quarta-feira, outubro 22, 2008

Negociando...

Hoje ouvi (e vi) no telejornal a indicação da conclusão de mais um curso de formação de profissionais da GNR. Não, não estou a falar do substituto do Rui Reininho, essa peça de museu metrossexual da nossa tão conservadora inbicta, mas da Guarda Nacional Republicana mesmo.

O que achei interessante nessa notícia é o reparo de que no final deste curso, teríamos mais 5 negociadores formados, que assim se juntariam aos 31 já existentes em Portugal...

36 Negociadores?????? Pra que raios precisamos de 36 negociadores???

Neste cantinho à beira-mar plantado, onde reina a paz (não é essa "paz", estou a falar do sentimento...), onde os crimes violentos ainda são notícia (sinal que ainda não são banais), onde o pessoal que se barrica, fá-lo em casas de banho públicas com a própria família a ameaçar a derrocada do edifício com uma bomba de mau-cheiro (onde anda o Subtil?) ou então em sua própria casa, para não chatear ninguém...

Mas o que fazem 36 negociadores??? Para que raios andamos nós a pagar os salários desta gente?

E com certeza estão todos, ou estarão quase todos centralizados em Lisboa, em vez de estar um em cada distrito. Mesmo assim sobrava mais de metade! Será que saem juntos à rua, para negociar o preço da colecção nova da Fátima Lopes?

Será que passam o dia a negociar entre si a próxima jogada da bisca?

Ou será que passam o dia ao telefone, a negociar preços de papel higiénico para a sede?

Ou será que são colocados a fazer serviço público, como telefonistas de televisão durante o horário dos programas do Goucha ou da Fátima Lopes? Principalmente naquela altura em que o Castelo Branco aparece a comentar o pêlo novo no peito do Mikael Carreira...

Podíamos utilizar esta gente em posições de relevo, para ajudar o país e o mundo a andar prá frente! Como negociar as condições de paz (não, ainda não é a tal "paz") entre a Rússia e a Tchetchénia, ou enviá-los para o Darfur, ou mesmo, porque não, tentar a sorte no processo de paz (não...) do médio oriente!

Melhor ainda: negociar as condições de rendição da Manuela Ferreira Leite, pela tortura que anda a fazer ao PSD com a gritante falta de oposição que tem feito. Ou quiçá negociar o enterro do Fidel Castro, porque só mesmo ele é que não sabe que já quinou vai para 3 anos!!!

Ou então as fusões interbancárias, algo que deverá ser (digo eu) inevitável daqui a uns tempos, principalmente se demorar a recuperarmos da crise. Mas para isso, convém que tirem um MBA, para perceber alguma coisa do assunto (sim, um MBA em gestão!!!)

Ok, outra hipótese é um deles vir ter comigo, e negociar com, uma miuda que eu cá sei, uma noite de paixão, e aí sim seria uma noite de muita paz...

domingo, outubro 19, 2008

rrrraasssg!

A casa, ou melhor, o apartamento em que vivo, e que comprei há uns 4 anos, como qualquer outra casa, tem os seus pontos positivos e negativos. Do lado positivo, está situada numa zona muito porreirinha, perto de tudo, incluindo o parque da cidade e a praia, não tem prédios à frente nem atrás (o que significa que posso andar à vontade...), tem uma zona ajardinada superior à média, e desde há ano e meio que tem uma auto-estrada a 500 metros.

Do lado negativo... bem, quando a comprei, já sabia que a qualidade de construção não seria a melhor. Já cá veio o "tapa-buracos" tapar alguns, que reclamei devidamente ainda durante o prazo de garantia do andar. Claro que já esperava que passado pouco tempo, estivesse a abrir rachadelas na tinta das paredes e tal, é natural em prédios mais caros, ainda mais nestes mais baratos.

A construção é espanhola, o que poderia fazer supor um maior nível de profissionalismo, mas não é o caso.

É certo e sabido que os WC's possuem respiradouros, o que normalmente leva a que se ouça muita coisa dos outros apartamentos, mais do que em qualquer outra divisão.

Outro dia estava na casa de banho, devidamente sentadinho a... libertar-me de... não diria pensamentos, mas substâncias impuras, e estava lá muito descansadinho. Já tive oportunidade de comentar que é um local onde se fazem grandes reflexões, e onde grandes pensadores tiveram ideias revolucionárias.

