segunda-feira, agosto 30, 2010

Romenos pra casa!

A Europa e o mundo ocidental andam algo chateados com o Sarkozy por querer expulsar os ciganos romenos e búlgaros.

Agora veio também sua santidade o Papa apelar ao bom senso. Pois sua santidade nunca deve ter andado de combóio com uma catrefada romenos ciganos. Sua santidade e os opinion-leaders que reclamam deste acto bárbaro nunca devem ter inalado o ar fétido e pestilento, impossível de descrever, que fica entranhado nos tecidos das carruagens depois de uma horde de 20 ou 30 romenos percorrerem o trajecto Porto-Braga.

Mesmo nos dias em que não aparecem, o cheiro está lá...

E nem é só o cheiro. É o barulho. Por alguma insondável razão, não conseguem falar baixo, não conseguem manter uma conversa com um nível sonoro aceitável para uma situação social.

Sua santidade nunca deve ter tentado adormecer no final de um dia longo de trabalho e não conseguir pelos berros incompreensíveis. Nem lhe devem ter tentado vender sandálias Lacospe ou Reetruck. Muito menos deve ter tido que aguentar o banquete de frango às 7 da manhã, cujos restos fazem questão de atirar desde a porta da carruagem para um monte de lixo que se vai acumulando na estação da Trofa. Ou melhor, ia, porque com a estação nova não têm para onde atirar os restos.

É claro que este tipo de iniciativas é inútil, pois sendo a Roménia e Bulgária parte integrante da União Europeia e do espaço Schengen, terão todo o direito de voltar a França, passado pouco tempo. A meu ver, a opção mais justa e quiçá humanitária seria tentar integrar este povo na sociedade, com formação e apoio social. Mas isso custaria dinheiro, e os outros todos que estão em casa a receber o RSI (pois esse não é um mal exclusivamente português), pensam "então estes vêm de fora e ainda são ajudados? Então e eu, que sou nativo???". Pois, mas esses não cheiram a presunto rançoso, até porque o RSI dá para pagar shampoo, o gel de banho, a loção pós-banho, a massagem no spa, o mercedes para ir até ao spa, etc, etc...

Mas não posso culpar o baixito presidente de França. Sua santidade, já que curte lavar uns pézinhos uma vez por ano, faça algo de útil à sociedade venha para a estação de Braga, já que perto da estação central tem uma bomba de gasolina, onde a horde romena costuma lavar os pés após a longa e desgastante viagem...

PS: Antes que me acusem de xenofobia, já conheci romenos muito porreiros... e não tenho nada contra os ciganos! Dá-lhe Quaresma!!! :)

quarta-feira, agosto 18, 2010

SCUTando...

Já vamos a meio de Agosto, e ainda não foram introduzidas as portagens nas SCUT. O projecto de obrigatoriedade dos chips nas matrículas foi cancelado na Assembleia da República, sendo agora apenas facultativo. E não se sabe se os residentes serão isentos (o que seria a maior parte dos utilizadores!), e como cobrar aos estrangeiros. O normal neste país.

No fim deste texto, apresenta-se as taxas de portagem para a zona do Porto. Se alguém quiser, também tenho as da costa de prata e norte litoral.

Oras... fazendo as contas, a opção mais barata, para o percurso que faço todos os dias, seria pagar 0,70€ por trajecto, ou seja, 1,40€ por dia. Hmm... façamos contas... noves fora... tal e coisa... num mês de 21 dias úteis, isto seriam 29,4€ de rombo no orçamento.

Bom, dizem os de Lisboa que já que eles têm auto-estradas pagantes, nós também temos que pagar as nossas. Mas reparemos que a extensão da A4 até Matosinhos poderia ser equiparada ao Eixo Norte-Sul na capital. Enfim, um Eixo Este-Oeste... E o de lá de baixo não é portajado.

