sem uma das pessoas que tornavam este mundo um lugar melhor), lá vão surgindo algumas coisas com que me entreter.

Hoje, dei-me ao sacrifício de ver a entrevista à Manuela Ferreira Leite.

Eu sou perfeitamente apartidário, mas se esta senhora ganha as eleições, parece-me que estamos bem tramados. Afinal, foi esta que disse que "Em Portugal, as reformas não funcionam", e que a única maneira de se fazer alguma coisa seria suspender a democracia por 6 meses...

A mulher disse tanta treta, eu diria mesmo tanta trampa que até uma mosca lá foi ver o que se passava, deve-lhe ter cheirado a...

Irrita-me ver os políticos portugueses dizer que a culpa da crise é do governo. E que este governo não fez nada para a prevenir. Era só o que faltava.

Estive há umas semanas em Madrid, onde conceituados professores de economia e finanças referiram, por mais que uma vez, que estamos bem melhor preparados para aguentar a crise do que a própria Espanha. É pena é que tenham que ser os estrangeiros a dizê-lo, e que o português médio nem se aperceba.

Se as empresas multinacionais fogem para países onde o salário mínimo é de 100€ ou menos, o que vai fazer o estado??? Bom, segundo os partidos da oposição, deve aumentar ainda mais o salário mínimo, isso é que nos vai tornar competitivos...

Seria verdade se este fosse um país de trabalho especializado e qualificado. O que não é.

Por isso há que investir para que se mude o paradigma. Para que Portugal possa passar a ser visto como uma oportunidade de negócio, e não como um país onde se bebe bom vinho.

Penso que este governo está a tentar fazer isso. Se o faz bem ou mal, não sei. Mas...
...acho que nunca vi tantos turistas no Porto como este ano.
...não me lembro de termos tantas indústrias nacionais de renome mundial nas áreas tecnológicas (Ydreams, Crital Software, etc)
...não me lembro de ver investimentos tão grandes como o PlanIT Valley em Paredes;
...não me lembro de ter tão bons acessos a quase todo o país, enquanto toda a gente reclama que as auto-estradas estão vazias (mas não vejo essas pessoas a ir pelas estradas nacionais como forma de protesto!);

Sim, claro que este governo tem os seus problemas, e idiotices, e não são tão poucas. E claro que o aumento do PIB se deveu a uma quebra menor nas exportações do que nas importações, e não necessariamente a uma evolução da economia. Mas o facto é que não fomos tão afectados como outros países, não tivémos tantos bancos a ir à banca-rota, temos um défice inferior ao de países como a Alemanha.

Mas provavelmente, o povo vai seguir a tendência de votar na oposição porque "este governo meteu-nos na crise...". Enfim...

segunda-feira, agosto 17, 2009

O pior dia

Hoje fui ao centro de saúde. Teoricamente deveria regressar ao trabalho, mas não me sinto em condições de o fazer. Tanto pela questão psicológica, como pelos afazeres burocráticos que ainda subsistem. Vai daí, deram-me uma baixa de 8 dias.

Durante a consulta, a médica receitou-me um ansiolítico ligeiro. Perguntou qual era a altura em que me sentia mais fragilizado, se ao dormir, ou durante o dia.

Pergunta difícil... Confesso que só dormi mal no 1º dia, não é meu hábito ter noites mal dormidas. Pouco dormidas, isso sim, mas não mal.

Eu diria que o momento mais difícil é mesmo quando acordo, e naqueles 2 ou 3 segundos iniciais reparo que tudo isto é verdade, que não foi um sonho mau.

Mas por acaso, o momento mais difícil até agora ocorreu hoje. Ao ir a minha casa, dar de comer à Chiquita, aproveitei para ligar o pc. Ao entrar automaticamente o messenger, lá surgem as tradicionais mensagens enviadas automaticamente, de publicidade a milagres de emagrecimento, algum vírus que anda por aí. Mas no meio dessas mensagens, estava lá uma dele, do meu pai. E não era vírus.

Era uma mensagem que me tinha enviado, em resposta a uma outra que eu tinha enviado na 6ª-Feira, quando me liguei à net no hotel em Marbella. Dizia-me algo do género "hello, não tinha visto que tinhas ligado. só reparei agora, já vai tarde!!!".

Pois já, pai, já vai algo tarde. Um dia e meio depois deixavas-nos. Agora só te posso responder daqui a uns 40 e tal anos, mas vai saber tão bem quando o puder fazer... Bem me podem dizer que andas por aqui, e até sei que é verdade, mas dói tanto... Fechar aquela janela do messenger e desligar o pc demorou uma eternidade.

Resumindo, hoje foi o pior dia, depois do velório.

quarta-feira, agosto 12, 2009

E de repente...

...tenho que crescer.

Os meus singelos 34 anitos e 190cm de altura enganam bem. Na realidade sou uma criança, um filho único muito mimado pelos pais. Um deles deixou de estar presente fisicamente, mas nunca deixará de estar ao meu lado. Sei disso, sinto-o cá dentro. E felizmente tenho uma família pequena, mas muito próxima e unida, e todos ajudam.

Mas este episódio leva a que, num repente, seja obrigado a crescer. Há que tratar das burocracias associadas a um falecimento, ainda para mais repentino. Há que procurar por papeladas que possam ajudar a transferir contas, seguros, cancelar cartões, o que fazer ao carro, etc. E numa família tão pequena, tenho que assumir alguns dos papéis que o meu fantástico pai fazia. Não será fácil, ainda me dói fundo quando penso nele. Mas sei que a cada dia a dor será um pouco menor.

Enfim, se alguém que já tenha passado por isto tiver algum conselho para tratar das papeladas, agradeço.

Mas na verdadeira mente MBA, não deixo de pensar que poderá haver aqui uma ideia de negócio mal explorada: uma empresa que se associe às agências funerárias, no sentido de uniformizar processos de actualização burocrática, fiscal e económica. E civil, há que mudar bilhete de identidade, número de contribuinte... Se há empresas que tratam de juntar dívidas e uniformizar processos, porque não fazê-lo aos que ficam dos que partem???

Resumindo, há que levantar a cabeça, e de preferência com um sorriso, seria isso que o meu pai queria. A vida não pára.

PS: Se eu fosse hindu, estaria lixado, o primeiro animal que interagiu comigo após o falecimento do meu pai (e que poderia ser a sua reincarnação) foi um mosquito, à noite, no quarto. Não durou muito, a sua existência. Ainda bem que sou ateu...

segunda-feira, agosto 10, 2009

Ao meu pai

Era suposto estar em Marbella... era suposto, mas não estou.

A meio da tarde, e porque apenas nessa altura peguei no carro para vir à cidade, do hotel rural onde estava, e onde nem havia rede de telemóvel, recebo a mensagem para ligar para casa. E isto para receber a notícia que nenhum filho alguma vez quer receber. O meu pai não acordou hoje...

Porque escrevo isto no próprio dia? Porque a viagem de 1000 km's que fiz em tempo record para a carripana que tenho deu tempo para pensar. Para desanuviar um pouco, digamos, o que ajudou a ganhar força quando finalmente encontrei a minha mãe. E ela vai precisar de muita. Mas também eu. E escrevo também para libertar alguma da tensão com que estou neste momento, e talvez por aí ganhar alguma forcinha. Na viagem de regresso, apetecia-me desfazer à pancada cada carro que me impedia de vir o mais rápido possível.

