domingo, abril 27, 2008

O Expresso do Oriente II

No sábado, último dia da viagem, finalmente tive a oportunidade de fazer algum turismo, em Shanghai.

Shanghai é uma daquelas cidades de que ouvimos falar com algum misticismo desde que somos pequenos, referenciada em inúmeros filmes.

Mas, vendo bem a coisa, a cidade tem pouco que ver. O que custa a acreditar, sendo uma cidade tão grande. Oficialmente tem cerca de 18 milhões de habitantes, mas diz-se que o número real deve ser bem superior.

Relativamente ao que já tinha visto em Suzhou, foi mais do mesmo: prédios enormes, grandes avenidas, mas claro, muito mais rebuliço citadino.

O centro, na margem do rio, é realmente fantástico, uma explosão de luz e cor, é um cenário bonito, ainda que demasiado "moderno", face ao que esperava ver. Não se vêem aquelas casitas e aqueles barcos típicos que se viam nos filmes. Isso já lá vai. Mesmo o cenário onde foi filmado o Missão Impossível 3, que teoricamente era em Shanghai, na realidade é uma aldeia a 40 km. Há excursões para ir ver essa zona, só por causa do filme...

Como ir à China e não comprar cópias é como ir a Roma e não ver o Papa, também fui ao mercado das cópias. Para quem conhece o Centro Comercial Brasília, no Porto, é como se fosse um andar desse centro. Lojas e lojas em corredores mal desenhados e em curva. Lojas grandes, lojas pequenas, todos com os artigos em exposição, todos os donos das lojas à porta a incentivarem-nos a entrar. Isto numa estação de metro, no 1º andar subterrâneo. Mas não gostei.

Não gostei, porque não gosto de regatear. Sou daqueles tipos que não têm jeito para compras. Se sei que naquela loja há qualquer coisa de que gosto, vou lá e compro. E não perco muito tempo a olhar para outras montras. Muitas mulheres dirão que isto é contra-natura, mas conforta-me o facto de saber que é um comportamento tipicamente masculino. Não é que tivesse dúvidas...

Mas ali não, parece Marrocos. Vemos uma peça, seja o que for, e pedem-nos um balúrdio, que indicam numa calculadora com visor grande. Dizemos que não, e passam-nos a calculadora para a mão. Introduzimos um valor ridiculamente baixo. O vendedor reclama que o estamos a roubar, e ao fim de 10 minutos de "ai não pode ser, ai você mata-me, ai os meus filhos", acaba por nos vender pelo preço ridiculo.

Não tenho pachorra. Não fosse o mexicano com quem estava ir munido de uma lista com os preços típicos, nem lá tinha ficado um minuto. Mas isso sempre evitou os tais 10 minutos de regateio.

Quanto à comida, embora, felizmente, não tenha ficado doente, o certo é que a tripa demorou a voltar a habituar-se a só ver a sanita de quando em vez, e não com a regularidade suíça com que vim de lá. Cheguei mesmo a acertar um relógio pela pontualidade da "obra"...

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