Note-se que eu nem discordo com o pagamento das SCUT’s. Mas a filosofia de “vamos criar uma auto-estrada sem custos hoje, e daqui a uns anos talvez se venha a pagar” é que me faz confusão. Se as pagássemos logo desde início, ninguém reclamava. Claro que nesse caso, nunca lhe poderíamos chamar “SCUT”. Se calhar foi isso: alguém inventou a sigla e quis ficar na história por isso, mesmo sabendo que depois passariam a “CCUT” (Com Custos para o UTilizador...), o que já não soa nada bem. Mas pagar agora, passados vários anos, não faz sentido.

Claro que não está em causa a “via alternativa”, que alguns dizem ser a razão para não devermos pagar as vias novas. Isto é ridículo. Dizer que não há alternativa é dizer que a Maia está inserida numa ilha coberta de água, e a única forma de lá chegar é pelo IC24 (A28) ou A4... É claro que podemos seguir pelas estradas nacionais, e demorar mais 2 horas para fazer Porto-Valença, por exemplo. Só paga para chegar mais depressa quem quer, ou quem precisa. É lógico.

Por mim, vou boicotar a iniciativa governamental. Mas não me vou envolver em buzinões que só dão cabo da paciência a quem usa a estrada, nem em greves que só servem para perder 1 dia de salário. Simplesmente, assim que se iniciar o pagamento, evitarei ao máximo as portagens, e passarei a percorrer o caminho mais longo, que envolve a VCI, que é como quem diz, vou demorar bastante mais tempo a chegar a casa, ao final da tarde. Já antevejo o regresso aos bons velhos tempos, em que para chegar de Ermesinde à Foz, ao final da tarde, demorava mais de 1 hora. Não é que não concorde com as medidas de austeridade para ajudar o país a sair da situação em que está, mas também gostava de ver medidas como a da redução de salários dos governantes, incluindo os Secretários de Estado, como em outros países (medida envolta em grande polémica por cá...). Ou seja, que se combata a despesa, ao invés de procurar mais receita...

segunda-feira, agosto 16, 2010

A virtude na estrada

Todos os anos se fala no número de mortos nas estradas portuguesas.

Culpa-se o excesso de velocidade. Às vezes o estado das estradas.

Eu não concordo. É verdade que muitas estradas podiam ser feitas "como deve ser", e não remendadas com bocados de alcatrão martelado, que sai com a primeira chuvada. É verdade que muita gente ainda ganha muito dinheiro com alterações ao que estava estipulado no caderno de encargos, o que invariavelmente resulta em pisos a abater e falhas graves no pavimento.

Mas eu ainda acredito que a maior parte dos acidentes na estrada ocorrem porque os condutores não têm cuidado, e muito menos civismo. Todos conhecemos imensa gente que se acha um Fangio na estrada, e melhor do que todos os outros. Todos são burros, excepto o típico Tuga F1. Para ele, a estrada é uma pista, é uma extensão do seu ser, e a sua máquina nada mais do que o seu membro sexual, pois é com ela que gosta de se vangloriar às mulheres e causar inveja aos outros homens.

Mas isso vem muito da educação que é dada aos futuros assassinos, oops, queria dizer condutores.

O exemplo que aqui apresento é uma foto tirada por mim, na zona final da A4, já a chegar a Matosinhos. Um jovem aprende a conduzir exactamente pelo meio da estrada. Essas indicações de "conduza pela direita" são para os tansos, "porque pode sempre aparecer um idiota disparado da direita, e aqui no meio tens boa visão para toda a estrada", dirá o instrutor.

Poderão dizer alguns mais atentos "ah e tal, mas logo a seguir ele vai ter que se chegar à esquerda, para seguir para Matosinhos, senão vai para o Porto". A questão é que eu já vinha atrás deste supra-sumo da condução há algum tempo, sempre pelo meio da estrada. "ah, mas daqui a 5km vais ter que te chegar à esquerda, por isso vai-te chegando", diria o instrutor, feliz por ensinar o jovem a prever o futuro... e todos os outros que se lixem!