quinta-feira, janeiro 18, 2007

Que nem mouros!

O que nos fará trabalhar como mouros? Ou como pretos? Ou como mulas de carga, para ser politicamente (e etnicamente) correcto? Ou como máquinas incansáveis (para ser darwiniamente correcto...)?

Eu estive quase 5 anos num emprego onde a vidinha era santa. Trabalhava-se, sim, mas num ritmo calmo... bastante calmo... Uma Não Conformidade (algo que vai contra o que está especificado) era tratada com calma, porque já se sabia que não havia muito a fazer...

Eu não queria isso para mim. Queria desenvolver as minhas capacidades, não acomodar-me a uma cadeira.

Surgiu a hipótese de ir para outro lado, ligado à indústria automóvel, que me dava muitas outras perspectivas. E onde iria trabalhar mais, que era o que pretendia.

Só que...

Chiiiiiça! Também não era preciso exagerar!!!

Há dias em que tanto eu como os meus 2 colegas que fazem a mesma função, andamos como tolinhos, sempre a 200 de um lado para o outro, em stress permanente.

Suponho que no fundo, é uma exploração. Não temos a capacidade nem autonomia para dizer "não, isso já não faço, é demais". Ou porque já estamos habituados, ou por acharmos que "o mercado está difícil, nem tento procurar outras coisas", ou por acharmos que o emprego até é bom, é só uma fase mais complicada que já vai passar...

'Tá bem, 'táááá bem... Só não procura outras coisas quem não quer. É verdade que não está fácil, mas não está impossível...

Eu, por mim, vou continuando. Mas morando no Porto e trabalhando em Braga, um dia destes canso-me das viagens e vou procurando outras paragens, até porque vendo bem, nem comp€nsa...

2 comentários:

Anónimo disse...

Será a procura de uma satisfação interior que nos faz trabalhar como mouros... e essa satisfação que não chega?!?!?
...
Ou talvez o desejo de que reconheçam em nós o valor pelo chamado mérito próprio e não factor "C"?!?!?
...
Entre outras questões que possam surgir e em que esbarramos quando paramos a reflectir sobre o ponto de situação... ou melhor dizendo sobre o nosso papel na vida.... Divagando, divagando, divagando....
Também não sei... mas solidariamente coloco as mesmas questões.
:D
Quanto aos "saltos" (se de 5 em 5 anos, se de 3 em 3 e por ai fora): acho que são sempre positivos, quando vistos como experiências, e essas como ingredientes enriquecedores da nossa vida... e positivos pq ampliam o nosso leque de respostas, de opiniões, de certezas e incertezas…

Quanto às viagens longas... eu, quando as fazia, aproveitava para rever os sonhos e prometer a mim mesmo(a) que não me acomodaria ao volante, … significando isto fazer sempre o mesmo trajecto por muito encanto que este pudesse ter.

Mas para tudo há um tempo certo, ou não?!?

Andrew disse...

Sim, suponho que há um tempo certo para tudo. Mas vejo o meu chefe: tem uns 50 e poucos anos, é holandês, já deu aulas na África do Sul, já esteve no Zimbabwe, já percorreu meio mundo, e agora está na minha chefia directa, ganhando "apenas" mais 450% do que eu. E também faz 70 km's para ir trabalhar, e outros tantos para voltar. É por isso que digo: vou saltando, saltitando... ;)