Perdi uma das pessoas que mais amo neste mundo. Felizmente ele sabia disso. Perdi um amigo que, com muito poucas palavras, descobria-me a careca toda. Nisso, acho que saio a ele. Mas também com muito poucas palavras me fazia saber que gosta de mim.

Não ficou nada por dizer, mas faltaram algumas coisas. Faltou-lhe brincar com os netos (se algum dia existirem)... faltou o abraço quando receber o diploma do MBA... faltou ir comigo ver o jogo do Penta ao Dragão... Faltou uma vida toda, era muito novo. Faltou tanta coisa...

Hoje fiquei orfão de pai. Mas acima no texto, escrevi "...que mais amo". Não usei o passado propositadamente. Porque ainda o amo, e sempre o amarei. E sei que ele irá continuar a viver aqui ao meu lado, só não fisicamente.

Amo-te, pai. Onde quer que estejas.

sexta-feira, julho 31, 2009

De Férias!!!

Aaahhh, hoje entrei em periodo de férias... Duas semaninhas sem pensar em trabalho...

Bom, não será bem assim, é provavel receber algumas chamadas nos dois primeiros dias. E já sei que o maldito brio profissional vai-me levar a ver o mail do trabalho uma ou duas vezes na 2ª-Feira.

E há dois dias atrás, tinha as férias marcadas para o final de Agosto. Sempre detestei tirar férias em Agosto. É uma óptima altura para recuperar trabalho atrasado, as coisas são muito mais calmas, e ninguém chateia por sairmos mais cedo, de forma a ainda apanharmos uma praia ao final da tarde...

Este ano pensava repetir a dose, mas heis que o chefinho repara que isso iria significar enfrentar umas reuniões com um dos meus clientes sozinho. Ah isso não pode ser, toca a pedir ao rapaz que altere as férias. Por acaso não tinha nada marcado...

Vai daí, já estou de férias... uns dias em casa, arrumá-la do estado em que ficou depois de 1 ano de MBA, depois uma semaninha em Espanha, numa serra, isolada, mas perto da praia, e para acabar mais uns dias no Porto, ainda a tempo de aproveitar o fim de semana para um shake no Forte S João (provavelmente...).

E no meio disto tudo, o que me vem à cabeça é: "Duas semanas não dão pra nada..."

sexta-feira, julho 24, 2009

O Mau Samaritano

Esta semana, ao chegar a casa, lembrei-me de passar por uma confeitaria aqui perto de casa, para ir comprar uns pães cá pra casa.

Parei o carro mesmo perto da confeitaria Henrique Carvalho, aqui em Matosinhos. Tem uns croissants fantásticos.

Mesmo perto da entrada, estava uma miúda, nos seus 15-16 anos, a tentar arranjar a correia pedaleira da bicicleta. Tinha saído do sítio, e a jovem estava com alguns problemas para recolocá-la.

Indiferente, entrei na loja, comprei um croissant e alguns pães. À saída, ainda lá estava a rapariga. Novamente indiferente à situação, entrei no carro e arranquei. Mas reparei que ela olhou, como quem diz "olha, podias ajudar, não?". Mas achei que a melhor maneira de ela aprender que basta reduzir a velocidade maior para a correia ficar mais solta e ser mais fácil encaixá-la, seria descobri-lo por si só.

Ao arrancar o carro, começo a pensar "que raio... isto não me deixa nada confortável... a miúda deve pensar que sou um estafermo!".

A ideia que tenho é que muito do sentimento de samaritanismo que por aí anda não resulta de uma genuína vontade (e vocação) para ajudar os outros, mas sim de uma necessidade de auto-realização pessoal. Ou seja, sentimo-nos bem porque estamos a ajudar os outros, não por ajudarmos os outros. Não será uma ideia fácil de transmitir, mas o que digo é que muitas vezes, o facto de ajudarmos os outros vem do nosso próprio egocentrismo.

Este caso não foi diferente.

Enquanto ia para casa, ia a pensar que a rapariga deve pensar horrores de mim. Se me vê na passadeira, passa-me por cima. E isso começou a corroer-me as entranhas. Coitada da miúda, ali há uma data de tempo e ninguém a ajuda. Se fosse comigo, eu gostaria que alguém me ajudasse!

Entro na garagem... dirijo-me para o meu lugar e estaciono... Mas fico a pensar... e a pensar... coitada da miuda... fui um bocado idiota... que raio... porque é que não consigo desligar o carro e ir pra casa???

E pronto, quero lá saber. Volto a arrancar, e vou a sair da garagem, decidido a voltar lá e ajudar a jovem.

Claro que a coisa não corre bem... chego à rampa de saída, e quando carrego no comando para abrir o portão, aparece um mercedes para entrar. Raios... Ah, mas ele dispõe-se a recuar para me deixar passar. Porreiro.

Quando este começa a recuar, heis que aparece uma miuda num Cinquecento, também para entrar. Raios!!! Nesta altura já ia eu a meio da rampa, e tive que parar.

É que o meu carro anda com uns problemas no turbo, e em primeira, numa subida íngreme, é um cabo dos trabalhos para conseguir arrancar. Castigo divino, diriam alguns.

Mas lá consegui, e saí da garagem a pedir desculpa aos dois, pela demora...

Dirijo-me novamente à confeitaria. É óbvio que quando lá chego, a miúda já lá não está...

Ao regressar a casa (novamente...), vejo-a a seguir viagem, montada na bicicleta.

"Óptimo", penso eu... "Assim aprende a reparar aquela avaria"...

"... mas vai ficar a pensar que aquele tipo que entrou na confeitaria é uma besta!!!"

Enfim...

Fim do curso

Acabou-se o MBA...

É uma sensação estranha que nos percorre. E digo "nos" porque sei que não sou o único a senti-lo. É bastante agridoce.

Por um lado, sente-se um alívio e relaxamento por acabar o tormento dos trabalhos, exames, aulas à 6a e Sábado.

Mas por outro...

Bem...

Por outro lado sente-se uma amargura por ir deixar aquele grupo. Há lá pessoas de quem passei a gostar verdadeiramente, como quem gosta de um grande amigo, apesar de as conhecer mal. Ainda agora acabamos de nos despedir com um "até já", e já bate forte a nostalgia.

Foram momentos intensos, de stress elevado, que servem para nos aproximar. Aprende-se a trabalhar com pessoas diferentes, com personalidades díspares, mas focadas num objectivo. Aprende-se que nem todos olhamos para as mesmas coisas da mesma forma, e como isso pode ser benéfico para chegar a uma análise mais abrangente. Aprende-se que há pessoas generosas, com um altruísmo ímpar, que distribuem trabalho que lhes custou a fazer sem pedir nada em troca, para que os outros se possam guiar por alguma coisa. Aprende-se que há quem goste de ajudar os outros, quem se preocupe em motivar-nos quando estamos desanimados.

Eu diria que no meio dos Wacc's, das Amortizações, das Taxas de Juro, dos Rukikis e das Matrizes de Porter, o MBA Executivo é uma oportunidade excelente para se fazerem amigos para a vida.

E como sabe mal quando nos separamos deles...

segunda-feira, junho 08, 2009

Eleições Europeias 2009

Ontem foi mais uma jornada eleitoral, a primeira deste ano, e para eleger os nossos deputados no Parlamento Europeu.

Era certo e sabido que o PS iria perder pontos. Não pela falta de políticas, ideias ou pela oposição do PSD, mas porque o seu candidato era claramente dos piores que se podiam arranjar. Até o Tino de Rãs faria melhor que o Vital Moreira. Certo, o Paulo Rangel não é propriamente um líder carismático, mas ao lado do Avô Cantigas, parece uma versão branca, baixinha e gorducha do Obama!

