sexta-feira, maio 29, 2009

Higiene pública

Num destes dias, ao sair da EGP às tantas, fui, com um colega, comer qualquer coisa rápida ao Norteshopping.

Chegado lá, deu-me vontadinha de ir ao WC.

Para já, acho piada aos WC's de shopping em que os das mulheres são num andar, e o dos homens é noutro. Imagino sempre um rapazola de bexiga cheia, apertadinho, tão apertadinho que já anda com as pernas cruzadas, a olhar para a indicação "homens - lá em cima" e a pensar "eu não aguento!!!".

Enfim. Lá dentro, deparamo-nos com um homem, meia-idade, a lavar os sovacos. Com a camisola vestida, tinha já acabado de lavar com sabão e estava na fase de secar. Nestas alturas, é muito chato reparar que o WC não possui toalhetes de papel para secagem de mãos, e apenas tem secador. Torna mais difícil o processo, e obriga a posições algo constrangedoras.

Já noutro shopping, alguns dias antes, tinha encontrado no WC dois jovens de etnia cigana a acabar de se lavarem e secar com papel higiénico.

Será reflexo da crise, o pessoal tratar da higiene em sanitários públicos? Será falta de água em casa?

Uma coisa é certa: não posso criticar quem tenta lavar o sovaquinho no wc de um shopping, principalmente se tiver uma profissão de contacto com o público. Já me aconteceu perder totalmente o apetite num restaurante ao ser atendido por um empregado a tresandar a suor.

Mas ao mesmo tempo que me parece bem que haja alguma preocupação com a higiene, também fico a pensar no que virá a seguir... será que um dia destes entro num WC e aparece-me um tipo a esfregar os slips no lavatório???

sábado, maio 16, 2009

Era um cházinho luso-africano, se faz favor...

Já lá vai mais de um mês desde o último post, acho que nunca estive tanto tempo sem escrever.

O hiato deve-se, sobretudo, a alguma desmotivação, nomeadamente no campo profissional. É natural quando as dificuldades são grandes e os atritos começam a surgir. Temos que olhar para isto e visualizar como obstáculos que é necessário ultrapassar. O problema é quando não se vê grande luminosidade lá para os lados do fim do túnel, até porque o final do túnel não se avizinha muito próximo.

Mas tudo continua. Vem aí mais uma semana muito complicada, mas não há de ser nada.

Pelo menos, na semana que agora acabou, tive oportunidade de ir lanchar com um amigo de quem tenho bastante estima. É uma pessoa inteligentíssima, mas que ele próprio reconhece não aproveitar as próprias capacidades. Modéstia à parte, revejo-me um pouco nisso, senão na questão do "íssima", pelo menos na questão de não colocar no terreno tudo aquilo de que sou capaz. Vem tudo da envolvente, digo eu... Talvez. Talvez seja o ambiente que nos motiva e dá força. Talvez sejam as perspectivas reais de evolução que nos dão alento para lutar por elas. Se elas não existem, é natural que nos deixemos acomodar.

De qualquer forma, o encontro com ele fez-se num café conhecido em Ermesinde. Não vi lá gajas boas, mas se bem se lembram, o sketch dos Gato Fedorento acabava com o tipo a dizer que a gaja boa que tinha visto em Ermesinde, se calhar até era um gajo... às vezes equivoca-se, dizia ele...

Mas fez-me pensar noutro aspecto. No quanto poderemos ser politicamente incorrectos sem querer.

Sendo um encontro para lanche, é usual pedir uma tosta-mista e um chá. E, a não ser que esteja com alguma maleita, vou sempre para o chá preto. Se tiver Earl Grey, melhor ainda. Já sei que não é o melhor, mas é ao qual estou habituado!

Oras... heis que vem o empregado saber do meu pedido. E este era mestiço, mulato, como queiram.

Confesso que hesitei uns micro-segundos... "Será que se lhe pedir um chá preto, ele poderá pensar que disse 'quero um chá, preto'???"

...

De modos que tentei entoar a coisa para que saísse tudo junto, de forma a não dar aso a confusões, com vírgulas existenciais.

Ainda pensei em pedir um chá de outra coisa qualquer, mas pedir um cházinho de camomila, ou tília, mas além de isso ser demasiado fraquito pra mim (não, não vou entrar em considerações se macho que é macho bebe chá de camomila!!!), achei que tinha que arriscar.

E deve ter resultado, pois trouxe-me, de facto, um chá preto, a acompanhar a bela da tosta. E que boa que estava...