quarta-feira, abril 02, 2008

O caso do Telemóvel

Suponho que também devia dizer algo sobre a polémica dos telemóveis nas aulas, apesar do assunto já estar a sair de cena. Mas é meu apanágio falar de coisas fora de tempo. :)

No meu tempo, não havia nada disto. Havia papéizinhos a passar de carteira em carteira, havia (já no final de liceu/faculdade) calculadoras com capacidade para conter imensa informação, havia até quem se escolhesse um lugar sempre ao pé de uma janela, para poder tirar o pombo-correio do bolso do casaco, e assim enviar comunicações para o exterior. Ah, a também houve quem fizesse experiências com copos de iogurte atados por um cordel (quem leu a biblioteca do Escoteiro-Mirim em pequenote sabe do que falo).

Ok, talvez algumas destas acções tenham sido ligeiramente exageradas, mas desde sempre que houve copianço, até faz parte da mística da relação aluno-professor, o suspense, a adrenalina de ser ou não apanhado.

Agora... telemóveis? É que ainda por cima a miúda nem estava a utilizar o telemóvel para copiar. Convenhamos que no meu tempo, se alguém levasse um telemóvel para a aula, seria mais arriscado. Na altura era necessário levar o telemóvel, a bateria e o carrinho de mão para levar o conjunto.

Hoje em dia, os ditos-cujos são mais pequeninos, minúsculos, fáceis de esconder. Mas é como tantas outras coisas, há que saber usá-los. E se toda a gente compreende que se desliguem os telemóveis nos cinemas, seria lógico pensar o mesmo nas salas de aula. Pessoalmente, acho que o castigo aplicado à rapariga foi brando. E toda a turma devia ter sido castigada. Deviam ter utilizado isto como exemplo para a restante população estudantil, e não para criar cópias noutras escolas, como se viu nos dias seguintes.

Claro que quando era estudante, também havia professores de quem não gostava. A alguns, apetecia-me mesmo passar-lhes por cima, se nessa altura tivesse carro. Mas nunca faltei ao respeito dentro da sala de aula, faz parte da cidadania.

Ou pelo menos, nunca o fiz de forma a que se apercebessem...

2 comentários:

Anónimo disse...

notei um certo saudosismo nesta crónica(?) ou foi apenas impressão?já estava até um pouco admirada do menino Andrew deixar passar um assunto tão escaldante em branco, sim, pk eu nem tenho dormido a pensar nesses pobres profs e seus incontroláveis pupilos ahahahahh
bjinhos

Anónimo disse...

Este episódio do telélé é apenas uma gota no oceano daquilo que é a violências nas escolas. É um reflexo de uma sociedade que está cada vez mais podre, materialista, onde já quase não há respeito e educação, onde já quase ninguém distingue o essencial do acessório, onde se dá mais importância à moral do que à ética...
Como é que podemos resolver uma crise económica se não nos empenharmos em resolver a crise social?
É claro que a escola não pode fazer milagres, porque onde a educação deveria de começar (em casa) é muitas vezes onde ela mais falha. Mas o sistema escolar tem de mudar!
Resulta muito bem termos alunos passivos e professores autoritários até à primária e acredito que há uns anos atrás funcionasse muito bem até nas faculdades, mas hoje em dia, se queremos continuar a viver numa democracia, isso já não faz sentido! De uma forma muito sucinta, acho que faria todo o sentido optarem por políticas mais andragógicas do que pedagógicas.
E fico-me por aqui. Talvez escreva o resto no meu hi5. É um bom tema:)

Ass.: Ora agora é que são elas! São a Ana, a Fátima, a Cristina, a Sónia, a Leopoldina, a Vera, a Vanessa, a Felismina, a Maria Albertina...uff, hoje não consigo decidir com que nome hei-de assinar! Ajudas-me a resolver este dilema, André?