Mas estas eleições, para mim, ficaram marcadas pelo episódio do Movimento Mérito e Sociedade, o Partido MMS. Resolveram ir fazer campanha para a Auto-Europa. "Têm lá largos milhares de trabalhadores!", dizem eles, inconscientes de que a fábrica emprega cerca de 2900 pessoas.

E lá vão, partindo de Lisboa. Perdem-se pelo caminho mais do que uma vez, até finalmente lá chegarem.

"É inadmissível, é um exemplo de que, no nosso país, a sinalização rodoviária é uma vergonha! Como querem pertencer à Europa se nem em Portugal nos conseguimos movimentar??"

E dão com o nariz na porta. Ninguém os avisou que, naquele dia, era feriado em Palmela...

"É inadmissível! Como é que, num país Europeu, se trabalha em Lisboa mas é feriado em Palmela???"

O homem não deve viver na mesma Europa que eu... tive mesmo pena que não tenha conseguido ser eleito, seria interessante ver na Euronews "deputado português finalmente consegue chegar ao parlamento europeu, ao 18º dia de tentativas, e após ter sido encontrado 3 vezes a vaguear nas ruas de Bruxelas, à procura do dito..."

Claro que outro episódio, semelhante, foi o do PP ter resolvido ir fazer campanha para uma feira do Fumeiro (penso eu), algures em Trás-os-Montes, para descobrir, ao chegar lá, que a dita feira tinha sido um mês antes...

Ah, e quanto a propostas para a Europa? Bom, diz a Ilda Figueiredo, do PC (oops, eles teimam em dizer que é CDU...), que o seu partido foi o único que votou contra uma lei europeia que visa uniformizar os salários dos eurodeputados. Para o deputado português, isto significa o dobro de vencimento.

Então... mas a senhora foi eleita... Então e agora? Vai doar metade do salário a instituições de caridade? Ao partido? A crianças desfavorecidas? A projectos de solidariedade com África? Cá pra mim, vai ficar mesmo pela cozinha, entre tachos e tachos...

E claro, todos os partidos cantam vitória. Todos, excepto o PS, não há maneira de arrnajar um discurso positivo. Os criativos da "máquina PS" olham para o Vital Moreira e desanimam automaticamente.

Mas achei piada ver o PSD cantar "Viva Portugal! Portugal escolheu a mudança!", numa votação em que mais de 62% do pessoal não apareceu. Dois terços da população! Isto nem devia ser válido. É que depois o pessoal diz mal e porcamente dos eleitos, mas não mexeu uma palha para ir lá contrariar.

Mas é natural, o povo ficou a ver a bola, que por acaso tinha sido no dia anterior. Às tantas foi alguém do MMS ou do PP que lhes terá indicado a data do jogo...

terça-feira, junho 02, 2009

Oralidades

Há muito tempo que não ia ao dentista. Diria mesmo que não ponho os pés num há vários anos.

Sempre tive dentes relativamente bons, o problema sempre foram as gengivas.

Há coisa de meio ano atrás, começaram a nascer os dentes do siso. E deste então, rara é a refeição em que não tenho dores ao mastigar. Até já pensei em ir ao dentista, mas há sempre aquele pensamento "hmm... ainda não é assim tão grave, deixo prá semana".

Ultimamente, ao ver-me ao espelho, nomeadamente após as operações de higiene oral (não, não é um trocadilho para posições sexuais), tinha reparado que dois dentes da frente, os dois centrais, do maxilar inferior, estavam num estado que inspirava respeito. Já tinham ultrapassado aquela cor amarelo-creme do sorriso-pepsodent-versão "antes do tratamento" para uma tonalidade mais escura. Já me preocupava.

E sentia que havia ali uma saliência num dos dentes. Já andava a pensar "agora é que vou ganhar coragem e marcar um raio de uma consulta!"

Mas ontem... ao escovar, e principalmente ao ir lá com o dedo, a tal saliência no dente salta fora.

Porras! Saiu-me um pedaço do dente!!! Assim, sem mais nem menos!!! Num repente vêm-me à memória as imagens do filme "A Mosca", em que o protagonista (o grande Jeff Goldblum) começa a perder partes do corpo... primeiro uma unha, dentes, orelha... Já me imaginava careca de apêndices corporais! Só faltava aparecer o Albarran para o "a tragédia... o drama... o horror!" (esta é uma private joke).

Vai daí, hoje de manhã, com a ajuda de uma excelente colega de trabalho, lá se marcou uma consulta numa agenda cheia de um dentista, lá perto da fábrica.

Um dos meus temores com dentistas tem a ver com a realidade de que em muitos casos, mesmo sendo a 1ª visita, sentamo-nos na cadeira, a assistente prepara a coisa e mete-nos um ou dois tubos goela abaixo, e heis que aparece o carniceiro dentário, qual entrada triunfante (faltando apenas a música do Old Spice), senta-se na cadeira e apenas exprime, quando muito, a frase "ora então vamos lá...". E zás, toca a brocar! Tratamento chapa 5.

Este a que fui hoje, honra lhe seja concedida, perguntou a razão da minha ida, examinou previamente os dentes e expressou o seu veredicto, tranquilizando-me relativamente à lasca que me tinha saltado. Realmente os tais dentes da frente estavam em mau estado, com bastante tártaro, e tinha sido isso a saltar fora, não uma parte do dente... Diz ele que, se a dentição, por acaso, não fosse tão boa como é, aí sim, a situação poderia estar pior, e o dente já estaria a abanar.

Uma limpeza e pronto, problema resolvido.

Resolvido... ou nem tanto, já que como qualquer médico comercial, há que render o peixe, e lá descobriu três cáries, uma das quais num dos tais dentes do siso, o que poderá significar tratamentos mais drásticos...

Por via das dúvidas, vou tratar já de melhorar os meus hábitos de higiene oral... (sim, esta também não é nenhuma referência a posições sexuais!)

sexta-feira, maio 29, 2009

Higiene pública

Num destes dias, ao sair da EGP às tantas, fui, com um colega, comer qualquer coisa rápida ao Norteshopping.

Chegado lá, deu-me vontadinha de ir ao WC.

Para já, acho piada aos WC's de shopping em que os das mulheres são num andar, e o dos homens é noutro. Imagino sempre um rapazola de bexiga cheia, apertadinho, tão apertadinho que já anda com as pernas cruzadas, a olhar para a indicação "homens - lá em cima" e a pensar "eu não aguento!!!".

Enfim. Lá dentro, deparamo-nos com um homem, meia-idade, a lavar os sovacos. Com a camisola vestida, tinha já acabado de lavar com sabão e estava na fase de secar. Nestas alturas, é muito chato reparar que o WC não possui toalhetes de papel para secagem de mãos, e apenas tem secador. Torna mais difícil o processo, e obriga a posições algo constrangedoras.

Já noutro shopping, alguns dias antes, tinha encontrado no WC dois jovens de etnia cigana a acabar de se lavarem e secar com papel higiénico.

Será reflexo da crise, o pessoal tratar da higiene em sanitários públicos? Será falta de água em casa?

Uma coisa é certa: não posso criticar quem tenta lavar o sovaquinho no wc de um shopping, principalmente se tiver uma profissão de contacto com o público. Já me aconteceu perder totalmente o apetite num restaurante ao ser atendido por um empregado a tresandar a suor.

Mas ao mesmo tempo que me parece bem que haja alguma preocupação com a higiene, também fico a pensar no que virá a seguir... será que um dia destes entro num WC e aparece-me um tipo a esfregar os slips no lavatório???

sábado, maio 16, 2009

Era um cházinho luso-africano, se faz favor...

Já lá vai mais de um mês desde o último post, acho que nunca estive tanto tempo sem escrever.

O hiato deve-se, sobretudo, a alguma desmotivação, nomeadamente no campo profissional. É natural quando as dificuldades são grandes e os atritos começam a surgir. Temos que olhar para isto e visualizar como obstáculos que é necessário ultrapassar. O problema é quando não se vê grande luminosidade lá para os lados do fim do túnel, até porque o final do túnel não se avizinha muito próximo.

Mas tudo continua. Vem aí mais uma semana muito complicada, mas não há de ser nada.

Pelo menos, na semana que agora acabou, tive oportunidade de ir lanchar com um amigo de quem tenho bastante estima. É uma pessoa inteligentíssima, mas que ele próprio reconhece não aproveitar as próprias capacidades. Modéstia à parte, revejo-me um pouco nisso, senão na questão do "íssima", pelo menos na questão de não colocar no terreno tudo aquilo de que sou capaz. Vem tudo da envolvente, digo eu... Talvez. Talvez seja o ambiente que nos motiva e dá força. Talvez sejam as perspectivas reais de evolução que nos dão alento para lutar por elas. Se elas não existem, é natural que nos deixemos acomodar.

De qualquer forma, o encontro com ele fez-se num café conhecido em Ermesinde. Não vi lá gajas boas, mas se bem se lembram, o sketch dos Gato Fedorento acabava com o tipo a dizer que a gaja boa que tinha visto em Ermesinde, se calhar até era um gajo... às vezes equivoca-se, dizia ele...

Mas fez-me pensar noutro aspecto. No quanto poderemos ser politicamente incorrectos sem querer.

Sendo um encontro para lanche, é usual pedir uma tosta-mista e um chá. E, a não ser que esteja com alguma maleita, vou sempre para o chá preto. Se tiver Earl Grey, melhor ainda. Já sei que não é o melhor, mas é ao qual estou habituado!

Oras... heis que vem o empregado saber do meu pedido. E este era mestiço, mulato, como queiram.

Confesso que hesitei uns micro-segundos... "Será que se lhe pedir um chá preto, ele poderá pensar que disse 'quero um chá, preto'???"

...

De modos que tentei entoar a coisa para que saísse tudo junto, de forma a não dar aso a confusões, com vírgulas existenciais.

Ainda pensei em pedir um chá de outra coisa qualquer, mas pedir um cházinho de camomila, ou tília, mas além de isso ser demasiado fraquito pra mim (não, não vou entrar em considerações se macho que é macho bebe chá de camomila!!!), achei que tinha que arriscar.

E deve ter resultado, pois trouxe-me, de facto, um chá preto, a acompanhar a bela da tosta. E que boa que estava...

domingo, abril 12, 2009

Gent, Bélgica

Bom, lá se foi mais uma viagem. Desta vez a um local novo, para duas reuniões com dois clientes distintos. Uma delas correu muito bem, a outra muito mal. Estava terrivelmente mal preparado para essa, e isso porque não tive tempo nem hipótese de me preparar convenientemente. Por isso, como dizemos na gíria, fui com um tubinho de vaselina e gastei-o todo...

As pessoas que falam comigo e que não têm esse tipo de vida raramente compreendem que estas viagens não são muito divertidas. Começa-me a cansar as frases-feitas de "só gostas é de passear". Por acaso, desta vez até tive um pouco de tempo (digamos, metade de uma tarde) para ir visitar a cidade e passear um pouco. Mas é raro. Geralmente é chegar tarde, passar boa parte da noite a acabar trabalho no quarto de hotel, dormir pouquíssimo, ir para a reunião que raramente corre bem, e voltar com "a malinha cheia", ou seja, mais tarefas, mais trabalho, mais preocupações.

Desta vez estive em Gent, Bélgica. Local engraçado, edifícios antigos, restaurados. Mas logo na viagem para lá, apercebi-me de uma situação na revista da Tap, a "Up" de Abril. Nas últimas páginas, onde se fala da companhia, dos aviões da frota, dos destinos para que voa, surge o mapa-mundi. E heis que a Tap conseguiu descobrir um país novo! Novo? Não é bem assim, é um enclave... assim tipo Olivença ou Nagorno-Karabach, heis que alguém descobriu que a Rússia tem um enclave ali no mar Báltico, mesmo abaixo da Lituânia. Maravilha, senão vejamos a imagem (é melhor clicar para ampliar)...



Bom, esta viagem deu não só para ficar a conhecer um local novo, o que é sempre bom, mas comprovar que naquela zona se fala principalmente o flamenco, que é intragável, que a grande maioria das pessoas fala (muito) bem inglês, que a grande maioria das pessoas são muito simpáticas, que afinal há belgas giras e não é só um país de beberolas inundados em cerveja.

Ah, e deu também para tirar a limpo uma dúvida que me assolava há bastante tempo... É que, como toda a gente sabe (ou devia saber), o prato típico da minha fantástica cidade, a Francesinha, é uma adaptação de um prato que um emigrante trouxe de França, daí o nome. O prato original seria o Croque Monsieur, o que leva a que muita gente critique o facto do prato ser típico do Porto, quando no fundo é uma cópia do outro.

Oras, pude finalmente comprovar que não, meus amigos lisboetas elitistas e invejosos. A "nossa" francesinha quase nada tem a ver com o maldito croque monsieur. Fizeram-me pagar 8€ por uma bela duma tosta mista, acompanhada com uma malgazinha de ketchup e salada. Uma tosta mista??? Eu a pensar que vinha uma tosta com um bife e coberta de queijo! Ou com um molho picante! Ou com uma salsicha lá dentro! Mas népias! Só mesmo uma fatia de fiambre e queijo mal amanhadas! Aqui está a prova...

sexta-feira, abril 03, 2009

Nós e os outros... no trânsito

Quando entramos no automóvel, principalmente quando é o nosso próprio carro, e estamos sozinhos, fazemos de tudo um pouco lá dentro. Nomeadamente, quando parados num engarrafamento.

Há quem aproveite para ler o jornal, aberto sobre o volante. Há quem aproveite para trabalhar um pouco, eventualmente com o pc portátil no banco do passageiro. Há quem tenha o portátil ao lado, mas para ir vendo miúdas nuas na net. Ou algo do género.

Há quem pinte as unhas ou os lábios (essencialmente as mulheres, diria eu...), há quem corte a barba. Isto, com máquina de barbear, claro. Nunca vi ninguém a preparar a espuma e a sacar da navalha no meio da vci. Há de chegar o dia. Também nunca vi ninguém a cortar as unhas no trânsito, mas acredito que há de chegar o dia. Mal posso esperar.

Já ao parar num semáforo, são tarefas menos mundanas. Mais básicas e rápidas, pois o tempo urge antes do semáforo verde para os peões começar a piscar, sinal evidente de que podemos começar a carregar no acelerador e a tirar o pé do travão (não é o sinal verde para os carros, isso é para totós...).

É normal olhar para o carro do lado, quando pára no semáforo. Aquele olhar de fugida. Se não é ninguém interessante, rapidamente o olhar volta à posição inicial. Se é uma miúda gira (no meu caso), é natural que o olhar aguente mais um ou dois segundos, o que é bonito é para se ver.

