domingo, junho 18, 2006

Tunning

Tunning.

Hoje em dia vê-se cada vez mais disso na rua.

Carros transformados pelos donos. Gastam fortunas, mais do que se comprassem um carro novo, a transformar um chaço num bólide, pelo menos na aparência.

Sim, porque como bons Tugas, é preferível colocar uns ailerons e umas "bufadeiras" no ford fiesta de 1983, do que melhorar o motor primeiro. O que interessa é parecer um bólide, uma bala da estrada, e então se tiver o barulhinho de um motor V8, isso é que é bom. Pode não passar dos 40, mas o que conta são as aparências.

Mas se num ou outro caso, a coisa até parece bem feita, e não fere o olhar, há casos que chegam ao exagero. Ontem falaram-me num carocha pintado metade verde, e metade vermelho, como a bandeira nacional. Isso, eu nem acho mal, estamos em época de campeonato do mundo. Sempre que o FCP ganha um campeonato, também sai à rua uma 4L pintada com as cores do dragão. É prá festa.

Agora ver latas-velhas com jantes de 20", ailerons brutais, luzinhas nas saídas do esguicho do limpa pára-brisas, neons na parte de baixo do carro??? Tenham juízo, jovens.

Há uns anos havia um spot publicitário na tv alemã, da VW Golf, em que mostravam vários Golf transformados. No final via-se a frente de um golf de fábrica, a chorar por um dos faróis, com a mensagem "Não estraguem o que é bonito...". E é verdade, hoje em dia, a maioria dos carros já são bonitos quando saem do stand, colocar uma luzinha tipo "kit, meu chapa" é estragar a coisa.

Mas também, se formos a ver a maior parte dos adeptos do tunning, são tipos baixinhos, dos arredores das grandes cidades, de boné de lado e brinco na orelha, quiçá até com piercing no nariz recheado de macacos que não conseguiu limpar porque o lenço de papel se desfaz no piercing, e de uma maneira geral, com complexos de inferioridade. Tentam transmitir na estrada o que não conseguem pessoalmente.

Enfim, são traços da sociedade em que vivemos.

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