quinta-feira, setembro 24, 2009

Trivialidades

A vida segue. A minha primita foi ontem para casa, toda contente por passar alguns dias no lar que reconhece, após 1 mês de tratamentos no IPO. E continua a surpreender toda a gente, pela forma como encara tudo isto. Diga-se que ainda não tem idade suficiente para se aperceber da gravidade da situação, mas há lá outros miudos com a mesma idade que não apresentam a mesma alegria. Continuo a pensar que inclui um pouco de ajuda celestial...

Ajuda celestial senti também ao tentar as primeiras tacadas no golf. Consegui acertar algumas bolas bonitas, daquelas que ficamos a vê-las voar, daquelas que até vão a ganir da pancada que levaram, como diz a tia C.

Entretanto, acho que finalmente consegui acabar o MBA (...em Gestão!), após ter realizado um exame de melhoria (uma cadeira de marketing a que tive má nota e ficou entranhada na garganta, custava a engolir), e apesar de ainda aguardar pela nota do exame de Economia.

No meio disto tudo, parece que há uma campanha eleitoral. Ou melhor: “diz que é uma espécie de campanha”, já que é dominada pelos Gato Fedorento. No programa deles já pudemos ver os líderes partidários a tentar demonstrar como são bem-humorados. Uns conseguiram-no melhor que outros. Se bem que, embora digam que não, as perguntas, e acima de tudo as respostas prontas dão toda a ideia de serem combinadas previamente. E deu para ver que a dr.ª Amaral Dias tem ares de arrogância pouco comuns no Bloco de Esquerda. Talvez isso justifique o alegado convite para integrar as alegadas listas do alegado PS... Até hoje, a entrevista que achei mais engraçada foi a do Teixeira dos Santos, mas lá está, soou muito a pré-programado.

Em quem vou votar? Não tenho problemas em dizer. Não sou socialista, sou totalmente apartidário, mas nesta altura da crise, vou optar pela continuidade. Se entrar gente nova, demoram imenso tempo a perceber o estado das contas públicas, até realizarem que não conseguem fazer as reformas que apregoam na campanha, pelo débil estado das coisas. E não foi a senhora laranja que disse que “em Portugal as reformas não funcionam”?
Além do mais, o prof. Marcelo já está farto de avisar que o governo eleito só vai durar dois anos, seja de que cor for. Não sei se é pela crise e conjuntura socio-politico-económico-financeira, ou se é por também acreditar na teoria Maia de que tudo isto acaba em 2012... :)

quarta-feira, setembro 16, 2009

Finalmente, um sonho!

Sempre tive alguma abertura de espírito para aquilo que não compreendemos, e que escapa às explicações racionais e científicas. Chamemos-lhe o sobrenatural.

Talvez essa abertura venha do gosto por filmes do género fantástico e de terror, acaba sempre por deixar aquela pulguita atrás da orelha, aquela que se chama “e se...?”. Ainda hoje, a série Sobrenatural é uma das minhas favoritas. E viva o Fantasporto.

Isto não quer dizer que procure explicações etéreas e místicas para tudo o que acontece fora do habitual... Bem pelo contrário, o normal é procurar a explicação racional para tudo, e então para videntes, sou muito céptico. Mas às vezes... algo acontece!

A última coisa que eu disse ao meu pai foi “quero ver-te nos meus sonhos”. Porque acredito que o mundo dos sonhos pode ser uma porta para outros mundos, outras dimensões. O poder da mente é algo que ainda hoje está relativamente pouco estudado. Supostamente, a tal ideia de que apenas utilizamos 10% do poder cerebral será um mito urbano (
http://faculty.washington.edu/chudler/tenper.html), mas gosto de pensar que esta máquina tão complexa é capaz de fazer coisas que ultrapassam os limites da razão. E se Freud tentou explicar o porquê de alguns sonhos típicos, o certo é que ainda hoje contamos com eles para nos transportarem para outro estado de espírito, e sensações que nos parecem tão reais que duvidamos que se tratem de sonhos, até acordarmos.

Neste periodo de luto, praticamente não tinha conseguido lembrar-me de nada. Acordo todos os dias sem fazer a mínima ideia de com o que terei sonhado. Excepto num dia, em que, ao acordar, lembrei-me que tinha sonhado com qualquer coisa sem importância.

Mas hoje... finalmente! Sonhei com o meu pai!!! Um sonho banal, sentados à mesa de jantar, a situação mais corrente. Além dos meus pais, vá-se lá saber porquê, estava à mesa também um amigo da família. O sonho era corriqueiro, conversa de mesa, a pouca conversa que havia à mesa.

Numa altura em que falava sobre a compra de um carro novo, a minha mãe levanta-se para ir à cozinha. E nessa altura, talvez por esse movimento despoletar alguma sensação, páro de falar no carro que “tinha” comprado (será desejo de compra?, Freud?) e de repente reparo que estou num sonho, e que o meu pai está ali, ao meu lado na mesa.

Sem demoras, levanto-me e vou abraçá-lo, com ele sentado. E que bem que soube.

Ele calou-se, como se soubesse o porquê do abraço. Também o amigo da família, habitualmente muito falador, se calou, com lágrimas a escorrer, como se também se apercebesse.

E de repente acordei, ainda com a sensação do abraço bem presente, tão real. Não queria ter acordado, mas já estava contente por essa oportunidade. Se num início não parava de agradecer por ela, passado algum tempo comecei a pensar... será que, por ter percebido que estava num sonho e ter agido conscientemente durante o mesmo, quebrei alguma regra cósmica? Será que não era suposto ganhar essa consciência? Será que ele (ou quem comanda isto) teve receio de que eu perguntasse algo que não devia? Não. Não o faria, apenas queria ficar ali, abraçado, e nunca mais largar.