Mas também já aconteceu, e não há muito tempo, olhar para o condutor ao lado e vê-lo(a) a realizar uma introspecção exploratória da cavidade nasal, com esse instrumento fantástico que é o dedo indicador. Ou então a limpeza matinal da orelhita com o mindinho, ocasionalmente apetrechado com a unhaca, que tanto limpa orelhas como desenrosca parafusos.

Mas quem é que tira catotas do nariz em pleno semáforo??? Eu, pelo menos, se o faço, faço em locais sem pessoal ao lado, tipo auto-estradas. Mas isto quando não tenho um lenço de papel ao lado, e tem mesmo que ser. Porque, às vezes, tem mesmo que ser.

Isto advém do pessoal sentir-se seguro no seu mundo, ali dentro do seu carrito. É a zona de conforto, a sua redoma pessoal, à qual os outros não têm acesso (ensinamentos do MBA*). Com essa segurança, esquecem-se que essa redoma é transparente. Excepto, claro, naqueles carros com os vidros escurecidos, algo que eu nunca percebi se é legal ou não. Mas uma experiência engraçada é fixar o olhar, e esperar que a criatura repare que está a ser observada enquanto limpa os orifícios. De preferência devemos fazer cara de enjoado. Será que o tipo se encolhe com vergonha? Ou será que continua na lógica introspectiva? Ou será que se arma em engatatão, e demonstra toda a sua habilidade no piparote com que envia a catota a 100 à hora para a berma do passeio?


O que interessa nisto tudo? Que ando a pagar milhares no MBA para entender porque é que o pessoal tira macacos do nariz no carro. Assim já vale a pena!

segunda-feira, março 23, 2009

Quase, quase...

Hoje quase atropelei um tipo na passadeira.

Não é que tivesse grande culpa, a dita passadeira era practicamente invisível, de tão desgastada que estava, já era noite e não tinha iluminação na zona, e o homem apareceu de repente.

Ao passar por ele, fiz o gesto de que não o tinha visto. Esperava eu, na minha infinita boa fé nos homens, que o homem, de meia idade (mas já bem passado dessa metade), percebesse que eu queria dizer que não deve atravessar uma passadeira assim, porque mesmo tendo esse “refúgio” da passadeira, não quer dizer que deixemos de prestar atenção às viaturas dos senhores automobilistas conscenciosos, mas que não prevêem o futuro próximo. Pelo menos, não ao ponto de saber quem vai atravessar a estrada nos próximos minutos.

Mas não, o homem lá ficou a esbracejar, como se eu lhe tivesse chamado de filho disto ou daquilo.

Enfim...

Ainda pensei em parar. Em explicar o que eu quis dizer. Tudo em ambiente de extrema cordialidade, claro, não queria eu que o velhote rebentasse uma veia com a irritação de pensar que o tinha chamado de amblíope anormalóide. Mas achei melhor deixá-lo ficar, aos saltitos lá no cantinho da passadeira, a extravasar toda a fúria contida do dia-a-dia. Provavelmente até ajudei a que hoje à noite haja menos uma cena de pancadaria conjugal, aquele há de chegar a casa de tal forma cansado dos saltinhos que dava que não deve ter forças nem para erguer a 14ª bejeca.

Mas aquilo fez-me lembrar de um episódio, passado já há mais de 10 anos. Andava eu na saudosa Faculdade, a antiga, na Rua dos Bragas, cuja estrada de saída dava para a Praça da República. Oras, circundando esta praça, quem vem da direita, no cruzamento da rua que vem do Viaduto (ou do JN, como queiram, ou ainda do Pérola Negra), não tem prioridade. Pelo menos, naquela altura, não tinha. Não sei se ainda será assim. Naquela altura, estava lá visível o triângulo invertido.

Pois um neca, nos seus 50 anos, mete-se “à la gardére” (agradeço que me corrija quem souber) à minha frente. Claro, dou uma buzinadela, que nem é nada meu timbre. Mas ia com dois colegas no carro, há que não dar parte fraca.

Reparo que o meia-leca olha para mim, pelo retrovisor. Então aproveito e digo-lhe que não tem razão no que fez. Sim, com o dedo indicador, não foi com o dedo do meio...

O homem passa-se, e começa a vociferar e esbracejar dentro do carro, seguramente a dizer-me que serei filho de alguma meretriz de má sorte. Oras, disso já não gostei, e ultrapassei-o.

Agora era a minha vez: olhei-o pelo espelho retrovisor e indiquei-lhe que me viesse dizer aquelas simpatias cara-a-cara.

E foi o que ele tentou fazer... Atravessa-se à minha frente com o seu Rover de gama média, também ele de meia idade, e pára.
Eu penso em sair e desancá-lo à pancada, mas o lado racional prevalece, e quando o homem sai do carro, arranco e passo-lhe ao largo.

Estranhamente, isto deixou-o mais furioso ainda! Vá-se lá entender as pessoas.

Voltou a fazer o mesmo, a fechar-me, desta forma sem hipótese de me deixar passar pelo lado. Ia mesmo ter que o enfrentar.

Deixei que ele saísse do carro. Talvez a caminhada dos 8 ou 9 metros que separavam os nossos carros o fizessem pensar na vida e acalmar. É que o homem era mesmo pequeno, daí a demora.

Essa pequenez notou-se mais quando saí da minha viatura (saudoso Punto 6 Speed). Os meus colegas saíram antes, por estarem bem treinados para estas situações, e armaram as 3 ventoínhas que andam sempre comigo em posições estratégicas, para dar aquele efeito de vento pelos cabelos ao sair do carro, e assim aumentar a carga dramática. Um deles ainda conseguiu colocar a cassete dos Metallica no leitor do carro, para enfatizar o horror da cena.

Quando o minorca chega à minha beira, aos berros de que eu era isto e aquilo, repara que me dá abaixo das tetas. Era mesmo baixito.

Eu esbocei uma reacção, ainda e sempre na tentativa da calma. E começo por tentar dizer “Desculpe, mas o senhor não tem razão, eu tinha prioridade”

Mas ele não me deixou acabar. Aliás, mal comecei. Assim que eu disse “desculpe...”, ele responde rapidamente “Está desculpado!”, vira-se e pisga-se...

Não sei, eu acho que tinha os dentes lavados, ele lá devia ter alguma coisa contra homens altos...


PS: Algumas partes da narrativa foram propositadamente hiperbolizadas para aumento da intensidade dramática... Mas cerne do episódio foi real!

quinta-feira, março 19, 2009

O proprietário da viatura de marca...

Esta semana fui comer qualquer coisa rápida (chamar-lhe "jantar" seria um eufemismo) ao Norteshopping, com um amigo e colega do curso, isto num intervalo de estudo para um exame (que correu mal, obrigado).

Durante o jantar, chamaram várias vezes pelo dono "...da viatura de marca Volkswagen com a matrícula tal e tal"... Lá teria o animal estacionado onde não devia. Os azelhas e pseudo-espertalhões são duas das razões pelas quais evito entrar no parque do norteshopping.

Os apelos foram algo insistentes. Não foi uma nem duas chamadas, foram 4 ou 5. Já estava a imaginar um tipo levantar-se da mesa, lá na zona da alimentação, e mandar um berro "JÁ BOUE! Dass!"... Tal não aconteceu. Foi Pena.

Mas isso fez-me pensar... às tantas o rapaz (ou rapariga) não reparou que era o carro dele. Às tantas pensa que o carro dele é um G40 (modelo antiguinho, pequeno desportivo citadino da VW, pra quem não sabe...), e não um Volkswagen...

Estou a imaginar um tipo a ouvir o anúncio "o proprietário da viatura de marca Citroen, matrícula AB-32-56 é favor dirigir-se..." e responder logo para a namorada, debaixo do braço esquerdo, coitada, de cara encostada ao sovaco, enquanto com a mão direita ajeita o boné de lado: "ah, num é pra mim! Eu tenho um AX GTi! Que tóino. Carago". E lá vai à sua vida, até que três horas depois (depois da sessão de cinema com último filme do Van Damme, em que este desfaz à pancada o lar de idosos fascistas onde o colocaram, e em que o robot assassino é candidato ao óscar, quando comparado com o desempenho do francês karateca) chega à viatura para descobrir que já foi rebocada. Talvez aí se lembre que afinal tinha mesmo um Citroen. Ou não.

O G40 era outro carro do género... uma versão kitada (de fábrica) do VW Polo, com 140cv, ou lá o que raio era...

E claro, havia o Fiat Uno Turbo ie. Nunca soube o que queria dizer o "ie", cheguei a pensar que seria mesmo "isto é"... Como quem diz "eu tenho um Uno Turbo, motor Fire com 135 cavalos, suspensão Monroe à frente e Koenig atrás, isto é, um Fiat"...

Ainda havia quem tivesse o 205 Gti. Esse andava bem.

Foram velhos tempos, em que um bmw era ultrapassado na auto-estrada por um AX a 230... Hoje em dia já não há disso. Esse pessoal da pesada agora anda de BMW importado, já não tem a mesma piada.

Eu continuo com a minha carripana velhita familiar a diesel, isto é, uma volvo...

segunda-feira, março 09, 2009

Cof, Cof... (sussurro...)

Já não escrevia nada há bastante tempo.

Na altura do Carnaval, fiquei sem voz, com uma laringite. E quem não tem voz é como quem não fala. Não me deu para escrever em vez de falar. Simplesmente fiquei sem vontade de comunicar.

O problema é que, apesar da atitude lógica ser ficar em casa, na caminha quentinha, a recuperar, o brio profissional falou mais alto, e fui trabalhar, esforçar desnecessariamente a voz. E para quê? Oh, meu Deus, para quê... Qualquer dia ainda misturo este brio profissional com uma fatia de brie e digo "hoje não me apetece ir".

Voltando à voz, é mesmo daquelas coisas a que só damos valor quando nos falta. Nesse aspecto, é como o dinheiro!!! E as cuecas lavadas!!!!

Andei três dias a grunhir, a emitir sons incoerentes, a sussurar. Parecia uma mistura de Stallone com o Charlot, só faltava o piano por trás quando eu abria a boca e não saía nada.

Os meus pais forçaram-me a ir a um médico. Digo "forçaram-me" porque ando a perder a confiança nos médicos. Parece que cada vez mais se ouvem cenas de negligência médica, de pessoal que entra com uma otite e acaba com um pé transplantado, ou que se queixa de uma amigdalite e acaba com uma mudança de sexo. Ainda bem que quando fui operado à garganta a coisa não degenerou dessa forma! Mas esse foi outro que me desiludiu, ao não informar dessa pequena coisa que era deixar de dizer os R's...

Este, de clínica geral, rapaz novo, ar de quem veio dos arredores, ou mesmo do interior do país, começou bem... ao examinar-me a garganta, pergunta se tirei as amígdalas em pequeno. "Não, devem lá estar as duas, em princípio", respondi eu. Apesar de já ter indicado que estava afónico, o tipo deu um salto para a frente, surpreendido de saírem poucos decibéis da minha triste figura. Mas lá disse que de facto, seria uma Laringite, e que pouco havia a fazer, excepto um anti-inflamatório para o inchaço interno. Basicamente, o que já se sabia. Pelo menos sempre é uma desculpa para comprar um medicamento com receita, para ficar na gaveta, para quando tiver uma coisinha mais séria. Não é esse o objectivo da maioria das pessoas que compram coisas na farmácia???

Ora inspire lá, bem fundo, e veja se sai alguma coisa de jeito... Ah, é tosse seca? Então tome lá mais um remédiozinho, para ver se transforma isso em gosma, vai ver como se sente melhor ao expelir secreções verdes pela boca... Nem a Linda Blair* faria melhor...



* - Para os incultos cinéfilos: Actriz principal do Exorcista...

quarta-feira, fevereiro 11, 2009

Ecologia de vão-de-escada...

Eu acho piada que as marcas tomem atitudes pró-ecológicas.

Talvez sejam ainda ecos da minha presença no mundo da gestão do lixo durante quase 5 anos, mas o facto é que, mesmo sabendo que muitas atitudes não passam de golpes publicitários, ou com objectivos claros de lucrar um pouco mais, a verdade é que na prática, fazem sentido acções como a do Pingo Doce passar a cobrar os sacos de plástico, mantendo a possibilidade de levar sacos de casa, ou comprar um que se pode reutilizar várias vezes.

Eu tenho un desses, ou melhor, tinha, até a senhora que cá vem a casa 1x por semana fazer umas limpezas utilizá-lo como despensa de tupperwares. Mas será que ela ainda não descobriu que em casa de engenheiro solteiro, não há lugar a arrumações desta índole ignóbil??? Tupperware que é tupperware deve estar guardado, sim, mas em local de fácil acesso, para que quando começar a derramar a sopa ou o arroz para fora do prato, seja fácil encontrar um recipiente onde colocar imediatemente o excesso.

Mas enfim... agora, o Jumbo, que afinal pertence à mesma cadeia (Jerónimo Martins), decidiu também implementar "Caixas Ecológicas". Ou seja, no meio das cerca de 60 caixas que tem no Jumbo da Maia, lá meteram uma em que não dão sacos gratuítos. Suponho que seja necessário pagar por eles, ou levar de casa.

Digo "suponho", porque como se vê na foto, o raio da caixa estava vazia! Vazia não por não ter gente, mas sim por estar fechada! Isto num final de tarde, pelas 7 da tarde, ou seja, provavelmente o horário com mais gente.

Que raio de consciência ecológica é essa? Com um pouco de sorte, amanhã volto lá, e já aparece um letreiro com outros conselhos ecológicos, como "Compre embalagens com poucas sub-embalagens, mas aproveite a nossa promoção de iogurtes Auchan na nova embalagem colorida, em pacotes de cartão de 4 unidades, envoltos em celofane, com etiqueta impressa a petróleo do mar do norte"...

terça-feira, fevereiro 10, 2009

Os meus out-of-offices... feedback

Na 6ª-Feira passada (06/02/2009), lá deixei mais um out-of-office, num dia passado no cursinho.

"Hello,

There comes a time in a man's life when he must seek how to reach a higher state of mind. Some people go on lenghty tours to find their roots, others seek alternate meditations, others just go to the himalayas and seek guidance in the heavens. Me? I'm settling for a course to allow me to perform better at my job! Isn't this the perfect answer? Yet, sadly for you, it occupies me every Friday. Yes, this lenghty text was only to say "I'm not in the office today".

For this reason, although I will keep my office mobile phone with me, I will probably not be able to pick up any calls, as I will be all day in class. You can try texting me if it's urgent, otherwise I will reply on Monday. I will probably have intermitent access to my e-mail, so with any luck, I will be able to reply. (please, no jokes about intermitent access vs. intermitent failures...)


