segunda-feira, março 25, 2013

Habemus Papa Xico

O que é que se tem passado nos últimos dias, digno de registo?

Hmm... vejamos...

Bom, temos um papa novo, um jesuíta argentino que escolheu o nome Francisco.

Além de haver uma ordem religiosa* com o nome de um pastel típico de Sto Tirso (ou será ao contrário?), o nome escolhido não deixa de ser curioso. Isto porque se trata de um nome que origina um diminutivo característico, tanto em português (Xico/Chico), como em castelhano (Paco).

Se por um lado, rapidamente o novo papa começou a ser apelidado de Papa Xico ou, com conotações mais comerciais, de Papa Chicco (embora aqui o slogan da marca sofra bastante com as acusações de que a igreja tem sido alvo - "Chicco: onde há um bebé"), por outro a etimologia do diminutivo em castelhano não deixa de ser curiosa.

Isto porque há duas grandes teorias para a origem deste diminutivo, que aparentemente nada tem de semelhante com o nome original.
Uma faz alusão ao nome que um Francisco de tenra idade tenta reproduzir, quando lhe perguntam o nome. Pelos vistos os miudos espanhóis respondem "Paquico". Seria mais normal, digo eu, que largassem um "Panquico", ou então como os Xicos portugueses que conheço, um remelento "Fanxixo". Mas os espanhóis nunca foram muito bons em tentar idiomas que não o castelhano, pelo que isso deverá  também incluir o "criancês". Adiante. Alegadamente, ao crescer, o tal Paquico transforma-se em Paco, que é imensamente mais másculo e viril. Aqueles que resolvem desafiar toda a lógica etimológica transformam o Paco em Curro, vá-se lá saber porque raios. Coisas de espanhóis.

Uma outra teoria, à qual acho mais piada, ainda que a intensa, longa e exaustiva pesquisa que fiz num site de tretas espanholas diga que é a menos provável, é a de que o nome Paco seria uma abreviação (extrema) de Pater Comunitatis, uma forma em latim que era muito utilizada quando alguém se referia a S. Francisco de Assis, pois era o "pai da comunidade". Oras, este é precisamente o santo com que o novo Papa Xico mais se identifica. E como este, e as suas "Franciscanices" de renegar os luxos habitualmente reservados ao sumo pontífice (sumo? de laranja?), têm gerado uma onde de simpatia (que a igreja devia aproveitar para voltar a ter fiéis, cujo número está em decréscimo há décadas) que vai percorrendo todo o planeta, não era má ideia formalizar esta associação. E os espanhóis agradeciam.

* E, já agora, antes que venham protestar que os jesuítas não são uma ordem religiosa, devo deixar claro que, sinceramente, é coisa em que não me preocupei com a exactidão. Se não são uma ordem, podem ser uma sugestão, ou até uma indicação!
Mas não deixam de ser bons pastéis!

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