segunda-feira, dezembro 13, 2010

Decisões decisivas...

E pois... acabei há pouco de deixar o post sobre a Wikileaks, e já não deixava aqui nenhum registo para a posteridade há bastante tempo.

A questão é que a vida mudou entretanto, e a disposição para vir aqui deixar algo com o mínimo de piada não tem sido muita.

E a vida mudou porque finalmente se consumou a decisão que já tinha tomado há bastante tempo de deixar o emprego para procurar outro.

Vários dos que estão a ler isto agora ainda se questionam o porquê da tomada de decisão, imagino até que haja quem pense "ele não disse tudo, deve haver aí qualquer coisa mal contada...".

Bom, lamento dizê-lo, mas não há.

Aliás, a algumas pessoas que me perguntavam "porquê?", eu respondia com outra pergunta: "mas porque não???". Tenho ambição para mais do que estava a fazer, e o grupo da multinacional em que estava inserida a empresa não promove esse tipo de pensamento.

"Então e porque não procurar, e só sair quando encontrar alguma coisa?"
- Porque embora alguns aguentem bem, a mim cansou-me bastante o desgaste das viagens diárias, de acordar todos os dias pouco antes das 6 da manhã, gastar 3h por dia em viagens, chegar a casa às 8 da noite cansado e sem vontade de fazer nada, devido ao desgaste psicológico do próprio dia de trabalho. E em alguns dos projectos que eu tinha, já não tinha quaisquer ovos, enquanto me pediam omeletes. Claro não foi só isto, foi uma miríade de pequenas coisas que acabaram por se tornar numa grande coisa.

E agora?
Bom, agora aproveito para descansar um pouco, e que bem que me tem feito, enquanto procuro por outras oportunidades. E apesar do mercado estar difícil, elas existem.

Afinal, já dizia o outro: "Yo no creo en oportunidades, pero que las hay, las hay"...

Ok, não era bem assim, mas podia ser... :)

Leve-se o Assange a tribunal, digo eu...

Ocasionalmente, surgem-me comentários aos meus posts que claramente não são feitos por quem os lê. Serão adicionados ao blog automaticamente, por programas automáticos, como robôs. Por isso mesmo se chama a este tipo de programas "bots" (de robots).

Ontem recebi um desses comentários, em inglês, a perguntar se eu não reagia ao bloqueio do Wikileaks pelos USA.

Obviamente, não respondo, limito-me a apagar o comentário. Mas é óbvio que o assunto anda na ordem do dia.

E, sinceramente, eu sou daqueles (poucos, aparentemente) que acham que o senhor Assange devia ser julgado por terrorismo.

Digo isto pela leviandade e irresponsabilidade ao revelar informações que obrigam a substituir embaixadores e são susceptíveis de causar problemas diplomáticos graves em vários países do mundo. E isto no mesmo mundo em que vive o tal australiano.

Claro que há coisas em que não vejo grande mal que se saibam, mas ao indicar, por exemplo, quais as estruturas que os USA consideram sensíveis a ataques terroristas, estão a indicar à Al-Qaeda quais as estruturas que não estão vigiadas, e que podem atacar à vontade...
E ao revelar opiniões de embaixadores, que acham que determinado governante não é mais que um miudo mimado, estão a criar incidentes diplomáticos que atrasam a diplomacia mundial uns 20 ou 30 anos. Os Estados Unidos já tiveram que substituir alguns embaixadores, e porquê? Para que um site da internet possa ter algum mediatismo???

Se quem lê isto acaba de estar com um trengo, e quando ele sai se vira para o amigo e diz "aquele tipo tem um jeitinho que parece gay", não gostaria de ver isso escarrapachado no jornal da terra, no dia seguinte... É precisamente o que aconteceu. No meio de três ou quatro informações que realmente interessam ao público e que deviam ser reveladas por constituir semi-conspirações e atentados à liberdade e tal, há milhares e milhares de coisas insignificantes, de diz-que-disse entre embaixadores e países de origem, que não interessam para nada, a não ser para causar problemas entre esses países... De que raios me interessa saber que o embaixador dos USA na Chrychechnia do Sul acha que o presidente da Chrychechnia do Norte tem três tomates???

Ok, não diz isso no wikileaks, mas a maioria das coisas que lá aparecem, são do género...