quinta-feira, setembro 28, 2006

Viagem de regresso

Porque é que as viagens de avião de regresso são sempre mais chatas?

Não estou a falar do facto de estarmos num lugar de que gostamos (por acaso foi o caso - estive em Barcelona, é uma das minhas cidades favoritas), mas sim daquelas pequenas coisas que acontecem em quase todas as viagens de regresso.

A começar pelas bagagens. O pessoal aproveita sempre para fazer umas comprinhas, nem que seja nas lojas de aeroporto. Fui num avião minúsculo, que só tinha duas filas, uma com dois lugares e outra só com um. Só há espaço de bagagem por cima da fila dupla. Ou seja, com toda a gente a trazer embrulhos e prendinhas prás crianças, e perfumes e mais não sei o quê, é ver o pessoal a correr para o avião, para tentar arranjar espaço de arrumação, e não ter que ficar a combinar com as hospedeiras um local onde guardar...

E a comida. Rais parta a comida de avião. É que não percebi! No vôo da manhã, pelas 7:30 desta triste e leda madrugada, deram-nos uma bandeja com um mini-croissant, um pãozinho bem quentinho, ovos mexidos (ou seria omelete? nem tentei descobrir...), feijãozinho e bacon! Praticamente um verdadeiro British Breakfast! quentinho! Claro que, além dos ovos, também não toquei nos feijões, não fosse a reunião que tive ser animada por um solo de trompete esfincteriano...

À noite, no vôo de regresso, depois deste pequeno-almoço frugal, o que nos deram de jantar? Um lombinho assado? Nah! Uma pastazita carbonara? Nada disso! Um filetito de peixe? Nem pensar! Deram-nos uma sandocha de carne assada. Fria! Eu disse fria? Gelada!!! Estava mais fria do que a coca-cola que me serviram, e essa tinha gelo!

E claro que à minha frente vinha um casal a discutir negócios. A mulher não se calava. Um tipo quer dormir um soninho depois de um dia cansativo, e ainda tem que ouvir este pessoal aos berros. É que discutiam mesmo alto!

E a aterragem... Não, ninguém bateu palmas. Foi pena. Eu ainda pensei em manter viva essa tradição que teima em querer desaparecer (excepto nos vôos charter de verão, em que 300 e tal pessoas cansadas de viagens de 8 dias na praia de papo pró ar, exultam em lágrimas e palmas desenfreadas quando o avião toca no chão. E levantam-se, e beijam-se, e congratulam-se até cairem na cadeira quando o avião faz uma travagem brusca para parar, tendo ignorado o aviso sonoro para não retirar o cinto). Mas pensei que levantar-me a bater palmas como o Fiúza reclama justiça não seria muito bem visto entre os meus colegas de viagem.

Até porque haviam alguns espanhóis, que ainda não conhecem o Fiúza...

Mas quando esse levar o Gil Vicente ao charco, pode ser que se candidate ao Barça!!!

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