quarta-feira, outubro 03, 2007

Escuta-me...

Falou-se na atitude do Santana na Sic Notícias, quando o interromperam para o país ver o Mourinho a dar uns passos em solo português.

Pessoalmente, goste ou não do homem, achei que esteve muito bem. Por muito que goste (e gosto) de futebol, não é algo que possa justificar a interrupção da entrevista.

Mas é tendência geral da sociedade, e da comunicação social.

Ainda hoje (3ª), estava a ver o telejornal da TVI, que abomino, mas à 3ª inclui o MST, que traz algum nível à coisa.

E falam nas escutas reveladas pelo semanário SOL, que indicavam alguma animosidade nas hostes governamentais, aquando da substituição do Procurador Geral, o famigerado Souto Moura.

Pergunta o jornalista "Miguel, tu como jornalista, concordas com esta lei? (a que impõe que apenas escutas de processos já arquivados e autorizadas pelos visados podem vir a público)"

Para grande espanto do rapazito, o MST responde "sim, concordo... não há ninguém em Portugal que possa dizer que "todos os meus telefonemas podem ser tornados públicos", todos temos momentos de desabafo em que dizemos coisas que podem ser mal interpretadas". A partir daí, os 2 jornalistas da TVI, treinados como estão em sensacionalismo e causar escandaleira onde não há assunto que faça mexer uma preguiça, tentaram de todas as formas levar o MST a tomar o seu partido. O autor do Equador aguentou-se, não propriamente estoicamente, mas normalmente, como só ele sabe.

Gostei particularmente do final, em que os miúdos concluem com um "bom, pelo menos esperemos que os jornalistas continuem a fazer um bom trabalho", ao que responde o MST "O que neste caso não aconteceu, foi um trabalho muito mal feito (o de revelar estas escutas)".

Toma! Embrulha! Vai buscar! C'um catano!

E agora preocupem-se em saber quem foi o energúmero que divulgou as escutas. Nem sequer tinham entrado no processo, por terem sido consideradas sem importância. Onde pára o segredo de justiça?...

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