Mas...

Quando estava lá sentadinho, ouvi claramente o/a vizinho/a, não sei se do apartamento de cima ou de baixo, a... rasgar a folha do papel higiénico...

No meio do silêncio da noite... "rrraasssg"...

É esquisito... por um lado, além de uma noção algo escatologicamente nojenta, porque seguramente não estariam a rasgar folhas de papel higiénico do rolo para escrever nelas, vem a questão lógica: "se eu consigo ouvir os vizinhos a tirar uma folha de papel do rolo, que outras coisas eles próprios já não terão ouvido, vindo daqui???"

Começo logo a imaginar o vizinho de baixo a virar-se prá mulher a dizer "olha, hoje é melhor dormirmos na sala, porque o gajo do 3º está com flatulência...", ou a criança do 4º andar a perguntar à mãe "se o tipo do andar de baixo pode chapinhar na água enquanto canta o Waterloo no duche, porque é que não me deixas fazer o mesmo?". Isto para não falar nas inúmeras vezes que os vizinhos já devem ter tido que explicar a história das abelhinhas e dos passarinhos à criança, depois de ter ouvido certos e determinados ruídos... e porque é que algumas abelhinhas solteiras também fazem sons esquisitos...

Não haja dúvida, preciso de arranjar uma casa com isolamento acústico...

quarta-feira, outubro 15, 2008

Alien Abductions

Eu gostava dos Ficheiros Secretos. Diria que durante vários anos segui aquilo religiosamente. E tinha piada saber que alguns dos casos eram inspirados em histórias verídicas, ou pelo menos em rumores reais (como as roupas no mercado chinês de cópias - "é só cópias originais!").

Uma das histórias recorrentes, da qual também se ouvem relatos ocasionalmente, é a dos raptos por extra-terrestres. Pessoal que vai a guiar calmamente e, de repente, pára tudo e quando acordam já passou meia hora.

Também a série "Os 4400" utiliza essa crença como base da história. Uma porrada de gente (humm... precisamente 4400) que desapareceu e regressa toda ao mesmo tempo. Ao início também gostava dessa série, mas agora... só de pensar que teoricamente têm "material" para 4400 episódios já me assusta!

Mas eu também devo pertencer à classe de pessoal que foi raptado para experiências.

Isto porque é a única forma de explicar os meus atrasos de manhã!!!

Há dias em que olho para qualquer relógio lá em casa, vejo que ainda tenho 5 minutos "livres", e vou fazer algo, tipo comer um iogurte, ou lavar a cremalheira.

E quando chego ao carro, já passaram 10 minutos, ou seja, já vou atrasadíssimo! É impossível! De certeza que devo ser raptado a meio do caminho, para fazerem experiências comigo. Provavelmente invasivas, porque é normal sentir uns movimentos estranhos na barriga... (atenção: eu disse "na barriga"! Lá por se falar em experiências invasivas, o pessoal imagina logo o pior)

Hoje não foi diferente. Olhei para o relógio, vi que tinha tempo, fui apagar as luzes, dizer tchau à gata, e desci para o carro. Quando lá cheguei já estava irremediavelmente atrasado. E como já decidi que quando me atrasar, é para ficar no apeadeiro, ao invés de vir por aí gastar 12 ou 13€ em gasóleo e portagens, lá fiquei uma horita à espera do próximo combóio.

Diga-se que durante esse periodo também "perdi" 10 minutos. Mas aí acho que foi mesmo por passar pelas brasas...

domingo, outubro 12, 2008

Se conduzir, não.....

Ontem fui para os copos, à noite. Para libertar do stress dos exames do MBA, para aproveitar porque não devo ter muitas mais noites de sábado ainda relaxadas (pela mesma razão), para estar com amigos que, ultimamente, tenho visto pouco.

A noite foi divertida, e obviamente, bebi uns copos. E teve mesmo que ser, pois só assim alguém me apanharia a cantar num bar de karalhoke... Bebi uma série de gin's.

Ao pagar o cartão, a rapariga do bar perguntou se não queria beber mais nada, pois ainda tinha saldo no cartão para perfazer o consumo mínimo. "Então venha daí uma 7-up, é prá viagem", disse eu.

