sexta-feira, julho 31, 2009

De Férias!!!

Aaahhh, hoje entrei em periodo de férias... Duas semaninhas sem pensar em trabalho...

Bom, não será bem assim, é provavel receber algumas chamadas nos dois primeiros dias. E já sei que o maldito brio profissional vai-me levar a ver o mail do trabalho uma ou duas vezes na 2ª-Feira.

E há dois dias atrás, tinha as férias marcadas para o final de Agosto. Sempre detestei tirar férias em Agosto. É uma óptima altura para recuperar trabalho atrasado, as coisas são muito mais calmas, e ninguém chateia por sairmos mais cedo, de forma a ainda apanharmos uma praia ao final da tarde...

Este ano pensava repetir a dose, mas heis que o chefinho repara que isso iria significar enfrentar umas reuniões com um dos meus clientes sozinho. Ah isso não pode ser, toca a pedir ao rapaz que altere as férias. Por acaso não tinha nada marcado...

Vai daí, já estou de férias... uns dias em casa, arrumá-la do estado em que ficou depois de 1 ano de MBA, depois uma semaninha em Espanha, numa serra, isolada, mas perto da praia, e para acabar mais uns dias no Porto, ainda a tempo de aproveitar o fim de semana para um shake no Forte S João (provavelmente...).

E no meio disto tudo, o que me vem à cabeça é: "Duas semanas não dão pra nada..."

sexta-feira, julho 24, 2009

O Mau Samaritano

Esta semana, ao chegar a casa, lembrei-me de passar por uma confeitaria aqui perto de casa, para ir comprar uns pães cá pra casa.

Parei o carro mesmo perto da confeitaria Henrique Carvalho, aqui em Matosinhos. Tem uns croissants fantásticos.

Mesmo perto da entrada, estava uma miúda, nos seus 15-16 anos, a tentar arranjar a correia pedaleira da bicicleta. Tinha saído do sítio, e a jovem estava com alguns problemas para recolocá-la.

Indiferente, entrei na loja, comprei um croissant e alguns pães. À saída, ainda lá estava a rapariga. Novamente indiferente à situação, entrei no carro e arranquei. Mas reparei que ela olhou, como quem diz "olha, podias ajudar, não?". Mas achei que a melhor maneira de ela aprender que basta reduzir a velocidade maior para a correia ficar mais solta e ser mais fácil encaixá-la, seria descobri-lo por si só.

Ao arrancar o carro, começo a pensar "que raio... isto não me deixa nada confortável... a miúda deve pensar que sou um estafermo!".

A ideia que tenho é que muito do sentimento de samaritanismo que por aí anda não resulta de uma genuína vontade (e vocação) para ajudar os outros, mas sim de uma necessidade de auto-realização pessoal. Ou seja, sentimo-nos bem porque estamos a ajudar os outros, não por ajudarmos os outros. Não será uma ideia fácil de transmitir, mas o que digo é que muitas vezes, o facto de ajudarmos os outros vem do nosso próprio egocentrismo.

Este caso não foi diferente.

Enquanto ia para casa, ia a pensar que a rapariga deve pensar horrores de mim. Se me vê na passadeira, passa-me por cima. E isso começou a corroer-me as entranhas. Coitada da miúda, ali há uma data de tempo e ninguém a ajuda. Se fosse comigo, eu gostaria que alguém me ajudasse!

Entro na garagem... dirijo-me para o meu lugar e estaciono... Mas fico a pensar... e a pensar... coitada da miuda... fui um bocado idiota... que raio... porque é que não consigo desligar o carro e ir pra casa???

E pronto, quero lá saber. Volto a arrancar, e vou a sair da garagem, decidido a voltar lá e ajudar a jovem.

Claro que a coisa não corre bem... chego à rampa de saída, e quando carrego no comando para abrir o portão, aparece um mercedes para entrar. Raios... Ah, mas ele dispõe-se a recuar para me deixar passar. Porreiro.

Quando este começa a recuar, heis que aparece uma miuda num Cinquecento, também para entrar. Raios!!! Nesta altura já ia eu a meio da rampa, e tive que parar.

É que o meu carro anda com uns problemas no turbo, e em primeira, numa subida íngreme, é um cabo dos trabalhos para conseguir arrancar. Castigo divino, diriam alguns.

Mas lá consegui, e saí da garagem a pedir desculpa aos dois, pela demora...

Dirijo-me novamente à confeitaria. É óbvio que quando lá chego, a miúda já lá não está...

Ao regressar a casa (novamente...), vejo-a a seguir viagem, montada na bicicleta.

"Óptimo", penso eu... "Assim aprende a reparar aquela avaria"...

"... mas vai ficar a pensar que aquele tipo que entrou na confeitaria é uma besta!!!"

Enfim...

Fim do curso

Acabou-se o MBA...

É uma sensação estranha que nos percorre. E digo "nos" porque sei que não sou o único a senti-lo. É bastante agridoce.

Por um lado, sente-se um alívio e relaxamento por acabar o tormento dos trabalhos, exames, aulas à 6a e Sábado.

Mas por outro...

Bem...

Por outro lado sente-se uma amargura por ir deixar aquele grupo. Há lá pessoas de quem passei a gostar verdadeiramente, como quem gosta de um grande amigo, apesar de as conhecer mal. Ainda agora acabamos de nos despedir com um "até já", e já bate forte a nostalgia.

Foram momentos intensos, de stress elevado, que servem para nos aproximar. Aprende-se a trabalhar com pessoas diferentes, com personalidades díspares, mas focadas num objectivo. Aprende-se que nem todos olhamos para as mesmas coisas da mesma forma, e como isso pode ser benéfico para chegar a uma análise mais abrangente. Aprende-se que há pessoas generosas, com um altruísmo ímpar, que distribuem trabalho que lhes custou a fazer sem pedir nada em troca, para que os outros se possam guiar por alguma coisa. Aprende-se que há quem goste de ajudar os outros, quem se preocupe em motivar-nos quando estamos desanimados.

Eu diria que no meio dos Wacc's, das Amortizações, das Taxas de Juro, dos Rukikis e das Matrizes de Porter, o MBA Executivo é uma oportunidade excelente para se fazerem amigos para a vida.

E como sabe mal quando nos separamos deles...