Transcrição integral de um mail enviado ao Público pelo meu pai, esta semana:
"Exmo. Senhor,
Sou, de há muitos anos, leitor diário do Público mas hoje, pela primeira vez, sinto-me na necessidade de manifestar a minha admiração por uma parte da entrevista efectuada pelo Sr. João Bonifácio ao Camané publicada na ípsilon de 2007/04/27.
A dada altura (pág.6-coluna 2), e sobre a canção “Ne me quitte pas”, por acaso ou talvez não apresentada como “Ne me quites pas” (Deve ser françoguês - Oh pá, tu não me quites), o Sr. Bonifácio questiona o Camané com a seguinte questão:
· É das canções de amor mais desesperadas que já alguém escreveu: “Deixa-me ser (...) o ombro do teu cão”...
Será que li mal? Será erro tipográfico? Mas aí o Camané responde:
· Ele queria ser o ombro do cão dela...
Ah grande cão! Ou cães! Para que conste, a letra escrita por esse enorme poeta e cantor Jacques Brel, fala em “...ser a sombra da tua sombra, a sombra da tua mão, a sombra do teu cão” o que, segundo a tradução do Sr. Bonifácio, seria merecedora de um quadro do Picasso, “ ...o ombro do teu ombro, o ombro da tua mão, o ombro do teu cão”.
Coisa mais poética não pode haver! Que mulher poderia resistir a uma declaração destas! E os leitores do Público? Será que podem resistir a tanto pseudo intelectual?Tirem-nos debaixo do ombro e ponham-nos ... à sombra."
Mas alto! Heis que respondem!
"obrigado pela sua indignação. Envio-lhe aqui um mail do autor do texto que faz questão de lhe responder. Obrigado, Vasco Câmara
Os leitores não têm obrigação alguma de conhecer o processo de realização de uma entrevista, mas neste caso é possível que seja benéfico elucidá-los, mesmo que isso não desculpe tão crasso erro: ao desgravar a entrevista, a palavra "sombra" ficou como "ombro", e apesar de sucessivas revisões, o erro foi mantido. Instalou-se uma espécie de diálogo surrealista que não foi posto em causa - em nenhum momento tomei aquela expressão como estranha, antes como uma imagem curiosa. Isto apesar de conhecer a canção há anos.
Que isto não seja tomado como desculpa, apenas como elucidação, por mais ridícula que possa parecer
Aos leitores do PÚBLICO (e ao próprio Camané) as minhas desculpas."
Saúde mental (escrito em 16/08)
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Hoje levantei da cama agora às 7:00 da manhã e desisti de dormir. Estava
muito ansiosa, com muitos pensamentos e resolvi levantar e ser produtivo.
Enfim, ...
Há 5 anos
2 comentários:
O problema do senhor do público é que não é mulher, senão sabia ao maquilhar-se todos os dias que " ombres (á paupiéres)" é sombra dos olhos, que é coisa que o tal senhor não deve usar muito, os olhos evidentemente!
Quanto ao "ombro" não deixa de se aplicar ás canções do belga Brel, é um conforto de ombro, para chorar ou para adormecer com um sorriso, consoante seja dor ou timido sentimento.
"Encosta a tua cabecinha no meu ombro e chooooora...!" - ups!! Será que durante tantos anos toda a gente esteve enganada e afinal é "encosta a tua cabecinha na minha sombra e chooooora...!"?!?!?
Ò diacho...!
Mas o quadro "Épaulica" (épaule, ombro em franciú!) seria digno de "ombrear" com o "Guernica"..!
Convida o paizinho a escrever no teu blog!! eheh...
Até mais...
:-)
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