quinta-feira, setembro 13, 2012

O vapor é algo que não me assiste...

***Aviso: Este post pode ferir estômagos e tripas sensíveis... ***

Há bastante tempo atrás (demasiado para confirmar quanto), escrevi aqui um post sobre a problemática social da escolha do urinol, em WC's públicos.

Quando está vazio, nunca sabemos a qual ir, e quando está gente, há que deixar 1 lugar de intervalo, é o comportamento socialmente correcto.

Mas há uma outra problemática associada aos WC's públicos... principalmente nos masculinos, digo eu, porque não conheço os femininos.

Oras... quando um ser humano larga o seu excedente líquido, não é raro que este solte um pouco de vapor. Principalmente em dias frescos, já que o líquido sai próximo da nossa temperatura corporal de 37ºC. Alguns WC's também incorporam nos urinóis alguns produtos para reduzir a libertação de odores, sendo que alguns deles também libertam vapores.

A questão é... o que faz o homem quando está numa situação destas e... sente aquela vontade quase incontrolável de soltar um bocejo.

Pode ser por sono, cansaço, ou apenas a simples necessidade de oxigenar o cérebro. Sentimos a boca a abrir, num reflexo involuntário, e percebemos que estamos prestes a inspirar profundamente todo aquele vapor que exala do urinol.

O que fazer???

Não é uma decisão fácil, e temos apenas um ou dois segundos para a tomar, antes que o binómio boca aberta-vapor de qualquer-coisa-que-nem-sabemos-bem-se-é-urina-ou-vapor-de-água se tornem num denominador comum.

O problema é que não há uma resposta correcta. Alguns viram a cabeça para onde podem, outros tentam impedir o impulso do bocejo, outros tentam impedir o impulso urinário.

Eu? Obrigado por perguntarem. Eu opto por fechar a boca e ter um bocejo "interior", o que não é nada fácil, mas ao fim de anos e anos de prática, é algo que se domina...

domingo, setembro 09, 2012

Tudo muda, tudo se mantém igual

Quando eu era pequeno, tudo me parecia grande. O mundo parecia-me enorme.

Lembro-me de andar no banco de trás do carro do meu pai, e sentir que tinha imenso espaço, podia-me deitar no banco, na altura não havia obrigatoriedade de uso de dispendiosas cadeiras para crianças. Era um Renault 5, mas parecia-me enorme.

Lembro-me de demorarmos 2 dias para chegar ao Algarve, na altura em que ainda só tinha um "L", e praticamente não havia auto-estradas.

Lembro-me que podíamos ficar a brincar na rua porque não havia insegurança. Mas tinha que ser perto, porque não havia telemóveis para avisar, caso estivéssemos longe. Nem telefones de casa portáteis, quanto mais telemóveis...

Naquela altura, não havia centenas de canais e pouco ou nada que preste para ver na tv. Havia os desenhos animados checos do Vasco Granja, e mais tarde o "Agora escolha", uma novidade tecnológica em que se podia ligar para a televisão e assim influenciar o final do programa.

Naquela altura, era vulgar as pessoas da Foz e de Matosinhos dizerem "vou ao Porto", porque apenas uns anos antes, esses eram os arredores da cidade.

Naquela altura, as pessoas iam aos hospitais para se curarem, não para apanharem infecções ou coisa pior.

Naquela altura, quando procurávamos um médico, não pensávamos em pedir uma 2ª opinião, por receio que o 1º tivesse dado uma indicação errada.

Naquela altura, não havia "doenças modernas". Ou melhor... havia a SIDA, que estava a acabar de ser descoberta, lembro-me da morte do actor Rock Hudson, mas não me recordo da morte do António Variações. Mas isso era doença de adultos (e nessa altura, de homossexuais).

Não havia doenças modernas de crianças. Não havia campanhas massiças para angariação de dadores de medula.

Naquela altura, princesas não nos deixavam após uma luta inglória contra um inimigo invisível e incompreensível.

Naquela altura, dizia-se que dali a 20 ou 30 anos, tudo iria ser muito melhor, mais avançado.

Entretanto cresci, e hoje o mundo é que me parece pequenino.

Descansa em paz, Cá. Hei de voltar a ver-te.