quinta-feira, abril 06, 2006

ÛÛÛûûûû...

Isto de crescer tem muito que se lhe diga. Por um lado, se não crescemos o suficiente, dizem que somos muito criança. Se crescemos demasiado, dizem que precisamos de soltar a criança que há em nós.

Mas tem a sua piada. Entre os 20 e os 30, muitas perspectivas se alteram. Passamos gradualmente, e sem nos apercebermos, a olhar para o que nos rodeia e o que fazemos, de forma diferente. Mais calma, mais pausada, mais racional, mais... "adulta".

Eu tenho pena. Tenho pena de não conseguir sair à noite com o mesmo entusiasmo que tinha há uns anos atrás. Tenho pena de ter que não encontrar tantos amigos quando saio à noite. Tenho pena de não ter tanto entusiasmo por coisas insignificantes como há uns anos atrás. Tenho pena de... de... bem, tenho pena de aguentar bem uma bebedeira, é sinal que já bebi tanto que o corpo já se habituou!

Por outro lado, aqueles que conseguem manter esse espírito, são apelidados de mandriões, inúteis, playboy's....

E tenho pena que a idade acarrete o aparecimento de alguns sinais de senilidade, mesmo agora aos 30 e poucos. Não? Então como é que explicam que quando um tipo encontra um amigo que já não vê há algum tempo, se note tanta diferença:
- Aos 20, é algo do género: "Eeehhhhhpááá! Olha quem el'éééé! Então, meu? Tá tudo?"
- Aos 30, a coisa é bem diferente, e já se utiliza muito um som que é extremamente difícil de reproduzir por escrito, é uma vogal algures entre o U e o O, dito de forma algo elitista, diria mesmo "queque". Algo do género: "ÛÛÛûûûûóóó entãããão, como estáááá... Que tem feito?" É mais fino, mais "business", mais... "adulto".

Ou seja, aos 30, a falar, parecemos o Silvester Stallone...

Nem quero ver como será quando tiver 40 anos...

Sem comentários: