domingo, março 23, 2008

Sindicato dos Compradores de Última Hora

Na semana passada, lembrei-me do Dia do Pai a meio da tarde, como é habitual. Tenho uma memória terrível para aniversários, datas especiais, dias comemorativos, etc. Mas felizmente há quem se lembre, e acaba sempre por correr mais ou menos bem.

Claro que, em ocasiões em que é suposto dar uma lembrança, isto implica ir a correr para um shopping, na esperança de ter um lampejo de imaginação e dar alguma coisa que signifique mais do que um simples "epá, lembrei-me há 5 minutos que hoje era o teu dia, toma lá disto e não bufes, foi o que se arranjou".

Disparo para o Norteshopping, com ideias de comprar uma coisa da qual o meu pai andava a falar há uns dias. Não esperava que aquilo estivesse vazio. Nunca está, e certamente iria encontrar alguns milhares de criaturas na mesma situação que eu. É a tal comunhão dos tristes e atrasados, reconhecemo-nos pelo olhar, ao passar uns pelos outros, algo que nos conforta secretamente por sabermos que não estamos sós nesta triste figura.

Mas... hoje em dia é uma aventura ir ao shopping. Não estou a falar apenas de ir a um shopping ao domingo, acho que já falei disso num post anterior. Mas já não basta aquilo estar cheio de pessoal, ser difícil arranjar lugar para o carro em pouco tempo (para isso já arranjei um truque, deixo o carro cá fora, não chego perto do parque), mas sim a quantidade de bancas que se encontram no meio dos corredores do shopps!

Mal chego, sou abordado por uma jovem que apelava ao apoio à Ajuda de Berço. Por acaso não tinha dinheiro, ainda ia levantar ou pagar com cartão, mas a jovem era insistente "oh, vá lá, dê lá qualquer coisa, ande lá", dizia ela enquanto me perseguia ao longo de uns demorados 10 metros. Fez-me pensar que quem olhou para mim naquele instante deverá ter pensado "olha, lá vai mais um crápula que não dá um cêntimo para ajudar os putos pobres... deixa-me apressar o passo antes que me peçam a mim!".

Estratégia comercial aguerrida, no mínimo...

Refeito desta luta, aparece-me logo à frente o pessoal do Citybank ou lá o que raio é. "E um cartãozinho de crédito, nõa vai? E abrir uma continha nova, cheia de vantagens? E um crédito à habitação em que só paga 10€ por cada 100.000 nos primeiros 2 dias, hãã?"

Epá, será que este pessoal é pago pela Associação de Comerciantes da Baixa do Porto, para nos importunarem de forma violenta e brutal, de modo a que passemos a ir fazer compras ao comércio tradicional?

Não deve ser, afinal se vamos a Stª Catarina, levamos com hordes de pedintes e estagiários a fazer inquéritos de rua... Ah, mas esses são pagos pela Associação de Shoppings do Grande Porto... :)

1 comentário:

SAÚDE disse...

gostaria de saber onde eu encontro o sindicato dos compradores em são jose dos campos e sorocaba.