Best Regards,

Andre.
Mobile
"

Recebi dois comentários de feed-back, o que sabe sempre bem, principalmente quando são positivos...

"Andre,

I really enjoy your out of office messages :-) They are really entertaining for the tough times we are in.

Regards,

Vijay
"

und...


"Hello Andre

I like Your out of the Office comments below,

received from Magna Customer, talk to You later!


Siegfried

-----Ursprüngliche Nachricht-----
Von: robert@magnasteyr

Hallo Siggi!

Perfekte Abwesenheitsnotiz!

Lg
robert
"

sexta-feira, fevereiro 06, 2009

Cortando grãos de café...

Fazendo jus à minha condição de solteirérrimo, gosto de cozinhar. Gosto mesmo, de preparar qualquer coisa, arranjar os ingredientes, sentir os cheiros a formarem-se. Então o cheirinho do refogado quando sai bem feito, já é suficiente para me deixar animado.

Pelo menos, assim foi, nas duas vezes em que consegui que o refogado ficasse bem feito.

De resto, já me tornei bom a fazer massas pré-feitas, e a preparar refeições congeladas. Uma das vantagens de morar sozinho é poder comer o que me apetece, quando me apetece...

Mas apesar da larga experiência em cortar cebola e alho para os cozinhados, ainda me faz impressão ver os tipos na televisão, a cortar aquilo aos pedacinhos como se fossem máquinas. Como é que é possível??? Tipos com experiência consagrada, ainda vá, agora putos como aquele Jamie Qualquer-Coisa a cortar cebola como uma 1-2-3, e os malditos pedacinhos ainda saem melhor do que os meus, que demoro três quartos d'hora para cortar o raio da coisa (interrompidos por várias crises de choro, claro). Irrita-me.

Que raio de facas são aquelas??? Facas Ginsu Japonesas, daquelas que foram forjadas com metal retirado do último vulcão em erupção numa ilha perdida ao largo do Japão, e que cortam o ar, se for preciso? Só pode!!! Mesmo assim, se me dessem uma para tentar, o mais certo era cortar um pedaço da mão, quiçá até alguns dedos.

Mas como gosto de cozinhar, também gosto de comer. É um dos grandes prazeres da vida, sem dúvida.

No intervalo do MBA, aproveitei o facto de termos hora e meia livre, e fui até Leça, até ao Brasileirão. Gosto de lá ir ao almoço, é comida a peso e muito saborosa.

Não pude deixar de reparar que remodelaram o espaço há pouco tempo. Onde antes era revestido a fotografias enormes a P/B, agora são todas a cores.

Mas... alguns convidados ilustres que foram tendo, foram deixando a sua marca na forma de autógrafo. E tendo a sua foto exposta, claro que foram assinar no sítio da foto. Assim foi com o Martinho da Vila.

Só que, ao mudarem para fotos a cores, no sítio onde antes estava uma foto do Martinho da Vila, agora está uma de um qualquer peão a manusear grãos de café, ou ouro, talvez. Só que o autógrafo do Martinho lá continua. Quer isso dizer que o cantor das "Mulheres" é comparável a um peão de fazenda? Ou que fugiu sem pagar, e por isso consideram-no persona non grata, e comparam-no a uma profissão de salário mínimo? Ou será que aquele operário canta tão bem como o Martinho?

Não sei, mas às tantas ainda vamos ver o Martinho da Vila a cantar em honra aos Cafés Delta...

segunda-feira, fevereiro 02, 2009

Baile? Oriental????

Gosto de festas.

Gosto de aproveitar os fins de semana para extravasar o stress da semana, sair da rotina diária de casa-trabalho-casa, sendo este percurso invariavelmente feito de noite, nos dois sentidos, o que se torna deprimente.

Gosto de estar com os amigos, beber (com moderação...), divertir e divertir-me. Dançar, curtir boa música.

Nesse sentido, quando começaram a surgir anúncios ao "Baile Oriental", a realizar no lindíssimo Palácio da Bolsa do Porto, comecei a pensar que seria, provavelmente, a festa do ano, apesar de ainda estarmos em Janeiro.

A expectativa era grande, tanto pelo local, que ainda não tinha visitado (apesar de ser tripeirinho de gema), como pela música, que prometia ser boa (DJ conhecido planeado), como pela classe do evento. Para isto contribuiu a indicação de que o "jeanswear" seria interdito. Ou seja, esperava-se uma noite de gala, com motivo oriental.

Bem...

Que porcaria...

O espaço, de facto, vale a pena. É bonito, é emblemático, é histórico. Mas os fundadores da Associação Comercial do Porto devem ter dado voltas no túmulo quando surgiu o convidado musical... um tipo saído de algum restaurante "Real Indiana", a anunciar uma valsa, para a qual convidava os casais para uma dança na pista ("Oriental"???).

E heis que ele começa a cantar... a valsa...

so-ee mukand durbal Dhan laaDheeeeeeeeee... jap mukand mastak neesaanaaaaaa... E por aí fora. ("Oriental"??????).

Canta meia dúzia de músicas e no final ainda acaba com uma versão ignóbil do "World Hold On", do Bob Sinclair. Deve ter sido mais uma valsa, nós é que devemos ser ignorantes ao pensar que é pop de Bollywood.

Note-se que o homem começou a cantar pela 1h30, quando supostamente aquilo devia ter começado à meia-noite. Mas a essa altura, o jantar (para quem pagou 60€) ainda ia a meio, éramos rodeados de empregados a transportar pratos com 3 fatias de carne assada e arroz de ervilhas, a caminho do salão árabe.

Depois, uma exibição de Kung-Fu de alunos da Escola de Artes Marciais do Porto. Ah, mas havia um chinês, a tirar fotos e a bater pratos musicais. Sim, porque os atletas eram todos portuguesinhos de gema.

Depois vem a música... De salão. Música tipo chill-out, só que ao início da noite. E assim ficamos até às 3h, altura em que finalmente entrou em cena o DJ Ravin. Esse sim, lá puxou pela malta. Só que nessa altura, estava eu na fila para deixar peças de roupa no bengaleiro, onde fiquei mais algumas dezenas de minutos.

Mas isso não foi nada, comparado com o suplício de quem tentava obter uma bebida num dos bares disponibilizados. Houve quem ficasse bem mais do que 1h a tentar chegar ao balcão, para descobrir que o leque de escolhas era paupérrimo. Tinham gin, mas nem uma garrafa de água tónica. Fiquei-me pela 1ª bebida da noite, tendo desistido das outras 2 a que tinha direito. E noite sem copos, dificilmente é noite...

Ah, e a classe do evento? Finíssimo, com talvez 1/6º do pessoal em calças de ganga ou pior. E isto tendo eu um amigo que foi barrado à entrada, precisamente por estar de calças de ganga.

Enfim, salve-se o espaço e o DJ, mas tão cedo não me metam noutra. "Bailes" formais não resultam no nosso país, muito menos no Porto, onde os amigos entram como querem, e a organização deita a perder algo que podia ter sido especial...

...e o indiano nem um cartãozinho de desconto no restaurante nos deu!!!

quinta-feira, janeiro 22, 2009

Out-of-office - de circunstância

À falta de inspiração para hoje (embora a campanha de redução de custos do Obama, ao congelar os aumentos de salário do pessoal da Casa Branca entra em clara contradição com o custo da cerimónia de "coroação" como presidente), aqui fica o out-of-office da 6ª-Feira passada... É mais simples, básico, de circunstância, pois só para um dia de falta, não vale a pena estar com grandes relambórios metafóricos...

