quinta-feira, abril 17, 2008

O Expresso do Oriente I

São 3 da manhã em Portugal, na altura em que escrevo isto. Aqui são 10 da matina.

Vim passar uma semana em Suzhou, é uma “terreola” a oeste de Shanghai, o grupo tem aqui uma fábrica que vai produzir um produto idêntico ao que fazemos em Braga, por isso vim acompanhar uma auditoria do cliente.

Digo “terreola” porque só tem 4 milhões de habitantes. Comparado com Shanghai, que já vai em 18 milhões, é mesmo uma aldeia.

Mas isto não é a verdadeira China. Esta cidade é predominantemente industrial, sendo o parque industrial qualquer coisa de fantástico. Avenidas enormes, kilómetros e kilómetros de jardins arranjados ao pormenor, quase todas as árvores (e são aos milhares) iluminadas de várias formas e cores, lagos e cascatas, condomínios fechados luxuosos para os trabalhadores, em que cada prédio tem entre 20 a 30 andares (sempre em grupos de 5 ou mais prédios idênticos), são 70 km2 de parque industrial com estas zonas residenciais pelo meio. Comunismo? Nem vê-lo!

Ontem, como um dos auditores queria, porque queria, comprar um cachecol XPTO, finalmente fomos ao centro da terra (Suzhou). E aí sim, é o que pensam os ocidentais: são lojas chinesas porta-sim, porta-sim!!! Ruas cinzentas e escuras, coisas estranhas a ser vendidas na rua, supostamente comestíveis (há uma coisa que inicialmente me pareceu um tentáculo de polvo, mas depois percebi que era uma espécie de lagarto de cauda comprida...), há chinocas a tentar vender relógios na rua, com catálogos de revistas oficiais a dizer “cópias originais!!”, há pessoal em trajes típicos, há putos em trajes “fashion” ultra-modernos (tipo nave espacial). Comunismo? Nem vê-lo!

Felizmente ainda não me deu a diarreia monumental que esperava com muito pouca ansiedade. Mas confesso que nunca evacuei tanto na minha vida (para usar um termo politicamente correcto), todos os dias tenho uma consulta marcada na sanita! E vá lá que o hotel tem sanitas “ocidentais”, porque já vi em vários sítios sanitas que não passam de buracos no chão. O pessoal agacha-se, pernoca afastada, e cá vai bomba. Depois sai um jacto de água para lavar a floresta negra. Comunismo? Não sei o que tem a ver aqui, mas... nem vê-lo!

Enfim, costumes... vou voltar ao trabalho, que a auditoria ainda não acabou...

3 comentários:

Anónimo disse...

Só mesmo tu Andrézinho, és realmente especial rapaz... Tens uma facilidade de nos colocar nos diversos sitios e imaginarmo-nos lá mesmo, sem fazer muito esforço. Não sei se sabes mas isso é tipico de um bom escritor, colocar-nos em diversos sitios e vivê-los. Obrigada, já fui á China(contigo)...
Beijocas
Carla G.

Anónimo disse...

oh andrew meu amor meu querido, fico fascinada c a facilidade c k mudas de assunto, ele é terreola, ele é compras, ele é um tal de polvo lagarto, e a seguir sempre o melhor da questão, os probleminhas mesquinhos do corpo humano ahahhah, mas dito c uma tal subtileza k até nos fica a cheirar a rosas lol
jinhos pra ti desta vez

Anónimo disse...

só queria dizer k esse anónimo aí em cima é a branquinha, enganei-me