sábado, novembro 01, 2008

De cábázáda...

Outro dia, fui jantar ao Norteshopping. Estive com os colegas do MBA a adiantar um trabalho, e quando saí da escola fui comer qualquer coisa.

Quando lá vou comer, geralmente vou à casa de comida a peso, ao lado do Cascata, naquela zona superior, que fica directamente por cima do bowling.

Por isso mesmo, a zona de esplanada dá directamente para a zona de máquinas de diversão, à entrada do bowling. Nas quais há alguns equipamentos de air-hockey, aquele jogo tipo mistura de ténis com futebol, em que se tenta enviar um disco a entrar numa abertura.

Um dos problemas disto é que quando há gente a jogar, quem está a comer só ouve o *clank* do jogo, o que se torna algo irritante.

Heis que chega um casalito para jogar numa dessas máquinas. Ele tipicamente de estilo gingão, daqueles tais que quando compram um maço de tabaco ficam 10 minutos a batê-lo na mão ("é para assentar..."), e ela a mascar a sua chiclet de bocarra aberta, a mostrar a toda a gente como é boa a criar saliva para envolver a dita-cuja.

*clank*

E começam a jogar... *clank*

E o primeiro golo nem demora 10 segundos. E o 2º nem 5 segundos depois. *clank*

E o 3, e o 4º e por aí fora.

*clank*

A coisa acaba em pouco mais de 2 minutos. O rapaz ganhou 10 a zero e estava todo contente, saindo dali com a rapariga debaixo do braço esquerdo, como se de um saco de batatas se tratasse. Bom, ela parecia divertida, por isso devia estar a gostar.

Mas... penso eu... que raio de gajo! Se fosse eu, deixava a miúda meter um ou dois golitos, fica sempre bem! É uma questão de educação social, de "savoir faire". Que gajo é que ganha "de cábázáda" à miúda e fica todo orgulhoso???

Bom, suponho que é um retrato da nossa sociedade. É este tipo de homem que fica furibundo porque a mulher ganha um pouco mais que ele, ou que lhe chega um par de estalos se ao chegar a casa não está a TV já sintonizada na Sportv, a bejeca aberta e gelada na mesa e o toalhete húmido pronto para limpar a mãozinha depois da coçadela na tomatada. É o que temos... Um dia destes ainda saio de casa com a moca, para dar uma traulitada numa jeitosa qualquer e arrastá-la para a caverna...

*clank*!

3 comentários:

Anónimo disse...

pois...é esse "savoir faire" que também faltou ao leixões e ao naval!
que raio de equipas, pá! isso não se faz, meus senhores!
bem...é a sociedade em que vivemos, Andrew!

abraço,
Monteiro

Anónimo disse...

hum....mas o menino vai a esses sitios para comer ou para malhar no ego do pessoal? Deixe lá os coitaditos serem felizes á maneira deles já que o futuro está tão negroooooooooooooooo.

Frau Machado disse...

Ola, Andrew...
Mesmo com o pé na estrada nao consigo ficar sem ler seus magnificos posts. Adorei esse...e já fiquei a imaginar as cenas com o "Clank" do jogo.
O melhor é que seu post me fez refletir sobre as relacoes humanas (que sao bastante complicadas). Comeco a achar que mais vale voltarmos mesmo aoos tempos das cavernas...Esse negócio se ser mulher independente dá muito trabalho!! Acho que quero virar Dona de casa...ao menos por um tempo.
Beijoquinhas. Rosane