Hello,

I am not in the office on Fridays. No, it's not any type of lay-off (not yet...), I'm having a long-term training every Friday (and every Saturday...), therefore I will probably be unable to read this today. Hopefully by the end of it, I will be a better person (professionally and personally), so I will be able to provide better replies to your e-mails!


Claro que entretanto a situação já mudou, visto que o lay-off está aí à porta...

sexta-feira, janeiro 16, 2009

Civismo... hoje e sempre!

Há uns tempos, andava eu de carro com um amigo, e resolvi parar no Norteshopping. Páro lá habitualmente, não para aproveitar os saldos, mas para ir ao supermercado Modelo. Coisa de entrar e sair em pouco tempo.

Quando lá vou, raramente deixo o carro no parque. Não gosto da confusão do parque interior, andar à procura de lugar, ter cuidado com os azelhas que saem de repente ou vêm em contramão. Mesmo estando a chover, prefiro deixar o carro num parque em frente a um prédio, mesmo ao lado do shopping.

Estaciono o carro, em cima de um passeio (onde não atrapalha os peões). E o meu colega chama-me a atenção de que devia estacionar melhor, para permitir que outro carro pudesse estacionar ao meu lado.

“Ok, tens razão. Até costumo ter alguma atenção a esse género de coisas”, respondi.

E é verdade, geralmente tenho cuidado com isso. Mas quantas pessoas o fazem??? Quantas vezes não chego a um sítio, e num local onde cabiam dois carros, algum energúmero resolveu deixar a carroça mesmo a meio? E quantos se preocupam em “fugir” das poças de água, para não encharcar o pessoal que espera na paragem de autocarro? Bom, há muitos que vão lá de propósito…

Outro exemplo vi hoje, na escolinha… Numa escola de gestão, seria de supor que o pessoal teria o mínimo de civismo. Mas não! Chego à casa de banho, e dos três urinóis disponíveis, um tipo escolheu precisamente o do meio! O do meio!!! Que desconsideração! É óbvio que quem entrar, não se vai colocar ao lado dele! Isto de dar uma mijoca encostado ao parceiro não é coisa de macho! Claro que tive que ir a uma das sanitas disponíveis… É mesmo chegar ali e dizer “ah, esta fila de mictórios é só pra mim”, e zás, toca a usar o do meio. Ou será que esperava que algum sensível se fosse colocar ao lado? Nah senhor! O meu pinto não se mistura com qualquer um! E os salpicos que podem saltar para o lado errado???

Todo o gajo que é gajo sabe que a regra é um urinol de distância! A não ser em caso de discoteca à pinha e com os copos. E claro, em wc’s em que só há dois, sejamos realistas.

A minha sugestão? Colocar um aviso nos wc’s, como tem nas auto-estradas: “Mantenha a distância de segurança”…

terça-feira, janeiro 06, 2009

Os meus Out-of-Office

Face aos apelos de várias famílias (uma pessoa, para ser mais concreto), vou passar a registar os meus out-of-office.

Um "out-of-office" é uma mensagem que deixamos quando saímos do local de trabalho por algum tempo (dias), que é enviada automaticamente a quem nos envia um mail, pelo Outlook.

Eu gosto de variar um pouco... e de introduzir algum elemento de diversão ou educativo, para fugir ao tradicional "não estou cá, depois respondo".

Normalmente, de cada vez que falto, faço uma nova mensagem, não gosto de ser demasiado repetitivo (como noutras coisas, um pouco de inovação faz sempre bem...). Bom, o que interessa é que há quem goste, chegando ao ponto de mandarem-me mails só a dizer "já sei que não estás, é só para ver o teu out-of-office...".

Por isso, aqui fica o que ainda está activo, relativo às férias de Natal e Ano Novo.

PS: Só para lembrar, isto fica visível a qualquer pessoa que me envie um mail, seja interno, cliente, ou quem quer que seja...


A couple of thousand years ago, this dude was born in a stable, as Holiday Inn was fully booked, and Ibis had not yet been invented.
He grew up causing a lot of problems to his country's social welfare, by healing the sick (thus sending a lot of hospital workers to unemployment and turning water into wine, with the consequent increase of drunk drivers.

Yet, he managed to become a pretty good public speaker, which gave him a high number of followers. Suprisingly, this kept going on until today.

And so, as with any celebrity, after the man passed away, people started celebrating his birthday, and at some point in time, somebody decided to call this "Christmas", coming from "Christ's Mass" (there is some certainty that the 25th of December was not really his birthday, but rather a date chosen to unite several roman festivities).

By the way, the abbreviation "Xmas" supposedly comes from the initial greek versions of the New Testament, in which X was the first letter of Christ's name.

So yes, we, as a catholic country, also like to celebrate the man's birth. Merry Christmas!!!
Combining this with the low customer ordering, we will be closed from Dec 13 onwards, returning to office on January 7th.

PS: For those of you who don't celebrate christmas due to other religious beliefs, well... enjoy the quiet season!

And Happy New Year!!! Let's all hope that 2009 brings the economic recovery we all look for!


Best Regards,

Andre.

Foi-se o Ano Mau, Venha o Ano Péssimo...

Bom... mais um um natal passado, mais um ano que se comemorou.

Acho que já deixei claro que não acho grande piada ao natal, é algo de demasiado comercial e hipócrita. Já à passagem de ano, apesar de também achar que é uma noite como outra qualquer, não deixa de ser uma ocasião para a festa. Mesmo no meio desta crise, o que interessa é beber (talvez para esquecer) e festejar a vinda do novo ano, mesmo sabendo que vai ser mais complicado ainda.

Eu, fiz a minha parte. Lá fui para uma festinha em S Mamede InFesta, ou em inglês, Saint Mamed inParty, nome apropriado. Chegado poucos minutos antes da meia noite, deu logo para começar a festa, e pouco depois da contagem, lá foi altura de ir buscar a primeira bebida da noite.

E aqui deu para notar que, realmente, as pessoas estão a sentir a crise. Há muita gente a passar fome e sede, principalmente sede, pois só assim se explica o assalto à banca das bebidas. A senhora que lá estava, tinha aquele ar de terror como aquele pessoal que é colocado no final do viveiro de galinhas, a recolher os ovos, e de repente lhe metem centenas de ovos no tapete rolante. Só que aqui os ovos eram pessoas de fatinho XPTO que tinham pago 30 ou 50€ pela entrada. Seria de supor alguma educação nesse pessoal, mas afinal agora percebo que andaram a poupar alguns meses para aquilo, e agora estavam esfomeados e sedentos. Escusavam era de me ter acabado com o Bacardi Lemon...

Tirando isso, sim, foi divertido. Gente alegre, copos alegres, música alegre, toda a gente alegre. E sem problemas com a polícia, o que só por sí, já é uma vitória!

Agora como corre o ano? Só vendo. Para já, começou com a ofensiva de Israel em Gaza, uma das maiores hipocrisias da nossa civilização. Mas até que se matem todos uns aos outros, a coisa não muda. A mim, já considero um ano positivo se chegar ao fim do ano empregado...

Ah sim, e pelo andar da carruagem, hei de continuar por esse 2009 fora a lutar pelo Movimento do Solteirismo! Cada vez com mais adeptos! Avante camaradas! Unidos venceremos! (Mas não demasiado unidos, senão é coisa muito gay...)