De facto, a mente prega-nos partidas interessantes.

Será?...

...Se acrescentar o facto de que, nesse momento em que acordei, e ao abrir os olhos, reparo que o quarto está iluminado com a luz do telemóvel, que, não tendo indicação de mensagem ou chamada, e com o toque do despertar ainda a 9 minutos de distância, habitualmente apenas “acende” se for accionado por alguém, será que continuo a pensar que foi apenas um truque da mente?...

Uma coisa é certa, embora o dilúvio pela minha cara abaixo não parecesse ter fim, misto de alegria e saudade, foi sem dúvida o melhor acordar que tive nos últimos 40 dias...

segunda-feira, setembro 07, 2009

E o país continua...

... e de repente, heis que uma senhora que parece saída de um filme de terror paralisa o país.

Convenhamos que o nosso PM, ou melhor, a máquina do PS, tem feito algumas idiotices, ao nível de afastar professores com opiniões contrárias, confusões com tios e primos em outlets, entre muitos outras, mas francamente, seria a maior burrada de sempre afastar uma jornalista com quem tem problemas em vésperas de eleições.

Afinal, ainda estamos para perceber se a senhora foi afastada porque a direcção da Media Capital, Prisa, Ordem dos Advogados, Conselho de Ética, Liga de Clubes e Vaticano eram contra a sua política de escandaleira e confrontação barata, e de veracidade duvidosa, ou se foi por conselho dos médicos, já que o botox ameaçava explodir em pleno estúdio.

O certo é que esta notícia teve o condão de mobilizar o país na busca pela verdade. Afinal, deixamos de saber quantos infectados pela Gripe A existem no país.

Ou melhor, foi notícia o jovem de 19 anos e 120Kg que esteve em estado crítico. Pudera, parece que tem tanta gordura que lhe faz pressão no peito, e terá desenvolvido uma pneumonia como consequência da gripe. Com a comida de hospital, seguramente sairá de lá mais magro! E diz o pai do jovem que demoraram 5 dias a fazer o diagnóstico. Nem é muito. Para quem não sabe, aquela história do "hoje foram registados X casos de gripe A em Portugal" é treta. Na realidade, os diagnósticos demoram 3 dias a ser confirmados. Durante esse tempo, se estivémos em contacto com um infectado, mas não temos sintomas, andamos por aí a espalhá-lo. Daí a rápida progressão da doença.

Mas pelo menos, seguimos cheios de esperança de chegar ao mundial, com meia equipa brasileira, já que em 10 milhões não se arranja gente de jeito para jogar. Mas já no tempo do Eusébio era assim, e ninguém reclamava na altura...

PS: E a minha primita continua em recuperação da quimio, sempre bem disposta, a mandar calar toda a gente que lhe atrapalha os desenhos animados... E come melhor agora do que nunca! Haja alegria, temos este pedacinho de gente para nos devolver aos adultos algum gosto pela vida!

terça-feira, setembro 01, 2009

Allô? É do allém?

Eu sou uma pessoa, embora bastante racional, também bastante aberta a realidades alternativas.

Embora homem de engenharia e ciência, tenho bastante facilidade em acreditar em eventos sobrenaturais, outras civilizações, etc. Mas antes de formar uma opinião, tento pesquisar sobre o assunto.

O problema é quando se trata do “outro lado”. Ao pesquisar por factos, o único que surge são relatos de quem terá vivido experiências fantasmagóricas.

Ou seja, dificilmente algum dia (antes de lá chegar, pelo menos) terei a resposta a uma questão: o que realmente acontece?

Segundo os estudiosos, os fantasmas que assombram lugares famosos fazem-no porque ali tiveram uma morte violenta, não natural. Quem tem uma morte descansada, teoricamente não irá assombrar o local.

Mas ainda assim, penso que que acontece... Segundo Lavoisier, na natureza, nada se perde, nada se cria, tudo se transforma. Então e isso aplica-se ao conhecimento? À nossa essência? À alma?

Mesmo excluindo aqueles pensamentos típicos nestas alturas “ah, o teu pai vai estar sempre contigo, sempre ao teu lado, só não fisicamente”, o meu lado racional não aceita de bom grado a noção de que tudo desaparece num instante.

Mas, se acreditar que o meu pai, tal como os seus antepassados, de facto ainda permanece por cá (eles andem aí...), então será mesmo omnipresente, em toda a parte ao mesmo tempo? Ou será que anda a passear? E nessa segunda opção, será lógico acreditar que anda por onde lhe apetece.

Se for esse o caso, então a coisa complica-se... Apesar de ainda ser muito recente e custoso, ocasionalmente falo com ele como se estivesse de facto ali, ao meu lado. Geralmente a dizer tretas do fcp. Mas gostava imenso de sentir qualquer coisa que me fizesse pensar que ele está mesmo ali, a ouvir-me. Sei lá o quê... talvez um arrepio de frio, ou mesmo aquela sensação de que estamos a ser observados. Nada de livros a voar, isso já me parece fantasia a mais.

É que senão, eu até posso estar pr’ali a dizer mal do benfica à força toda, a pensar que ele me está a ouvir, mas na realidade pode estar a seguir o torneio de golf na California, ou a acompanhar a corrida de fórmula 1 na Malásia lá, in loco. Era o que eu faria... (ok, no meu caso, seria mais fácil “apanharem-me” nos camarins de um desfile de moda da Victoria’s Secret...).

Mas nem por isso vou deixar de falar com ele. Quem sabe um dia responde mesmo...