À vinda para casa, pelas 6 da matina, uma operação stop, nas bombas da Galp da Via Rápida, mais ou menos em frente ao Continente. Bonito...

Normalmente, não é habitual mandarem-me parar em operações stop, porque vêm o meu carro, típica carripana de pai de família, e preferem mandar parar o fiat uno turbo ie que vai à frente, ou o seat ibiza artilhado que vai atrás. Por acaso ia mais ou menos sozinho, o carro atrás vinha bastante longe, de modo que tive que parar.

Sabia que ainda tinha alguns efeitos do álcool, isso sente-se. Mas achava que estaria OK para passar no teste do balão.

O polícia que me atendeu parecia simpático, ainda que também parecesse que tinha uma vassoura enfiada pelo recto, pelo que confirmei logo que tinha bebido uns canecos, e que me tinha o livrete em casa.

Fui bufar... 0.63.

Ganda porra, penso eu.

Diz-me o homem que vou ter que o acompanhar até uma mesinha (isto tudo na berma da estrada), para preencher a contra-ordenação (vulgo: multinha) relativa à falta do livrete (lá se vão 30€), e depois disso teria que fazer a confirmação da análise, bufando outra vez. Como o homem me pediu para aguardar um pouco, pedi-lhe para ir à bomba comprar uma garrafa de água. Ele perguntou ao chefe, que disse "não, que aguarde aí".

À falta de água para diluir, nem possibilidade de suar um bocado, procurei respirar fundo, numa tentativa idiota de oxigenar o máximo o corpanzil, na expectativa ignóbil que isso me baixasse o valor. Mas ia falando com o "sr. agente", numa de simpatia e resignação. Ele diz que é possível que a 2ª análise desse abaixo de 0.50, seria normal após 10 ou 15 mins, o que me deixou com alguma esperança, mas fiquei na dúvida que a taxa de alcoolémia baixasse tanto em tão pouco tempo. Mas se isso acontecesse, poderia ir à minha vida. Caso contrário, teria que ir "lá acima" (que era uma carrinha na zona da bomba de gasolina onde se fazia a análise oficial e se apanhava a multa).

Finalmente acabou de preencher a papelada da multa, e lá me passou o aparelho outra vez. Bufo novamente, a pensar "porque raios nunca prestei atenção ao pessoal que ia dizendo truques para dar "bons" resultados???", e a máquina demora uma eternidade para dar o valor.......... 0.51!

Raios, ganda sorte a minha, hã??? O homem olha para mim, e, talvez pela conversa que tentei manter, talvez por não estar para ter chatices, diz que "Com este valor, não deve ser necessário ir lá acima". Mas resolve perguntar ao chefe...

"Chefe! 0.51, vai lá acima ou posso mandá-lo embora?"
"Vai lá acima!"

Ganda porra! Obrigadinho, ó chefe!

Mas começando a caminhar, o "digníssimo sr. agente" lá solta "olhe, com 0.51 era o que faltava estar a ir lá acima, aguarde aí 10 mins no carro, que depois aqui o colega há de lhe dizer para ir embora".

Ufffff! Agradeço ao "excelentíssimo e muy nobre sr. agente" e sento-me no carro.

Passados 20 minutos, e eu farto de esperar, pergunto a outro agente se já não é altura de me por a andar... E heis que este me faz sair do carro e ir bufar outra vez, para confirmar... irra! Claro que agora estava mais confiante, seria um milagre se tivesse aumentado a taxa entretanto... 0.34. Este manda um berro para o chefe, que não deve ter reparado que antes me mandara ir "lá acima", e responde "ok, siga embora!".

Depois de me ter dito que "isto que sirva de lição, se conduzir não beba", mas também que "ah, isto de parar miudas jeitosas é outra coisa, é outra forma de trabalhar", ao passar por uma boazona que tinha acabado de parar, lá me mandou embora.

Com isto eram 7 da matina, e com um crédito de 30€. Mas se não fosse o tempo a preencher a multa desses 30€, provavelmente não tinha descido tanto, e era bem pior...

terça-feira, outubro 07, 2008

Mulheres há muitas, seu...

Não é que eu tente flirtar com todas as clientes com um palminho de cara que lá aparecem, mas quando soube que íamos ter uma visita de pessoal da Volvo, um tal de John Peter e uma Micki Vesovic, pensei "bem... "Micki" parece ser nome de miúda interessante..."

É daqueles estereótipos, ou melhor, mitos urbanos, há determinados nomes que imediatamente associamos a um certo tipo de pessoa. Lembro-me que quando era mais pequeno, qualquer "Patrícia" era menininha "bem". E convenhamos, quando pensamos em "Kátia Vanessa" não estamos a pensar numa princesa. Embora haja muitas Kátias Vanessas de fazer inveja a muita princesinha de meia tijela...

Mas, neste caso, tinha pensado que viria por aí uma sueca jeitosita, que alegrasse um pouco os dois dias de auditoria que teríamos pela frente (que vão a meio). Na penúltima auditoria da Volvo, apareceu um grupo que incluía uma miúda gira, que finalmente correspondia à imagem típica da mulher sueca: alta, loira, olhos azuis, elegante. Já na última auditoria deste cliente, só veio um alemão com nome sueco...

É como digo, não iria flirtar com a mulher (há que manter algum brio profissional, pelo menos no horário de expediente), mas é sempre mais agradável.

Porras, e não é que afinal, a Micki é um gajo?...

Que raio de gajo é que se chama "Micki"...

Ok, havia o Miki Fehér, mas esse era do Benfica, tem desculpa...

domingo, outubro 05, 2008

Outdoor violento...

Integrado no âmbito do MBA que estou a (tentar) fazer, ontem tivémos um dia de actividades físicas, um Outdoor em Vila Verde (arredores de Braga). Chamam-lhe um Market Game, em que várias actividades simulam clientes que representam uma determinada quota de mercado, e as equipas que as completarem em menos tempo ficam com essa quota.

Ou será cota? Bom, não interessa.

O que interessa é que estas actividades têm o objectivo de nos fazer reflectir sobre a forma de resolver problemas, e em como a coordenação entre todos pode ajudar a atingir o melhor resultado. E transmitir isso para a vida profissional, e a nossa maneira de encarar os desafios profissionais.

Tretas!

Já fiz vários destes "outdoors", e nunca vi resultados práticos nas empresas! Quando muito, o chefe ficava a saber que quando organizasse actividades físicas para o pessoal, era melhor contar com o fulaninho e o sicraninho na sua equipa, porque fisicamente eram os mais aptos.

Agora, melhorar a comunicação? Já vi mais casos de atritos a nascerem durante estas actividades (e a reflectirem-se no emprego) do que o contrário, ou porque aquele não queria seguir a sugestão do grupo, ou porque a outra estava muito fraquinha para completar aquele exercício, ou algo do género. Nestas coisas, criam-se rótulos negativos com uma velocidade estonteante.

Não foi o caso de ontem, até porque não somos uma empresa. Foram criados grupos que, muito provavelmente, nunca se irão repetir nas actividades do MBA, porque somos muitos. 80, mas seremos menos no final da próxima semana, em que alguns serão cordialmente (?) dispensados. Eu incluo-me nos que acham que já assistiram à última aula.

Mas não deixei de expressar a minha opinião quanto a este género de exercícios. O pessoal da Teamwork Consultores já não me tem em grande conta de uma acção anterior em que também critiquei as formas de análise deles, e com esta, vão-me colocar na lista negra.

Mas a comprovar aquilo que me parece uma nítida falta de tacto da Teamwork, em 4 equipas, houve uma plaquinha para os 3 primeiros, e nem uma plaquinha de consolação para a 4ª classificada, que só perdeu essa classificação a 3 minutos do fim. Parece-me mal. Não estão a lidar com putos, nem com empregados de uma empresa. Estão a lidar com pessoas que mal se conhecem, e que se esforçaram ao máximo para atingir resultados.

E esforçaram-se mesmo ao máximo, senão vejam-se as mazelas com que fiquei... Parece uma daquelas reportagens tipo "saí da discoteca e os armários a que chamam seguranças caíram-me em cima...", mas não, são os resultados da porcaria do "jogo da rede"... E perdemos o raio do jogo!!!