sexta-feira, abril 03, 2009

Nós e os outros... no trânsito

Quando entramos no automóvel, principalmente quando é o nosso próprio carro, e estamos sozinhos, fazemos de tudo um pouco lá dentro. Nomeadamente, quando parados num engarrafamento.

Há quem aproveite para ler o jornal, aberto sobre o volante. Há quem aproveite para trabalhar um pouco, eventualmente com o pc portátil no banco do passageiro. Há quem tenha o portátil ao lado, mas para ir vendo miúdas nuas na net. Ou algo do género.

Há quem pinte as unhas ou os lábios (essencialmente as mulheres, diria eu...), há quem corte a barba. Isto, com máquina de barbear, claro. Nunca vi ninguém a preparar a espuma e a sacar da navalha no meio da vci. Há de chegar o dia. Também nunca vi ninguém a cortar as unhas no trânsito, mas acredito que há de chegar o dia. Mal posso esperar.

Já ao parar num semáforo, são tarefas menos mundanas. Mais básicas e rápidas, pois o tempo urge antes do semáforo verde para os peões começar a piscar, sinal evidente de que podemos começar a carregar no acelerador e a tirar o pé do travão (não é o sinal verde para os carros, isso é para totós...).

É normal olhar para o carro do lado, quando pára no semáforo. Aquele olhar de fugida. Se não é ninguém interessante, rapidamente o olhar volta à posição inicial. Se é uma miúda gira (no meu caso), é natural que o olhar aguente mais um ou dois segundos, o que é bonito é para se ver.

Mas também já aconteceu, e não há muito tempo, olhar para o condutor ao lado e vê-lo(a) a realizar uma introspecção exploratória da cavidade nasal, com esse instrumento fantástico que é o dedo indicador. Ou então a limpeza matinal da orelhita com o mindinho, ocasionalmente apetrechado com a unhaca, que tanto limpa orelhas como desenrosca parafusos.

Mas quem é que tira catotas do nariz em pleno semáforo??? Eu, pelo menos, se o faço, faço em locais sem pessoal ao lado, tipo auto-estradas. Mas isto quando não tenho um lenço de papel ao lado, e tem mesmo que ser. Porque, às vezes, tem mesmo que ser.

Isto advém do pessoal sentir-se seguro no seu mundo, ali dentro do seu carrito. É a zona de conforto, a sua redoma pessoal, à qual os outros não têm acesso (ensinamentos do MBA*). Com essa segurança, esquecem-se que essa redoma é transparente. Excepto, claro, naqueles carros com os vidros escurecidos, algo que eu nunca percebi se é legal ou não. Mas uma experiência engraçada é fixar o olhar, e esperar que a criatura repare que está a ser observada enquanto limpa os orifícios. De preferência devemos fazer cara de enjoado. Será que o tipo se encolhe com vergonha? Ou será que continua na lógica introspectiva? Ou será que se arma em engatatão, e demonstra toda a sua habilidade no piparote com que envia a catota a 100 à hora para a berma do passeio?


O que interessa nisto tudo? Que ando a pagar milhares no MBA para entender porque é que o pessoal tira macacos do nariz no carro. Assim já vale a pena!

1 comentário:

Anónimo disse...

Andrew, 2 reparos:
"Se é uma miúda gira (no meu caso), é natural[...]" - o quê?! deves querer dizer qualquer coisa diferente daquilo que eu estou a pensar, só pode! irra!
e "(ensinamentos do MBA*)[...]" - o asterisco?

essa de cortar as unhas, nunca vi dentro do carro, mas já assisti a ess evento fenomenal dentro de...um autocarro! Felizmente não ia nenguém sentado à frente da senhora, senão ficaria cheio(a) de aparas de unhaca! o que, de resto, seria bastante desagradável.

e, the last but not the least: 100km/h? só?!?!?!?!

abraço,
Monteiro